Perfil clínico e demográfico de adultos reabilitados no setor de baixa visão do hospital universitário da UNIFESP
Data
2022
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil clínico e demográfico dos
pacientes reabilitados no Ambulatório de Visão Subnormal do Departamento de
Oftalmologia e Ciências Visuais da Unifesp. Métodos: Foram incluídos os dados
levantados em prontuários de pacientes atendidos no Ambulatório de Visão
Subnormal do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Unifesp/EPM,
entre outubro e dezembro de 2022. Foram obedecidos os seguintes critérios de
inclusão: idade maior ou igual a 18 anos; acuidade visual para longe no olho de melhor
visão com a melhor correção óptica pior ou igual a 20/63 (0,5 logMAR); programa de
reabilitação visual concluído com adaptação de recursos ópticos, não ópticos,
eletrônicos e/ou digitais para baixa visão; assinatura do termo de consentimento livre
esclarecido. Os dados clínicos e demográficos (incluindo sexo, idade, escolaridade,
procedência, ocupação, setor de encaminhamento, causa principal e tempo da baixa
visão, demanda para reabilitação visual, acuidade visual, recursos assistivos
propostos e acuidade visual alcançada, número de sessões de treinamento) foram
localizados e organizados em banco de dados informatizado utilizando-se os
aplicativos Google Forms e o Google Sheets. Resultados: Foram elegíveis 56
participantes (67,9% do sexo masculino) com idade média de 55,53±23,11 anos;
todos exceto um eram naturais e procedentes de São Paulo, 50,0% (n=28) não haviam
concluído o ensino fundamental e 76,8% (n=43) possuía ocupações relacionadas à
atividades instrumentais de vida diária. A maioria dos participantes (57,1%, n=32) foi
encaminhada pelo Setor de Retina e Vítreo do nosso próprio departamento, sendo as
principais causas de baixa visão DMRI, distrofias retinianas e coriorretinite macular. A
baixa visão datava de menos de 2 anos em 41,1% (n=23) dos participantes, e mais
do que 10 anos em 26,8% (n=15). A leitura foi a demanda mais apontada (68/171),
principalmente para perto. A AV no olho de melhor visão, para longe foi em média
0,92±0,34 logMAR e para perto média 0,95±0,29 logMAR. A AV alcançada com
recurso óptico para longe foi em média 0,44±0,11 logMAR e com recurso óptico para
perto 0,38±0,22 logMAR, sendo estatisticamente maior tanto com o uso do recurso de
magnificação para longe (p<0,001) quanto para perto (Teste de Wilcoxon; z=4,938,
p<0,001). Para 39 (69,6%) participantes foram adaptados recursos de magnificação,
sendo 32 (82,1%) para perto (22 montados em armação e 10 lupas) e 7 (17,9%) para
longe (telescópios monoculares); para 11 participantes (19,6%) foram indicados
recursos não ópticos. Para a adaptação adequada dos recursos assistivos, foram
necessárias em média duas sessões de treinamento. Conclusão: Conhecer o perfil
clínico e demográfico dos pacientes atendidos em um serviço de reabilitação visual é
fundamental para o entendimento das necessidades da população referenciada e
melhora da assistência oferecida, o que impacta positivamente na qualidade de vida
da pessoa com baixa visão.
Descrição
Citação
CALDEIRA, G M M ; MAFRA, R F. Perfil clínico e demográfico de adultos reabilitados no setor de baixa visão do hospital universitário da UNIFESP. São Paulo, 2022. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Tecnologia Oftálmica) - Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, 2022.