Problemas e desafios no acesso à saúde dos migrantes internacionais: uma revisão narrativa da literatura

Data
2022
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
Introdução: As políticas nacionais e os discursos anti-imigração estão diretamente relacionados às possibilidade es de acesso e uso efetivo de serviços de saúde para populações migrantes. Os efeitos da pandemia de COVID-19 irão agravar os problemas de saúde das populações mais vulneráveis. No entanto, o acesso à saúde dos migrantes é limitado por uma série de fatores estruturais, socioculturais e subjetivos que antecedem a crise sanitária da COVID-19. Especificamente, o status legal migratório desempenha um papel fundamental, além de diferenças linguísticas e culturais ou falta de informação, o modo de ser detido e deportado tem impacto na confiança nas instituições de saúde pública. As organizações internacionais de Saúde Global insistem na necessidade de melhorar ou acessar os cuidados de saúde formais. Método: Com base em uma perspectiva comparativa, foi realizada uma revisão narrativa de literatura de estudos qualitativos sobre migração internacional e atenção primária à saúde nas bases de dados WoS e Scopus. Objetivo: Analisar os desafios enfrentados pelos sistemas de saúde na inclusão de migrantes internacionais, principalmente nos países do Norte Global. Em específico, são descritas as principais barreiras de acesso enfrentadas pelos usuários migrantes. Examina-se a importância do status migratório para o uso efetivo dos serviços de saúde pela população migrante e, por fim, identifica-se as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, no cuidado de migrantes. Resultados: Como principais resultados da revisão, em primeiro lugar, destaca-se o conflito da “navegação” nos sistemas de saúde em geral; em segundo, é analisada a “desconfiança” nos usuários migrantes; e, finalmente, é considerada a “potencialidade” que os profissionais de saúde têm para cuidar de migrantes além do espaço clínico. Conclusão: De forma complementar, a ênfase da literatura sobre os determinantes sociais da saúde, a vulnerabilidade estrutural e as perspectivas de gênero revelam uma "reviravolta política" nas orientações epistemológicas dos estudos de migração e saúde nos últimos anos que reconhecem a importância do status legal precário dos migrantes no acesso à saúde.
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