Avaliação de glaucoma em pacientes com a síndrome congênita do Zika vírus
Data
2020-07-30
Autores
Oliveira, Daniela Raposo Vieira De [UNIFESP]
Orientadores
Mattos Junior, Rubens Belfort [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
Purpose: To perform an ophthalmologic evaluation, with emphasis on glaucoma diagnosis, in infants with congenital Zika syndrome. Patient and methods: This crosssectional study included 188 eyes of 107 children (1.1 ± 0.3 years [range, 0.3 – 1.8 years]) with congenital Zika syndrome. The confirmation of the syndrome was possible in 77/107 (72.0%) of the enrolled infants based on positive immunoglobulin M antibody capture enzyme-linked immunosorbent assay for Zika virus in the cerebrospinal fluid. All infants underwent a complete ophthalmic examination and bilateral fundus imaging was captured using a wide-angle digital fundus camera (RetCam™; Natus Medical Inc., Pleasanton, CA). Results: Five eyes (2.6%) presented two criteria for glaucoma diagnosis; one eye (0.5%) presented increased intraocular pressure and increased vertical cup-to-disc ratio; three eyes (1.6%) presented increased horizontal corneal diameter and increased vertical cup-to-disc ratio; and one eye (0.5%) myopia related to increased axial length and increased vertical cup-to-disc ratio. When excluding the cup-to-disc ratio criterion, there was no case that fulfilled the childhood glaucoma diagnosis criteria in this sample. A significant correlation was observed between increased vertical cup-to-disc ratio and small cephalic perimeter at birth (p=0.002) and presence of clinical macular lesions (p=0.031). Conclusion: Although childhood glaucoma was not detected in this sample, according to the established criteria, increased vertical cup-to-disc ratio is present in children with congenital Zika syndrome, associated with microcephaly and clinical macular lesions at birth. This finding may lead to a misdiagnosis of glaucoma.
Objetivo: Realizar avaliação oftalmológica, com ênfase no diagnóstico de glaucoma em crianças com a síndrome congênita do Zika vírus. Materiais e Métodos: Estudo transversal, no qual foram incluídos 188 olhos de 107 crianças (1,1 ± 0,3 anos de idade [variação, 0,3 – 1,8 anos]) com a síndrome congênita do Zika vírus. A confirmação da síndrome foi possível em 77/107 (72,0%) das crianças, baseada na positividade do teste imunoenzimático de captura ao anticorpo de imunoglobulina da classe M para Zika no líquor. Todas as crianças foram submetidas ao exame oftalmológico e à documentação fotográfica de imagem do fundo de olho, utilizandose do retinógrafo de alta resolução, de ângulo amplo (RetCam™; Natus Medical Inc., Pleasanton, CA). Resultados: Cinco olhos (2,6%) preencheram dois critérios diagnósticos para glaucoma: um olho (0,5%) possuía aumento da pressão intraocular e relação escavação-disco vertical elevada; três olhos (1,6%) apresentaram aumento do diâmetro horizontal da córnea e relação escavação-disco vertical elevada; um olho (0,5%) possuía miopia relacionada ao aumento do diâmetro axial e relação escavação-disco vertical elevada. Excluindo-se o critério da relação escavação-disco vertical elevada, não foi encontrado nenhum caso que preenchesse os critérios de glaucoma na infância nesta amostra. Houve significância estatística entre a relação escavação-disco vertical elevada e o perímetro cefálico reduzido ao nascimento (p=0,002) e com a presença de lesões maculares clinicamente visíveis (p=0,031). Conclusão: Apesar de o glaucoma da infância não ter sido detectado nesta amostra, segundo os critérios estabelecidos, a relação escavação-disco vertical elevada se faz presente em crianças com a síndrome congênita do Zika vírus, associada à microcefalia ao nascimento e a lesões maculares clinicamente evidentes. Esse achado pode levar a um erro diagnóstico de glaucoma.
Objetivo: Realizar avaliação oftalmológica, com ênfase no diagnóstico de glaucoma em crianças com a síndrome congênita do Zika vírus. Materiais e Métodos: Estudo transversal, no qual foram incluídos 188 olhos de 107 crianças (1,1 ± 0,3 anos de idade [variação, 0,3 – 1,8 anos]) com a síndrome congênita do Zika vírus. A confirmação da síndrome foi possível em 77/107 (72,0%) das crianças, baseada na positividade do teste imunoenzimático de captura ao anticorpo de imunoglobulina da classe M para Zika no líquor. Todas as crianças foram submetidas ao exame oftalmológico e à documentação fotográfica de imagem do fundo de olho, utilizandose do retinógrafo de alta resolução, de ângulo amplo (RetCam™; Natus Medical Inc., Pleasanton, CA). Resultados: Cinco olhos (2,6%) preencheram dois critérios diagnósticos para glaucoma: um olho (0,5%) possuía aumento da pressão intraocular e relação escavação-disco vertical elevada; três olhos (1,6%) apresentaram aumento do diâmetro horizontal da córnea e relação escavação-disco vertical elevada; um olho (0,5%) possuía miopia relacionada ao aumento do diâmetro axial e relação escavação-disco vertical elevada. Excluindo-se o critério da relação escavação-disco vertical elevada, não foi encontrado nenhum caso que preenchesse os critérios de glaucoma na infância nesta amostra. Houve significância estatística entre a relação escavação-disco vertical elevada e o perímetro cefálico reduzido ao nascimento (p=0,002) e com a presença de lesões maculares clinicamente visíveis (p=0,031). Conclusão: Apesar de o glaucoma da infância não ter sido detectado nesta amostra, segundo os critérios estabelecidos, a relação escavação-disco vertical elevada se faz presente em crianças com a síndrome congênita do Zika vírus, associada à microcefalia ao nascimento e a lesões maculares clinicamente evidentes. Esse achado pode levar a um erro diagnóstico de glaucoma.