Trajetórias assistenciais de mulheres entre o diagnóstico e o tratamento da Doença Trofoblástica Gestacional

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Data
2022-03-14
Autores
Freitas, Ana Carolina Ferreira Simões de (UNIFESP)
Orientadores
Sun, Sue Yazaki [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objetivo: Analisar a trajetória das mulheres com Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) na busca por tratamento, pelo Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS), no Centro de Referência de DTG do Hospital São Paulo da Universidade Federal de São Paulo. Métodos: Estudo de caso (CRDTG/HSP): transversal, exploratório, descritivo-analítico, com abordagem quali-quantitativa, que incluiu pacientes atendidas de 2015 a 2018, por meio de questionário e entrevistas semi-dirigida. Resultados: Total de 96 participantes, afirmaram 4 portas diferentes para acesso até o CRDTG/HSP, "encaminhamento entre médicos" (n=39/96; 40,63%), "Facebook da Associação Brasileira de Doença Trofoblástica Gestacional" (n=30/96; 31,25%), “Pronto Socorro-PS/Unidade de Pronto Atendimento do Hospital São Paulo-UPA” (n=17; 17,71%) e “Central de regulação de vagas - UBS/SUS” (n=10; 10,42%). Quase 38% (n=36/96) das participantes possuíam acesso a serviço privado de saúde (convênio médico). A porcentagem das pacientes com convênio médico foi maior entre aquelas que chegaram pelo Facebook comparativamente às outras portas de entrada (Facebook, 73%; encaminhamento entre médicos, 28,2%; CROSS,30%, Pronto-socorro/PS-HSP, 0%; p<0,001). A idade das pacientes foi de 15 a 52 anos, a maioria estava entre 30 a 39 anos, brancas, com companheiro/cônjuge. O grau de escolaridade (p=0,013) e a renda familiar (p=0,036) foi maior entre as pacientes que chegaram pelo Facebook. As 12 entrevistadas mostraram dificuldades no decurso da doença, tais como o desconhecimento sobre a doença, sentimento de estranheza por terem uma doença rara e a falta de preparo dos profissionais de saúde fora do CRDTG/HSP no manejo da doença. Conclusões: As pacientes tiveram diferentes trajetórias para acessar o atendimento no CRDTG/HSP e embora possuindo convênio médico, 38% migraram para atendimento provido pelo SUS. A qualidade do tratamento no CRDTG/HSP, teve avaliação positiva. O teleatendimento foi considerado facilitador e foram apontadas dificuldades pontuais na marcação de exames. O acesso das pacientes ao CRDTG/HSP ocorreu em 71% pelo “meio informal” (encaminhamentos médicos e ABDTG-Facebook) mostrando que há necessidade de adequação do fluxo de atendimento das mulheres com DTG nos três níveis de atenção à saúde no SUS.
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