Meus mortos eu carrego comigo por onde vou: agências, militância e cotidiano de mães de vítimas da violência de Estado em São Paulo

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Data
2022-03-25
Autores
Pina, Barbara Oliveira [UNIFESP]
Orientadores
Pereira, Pedro Paulo Gomes [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Esta dissertação é resultado de uma pesquisa etnográfica que acompanhou o cotidiano de mães, mulheres negras, periféricas, moradoras da grande São Paulo, que tiveram seus filhos mortos por agentes do Estado. Pretendeu-se compreender quais agências foram inauguradas a partir de tais rupturas violentas na vida destas mulheres, bem como, evidenciar como organizam seus cotidianos, agora, entrecruzados com a militância inaugurada com suas atuações em grupos autogeridos de mães. Partindo do pressuposto de que a violência de Estado é um dos desdobramentos do racismo à brasileira e atua sob uma lógica que produz vidas passíveis de serem vividas e vidas que não são, é sob esse cenário que essas mulheres vão às ruas para cobrar do poder público uma investigação justa, respeito pela memória de seus filhos, dentre outras reinvindicações. Para além de suas atuações políticas, minhas três interlocutoras nesta pesquisa são mulheres solteiras, trabalhadoras, arrimo de família, e que, com o avanço da pandemia de COVID-19, se depararam com desafios desde aprender a manejar aplicativos de chamada de vídeo, até o enfrentamento da ameaça da fome.
This dissertation results of an ethnographic research that followed the routine activities of mothers, black women, who lives in São Paulo`s outskirts, and had their children killed by State agents. It was intended to understand which agencies are inaugurated from such violent ruptures in their lives, as well as to show how they organize their daily lives, now intertwined with the militancy that inaugurated with their actions in self-managed groups of mothers. Assuming that State violence is one of the consequences of Brazilian-style racism and operates under a logic that produces lives that can be lived and lives that are not, it is under this scenario that these women take to the streets to demand from the public power a fair investigation, respect for the memory of their children, among many other claims. In addition to their political actions, my three interlocutors in this research are single, working, breadwinners, and with the advance of the COVID-19 pandemic, faced challenges from learning to use video calling applications, to facing the threat of hunger.
Descrição
Citação
PINA, B. O. Meus mortos eu carrego comigo por onde vou: agências, militância e cotidiano de mães de vítimas da violência de Estado em São Paulo. São Paulo, 2022. 131 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2022.