Saúde e bem-estar docente: do trabalho precarizado às resistências coletivas e subjetivas

Abstract

Objetivo: investigar como as professoras da rede pública de ensino fundamental percebem sua saúde e bem-estar em meio às condições de trabalho vividas pelas mesmas. Metodologia: estudo descritivo com abordagem quanti-qualitativa que envolveu 41 professores de duas escolas da rede pública de um município do Ceará. Na primeira fase foram utilizados os questionários de Bem-estar no Trabalho e de Condições de Trabalho, assim como um questionário com enunciados de cunho sociodemográfico e ocupacional. Na segunda, realizou-se dois grupos focais com 16 participantes no total. Os dados quantitativos foram tratados no software STATA/SE 15.1 e os qualitativos, a partir da Análise de Conteúdo. Resultados: Compreendeu se pelos resultados encontrados que os aspectos sociais, subjetivos e afetivos das condições de trabalho como o respeito e o reconhecimento no trabalho impactam na produção de saúde e de bem-estar psicossocial, principalmente no que tange a percepção das docentes sobre suas competências e sentido do trabalho. Por outro lado, os aspectos materiais, de regulação e desenvolvimento no trabalho, sobretudo no período pandêmico, apontam para uma relação com sintomas e efeitos colaterais apresentados especialmente no âmbito do desgaste. Considerações Finais: Vê-se a necessidade da produção e fortalecimento de estratégias coletivas e de políticas de saúde que tenham efeitos a nível local e de forma intersetorial. Além disso, aposta-se nos afetos e nos processos de subjetivação como forma de produzir saúde e resistir ao aspecto penoso e explorador do trabalho.