Alterações hepáticas em transplantados renais: experiência de um ambulatório especializado
Data
2019-01-31
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introduction: Renal transplantation is considered the treatment of choice for patients with end-stage renal disease (ESRD) and is associated with decreased mortality when compared to dialysis methods. Kidney transplants are one of the most frequent in the world and Brazil is the second country that transplants most kidneys in the world. Liver changes are common complications in renal transplant patients (RTx) and their incidence is about 20-50% post-transplantation, with significant impact on patient’s survival and quality of life. The frequency and characteristics of these abnormalities are poorly described in the literature. Objective: To determine the prevalence of causes of hepatic abnormalities in RTx, to associate the characteristics of liver changes to demographic, epidemiological and clinical variables, to compare the characteristics of liver abnormalities among the different etiologies and to evaluate possible changes in the diagnoses in two different time periods. Methods: A cross-sectional and descriptive epidemiological observational study was carried out at an outpatient clinic of the Hospital São Paulo (EPM / Unifesp) specialized in the care of patients with liver abnormalities and underlying renal diseases. Results: The most prevalent etiologies in this study were: hepatitis C (HCV), hepatitis B (HBV), iron overload, non-alcoholic fatty liver disease (NAFLD) and drug induced hepatic injury (DILI). Comparing to the other etiologies, patients with hepatitis C were older, with the female gender occurring more in HCV compared to the other etiologies and had a longer time of transplantation and hemodialysis; hepatitis B patients has the lowest levels of gamma-glutamyl transferase; in iron overload the patients were younger and remained on hemodialysis for longer period of time; in non-alcoholic fatty liver disease, the patients were older and had association with diabetes mellitus and systemic arterial hypertension; in the drug-induced liver injury patients had higher levels of liver enzymes. In the two evaluation periods it was observed that in P1 (period from 1993 to 2005) the patients were older and were more frequently evaluated due to positive serology for HCV and HBV; in P2 (period from 2006 to 2018) the main reason for evaluation was abnormal levels of amintransferases. The predominant diagnoses in P1 were HCV and HBV; in P2 predominated the DHGNA and DILI. Conclusion: The evaluation of the main hepatic changes in TxR is important because it provides bases for a better management of these patients and also for prevention of these complications in this special group of patients.
Introdução: O transplante renal é considerado o tratamento de escolha para pacientes com doença renal terminal (DRC) e associa-se à diminuição da mortalidade, quando comparado aos métodos dialíticos. Os transplantes renais são os um dos mais frequentes no mundo e o Brasil é segundo país que mais transplanta rins no mundo. As alterações hepáticas são complicações comuns em transplantados renais (TxR) e a sua incidência é cerca de 20-50% no pós-transplante, com relevante impacto na sobrevida e qualidade de vida dos pacientes. A frequência e características dessas alterações são pouco descritas na literatura. Objetivo: Determinar a prevalência das causas de alterações hepáticas em TxR, relacionar as características das alterações hepáticas a variáveis demográficas, epidemiológicas e clínicas, comparar as características das alterações hepáticas entre as diferentes etiologias e avaliar eventuais mudanças nos diagnósticos em dois períodos de tempo distintos. Métodos: Estudo observacional epidemiológico, transversal e descritivo realizado em ambulatório do Hospital São Paulo (EPM/Unifesp) especializado no atendimento de pacientes com anormalidades hepáticas e doenças renais de base. Resultados: As etiologias mais prevalentes neste estudo foram: a hepatite C (HCV), hepatite B (HBV), sobrecarga férrica (SFE), doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) e lesão hepática induzida por drogas (DILI). A comparação de cada etiologia com as demais mostrou os seguintes achados: na hepatite C os TxR eram mais idosos, com o gênero feminino ocorrendo mais no HCV em comparação as outras etiologias e tiveram maior tempo de transplante e de hemodiálise; pacientes com hepatite B tiveram os níveis mais baixos de gama glutamil-transferase (GGT); a sobrecarga férrica os pacientes eram mais novos e permaneceram em hemodiálise por mais tempo. Na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) os TxR eram mais idosos, com menor tempo de diálise e tiveram como doença associada o diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica. Na lesão hepática induzida por droga (DILI) os pacientes apresentaram maiores níveis de enzimas hepáticas. Nos dois períodos avaliados, observou-se que no P1 (período de 1993 a 2005) os pacientes eram mais idosos e com maior frequência eram encaminhados por sorologia positiva; no P2 (período de 2006 a 2018) predominou o encaminhamento por alteração de aminotransferases. Os diagnósticos predominantes no P1 foram HCV e HBV e no P2 predominaram a DHGNA e DILI. Conclusão: A avaliação das principais alterações hepáticas nos TxR é importante por proporcionar um melhor manejo destes pacientes quanto à investigação diagnóstica e conduta terapêutica, assim como auxiliar na prevenção de complicações, nessa população especial de pacientes.
Introdução: O transplante renal é considerado o tratamento de escolha para pacientes com doença renal terminal (DRC) e associa-se à diminuição da mortalidade, quando comparado aos métodos dialíticos. Os transplantes renais são os um dos mais frequentes no mundo e o Brasil é segundo país que mais transplanta rins no mundo. As alterações hepáticas são complicações comuns em transplantados renais (TxR) e a sua incidência é cerca de 20-50% no pós-transplante, com relevante impacto na sobrevida e qualidade de vida dos pacientes. A frequência e características dessas alterações são pouco descritas na literatura. Objetivo: Determinar a prevalência das causas de alterações hepáticas em TxR, relacionar as características das alterações hepáticas a variáveis demográficas, epidemiológicas e clínicas, comparar as características das alterações hepáticas entre as diferentes etiologias e avaliar eventuais mudanças nos diagnósticos em dois períodos de tempo distintos. Métodos: Estudo observacional epidemiológico, transversal e descritivo realizado em ambulatório do Hospital São Paulo (EPM/Unifesp) especializado no atendimento de pacientes com anormalidades hepáticas e doenças renais de base. Resultados: As etiologias mais prevalentes neste estudo foram: a hepatite C (HCV), hepatite B (HBV), sobrecarga férrica (SFE), doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) e lesão hepática induzida por drogas (DILI). A comparação de cada etiologia com as demais mostrou os seguintes achados: na hepatite C os TxR eram mais idosos, com o gênero feminino ocorrendo mais no HCV em comparação as outras etiologias e tiveram maior tempo de transplante e de hemodiálise; pacientes com hepatite B tiveram os níveis mais baixos de gama glutamil-transferase (GGT); a sobrecarga férrica os pacientes eram mais novos e permaneceram em hemodiálise por mais tempo. Na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) os TxR eram mais idosos, com menor tempo de diálise e tiveram como doença associada o diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica. Na lesão hepática induzida por droga (DILI) os pacientes apresentaram maiores níveis de enzimas hepáticas. Nos dois períodos avaliados, observou-se que no P1 (período de 1993 a 2005) os pacientes eram mais idosos e com maior frequência eram encaminhados por sorologia positiva; no P2 (período de 2006 a 2018) predominou o encaminhamento por alteração de aminotransferases. Os diagnósticos predominantes no P1 foram HCV e HBV e no P2 predominaram a DHGNA e DILI. Conclusão: A avaliação das principais alterações hepáticas nos TxR é importante por proporcionar um melhor manejo destes pacientes quanto à investigação diagnóstica e conduta terapêutica, assim como auxiliar na prevenção de complicações, nessa população especial de pacientes.