Papel do gradiente de pressão transdiafragmático na fisiopatologia da doença do refluxo gastroesofágico no paciente obeso

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Data
2019-10-31
Autores
Grande, Leonardo De Mello Del [UNIFESP]
Orientadores
Fernandes, Fernando Augusto Mardiros Herbella [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: Pathophysiology of gastroesophageal reflux disease (GERD) is multifactorial. An increased transdiaphragmatic pressure gradient (TPG) may be a main element for GERD in the obese patient. This study aims to evaluate the role of TGP in obese individuals. Methods: We studied 47 unselected consecutive candidates for bariatric operations (body mass index - BMI > 35). All patients underwent high resolution manometry and esophageal pH monitoring. Individuals were grouped as GERD + or GERD – based on DeMeester Score. Abdominal (AP) and thoracic pressures (TP), transdiaphragmatic pressure gradient (AP-TP) and lower esophageal sphincter (LES) retention pressure (LES basal pressure – TPG) were determined. Manometric variables were compared to a group of 20 lean healthy individuals (BMI <25). Results: There were 27 (57%) GERD + patients and 20 (43%) GERD – patients. TPG, waist circumference, LES retention pressure and AP were higher in GERD + group as compared to GERD - individuals. GERD – group had manometric parameters similar to controls except for AP. GERD + patients had higher AP and TGP; and lower LES retention pressure compared to controls. TPG and LES retention pressure correlated with waist circumference and DeMeester Score. BMI correlated with AP but not with waist circumference or DeMeester score. Conclusion: In the obese, GERD presence and severity were associated to a high TPG due to increase AP that correlates with waist circumference.
Introdução: A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é a doença mais comum do trato gastrointestinal superior no mundo ocidental. Sua fisiopatologia é multifatorial. Diversos mecanismos estão associados ao aparecimento do refluxo, entre eles o aumento do gradiente de pressão transdiafragmático (GPT). Algumas condições como a obesidade, podem estar envolvidas no aumento da GPT. Apesar da alta frequência da DRGE e da melhora do entendimento dos mecanismos fisiopatológicos da doença o papel do GPT ainda permanece pouco estudado. Este trabalho visa avaliar o papel do GPT na fisiopatologia da DRGE no paciente obeso. Métodos: Foram recrutados 50 indivíduos voluntários com diagnóstico de obesidade graus 2 e 3 (IMC > 35 kg/m²) maiores de 18 anos, de ambos os gêneros (80% femininos). Todos os pacientes tiveram o IMC calculado e a circunferência abdominal (CA) mensurada. Foram submetidos à manometria de alta resolução (MAR) e pHmetria de 24 horas. Os pacientes foram divididos de acordo com a presença de DRGE (grupos A e B). Além destes, 20 indivíduos (70% feminino) sem DRGE e sem obesidade (IMC < 25 kg/m²) foram utilizados como controle. Através da MAR foi aferida a pressão basal do esfíncter inferior do esôfago (EIE), pressão abdominal (PA), pressão torácica (PT), GPT (PA-PT), pressão de retenção do EIE (GPT – pressão do EIE), Distal Contratile Integrality (DCI) e a morfologia da Junção esôfago gástrica (JEG). Pela pHmetria foi aferido o índice de DeMeester, o número de refluxos ácidos proximais (NRp) e o tempo de exposição ácida proximal (TEAp). Resultados: O grupo A (DRGE+) compreendeu 27 (56%) dos participantes obesos (idade média de 40,96±10,67 anos, 77 % do gênero feminino, IMC= 45,88±6,98 kg/m² e CA de 135,22±14,11 cm) e o grupo B (DRGE-) 20 (44%) dos participantes obesos 14 (idade média de 47,35±13,57 anos, 85 % do gênero feminino, IMC= 43,80±7,05 kg/m² e CA de 125,45±10,71 cm). O grupo controle apresentou idade média de 32,6±9,60 anos, 70 % do gênero feminino, IMC= 22,77±1,27kg/m². Este grupo não teve a CA medida. Foi observada diferença estatística entre os grupos A e B em relação a CA, entre os grupos A e controles em relação à idade e IMC e entre os grupos B e controle em ralação a idade e IMC. Na MAR foi observada diferença estatística entre os grupos em relação a PA (p=0,0001), ao GPT (p=0,0001) a pressão basal media do EIE (p=0,03) e a PREEIE (p =0,0001). Além disso, a PA esteve correlacionada com a CA e a presença e gravidade da DRGE. A CA de 150 cm e PA de 22,4 mmHg apresentaram 100% de especificidade para a presença da DRGE. Conclusão: A presença e gravidade da doença do refluxo gastroesofágico no obeso estão relacionadas ao gradiente de pressão transdiafragmático que ocorre por aumento da pressão abdominal decorrente do padrão visceral da obesidade.
Descrição
Citação
GRANDE, Leonardo de Mello Del. Papel do gradiente de pressão transdiafragmático na fisiopatologia da doença do refluxo gastroesófásico no paciente obeso. 2019. 81f. Tese (Doutorado em Ciência Cirúrgica Interdisciplinar ) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.