Prevalência de manifestações dermatológicas em pacientes com diagnóstico de Hepatite autoimune

Data
2019-12-02
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
The presence of extrahepatic manifestations, involving multiple systems, is well known in hepatobiliary diseases. There are several studies that correlate dermatological findings with liver diseases, but the real prevalence of these manifestations in patients with autoimmune hepatitis (HAI) is not yet known. The present study aimed to verify the dermatological manifestations in patients with AIH and to relate them to clinical, laboratory and histopathological manifestations of the disease. The study was cross-sectional observational. From October 2016 to July 2017, patients with previous diagnosis of HAI were consecutively selected for dermatological evaluation after consultation with the medical team of the UNIFESP / EPM Hepatitis Outpatient Clinic. A total of 111 patients with AIH were included, with a mean age of 44.2 ± 17.5 years and 90.1% female. HAI type 1 was the most common (93.7%) followed by type 2 (6.3%). Regarding treatment, 3.6% were off medication due to remission of the disease, 58.5% were using dual therapy with prednisone + azathioprine, 6.3% were dual therapy with prednisone + mycophenolate mofetil and 31.5% azathioprine alone. In the biochemical and pathological analysis, at the time of diagnosis, high mean AST (354 IU / L) and ALT (392 IU / L) values were observed and more than 50% of the patients had advanced fibrosis (grades 3/4). with liver cirrhosis rates of 37.7%. The prevalence of very significant dermatological manifestations was 11.7%, the most frequent being: vitiligo 2.7%, urticaria 2.7%, lichen planus 1.8% and chronic cutaneous lupus 1.8%. Manifestations considered significant were observed in 95.5% of the patients: fungal infections (51.3%), seborrheic dermatitis (42.3%), vascular alterations (35.1%), melasma (26.1%), acne ( 22.8%), eczematous diseases (21.8%) and telogen effluvium (15.3%). Minor manifestations were observed in 89.2%: benign neoplasia (67.5%), photodermatoses (50.4%) xerosis (29.7%) and stria violaceous (18.9%). In patients with very significant dermatological manifestations, when compared to the others, there was a higher frequency of associated autoimmune disease (46.2 vs 21.4% p = 0.001) and lower prothrombin activity (55 vs 72% p = 0.0001). . In conclusion, in this study of dermatological manifestations in patients with AIH, a high prevalence of skin alterations was observed, more frequently then those observed for the general population in the literature. Early recognition of these manifestations in the context of patients with AIH may be fundamental for the better xv management of these patients, as such alterations may be the first step to allow the diagnosis of liver disease.
A presença de manifestações extra-hepáticas, com o envolvimento de múltiplos sistemas, é bem conhecida em diversas doenças hepatobiliares. Existem vários estudos que correlacionam os achados dermatológicos com doenças hepáticas, porém, ainda não é conhecida a real prevalência dessas manifestações nos pacientes com hepatite autoimune (HAI). O presente estudo teve como principal objetivo verificar as manifestações dermatológicas em pacientes com HAI e relacioná-las com manifestações clínicas, laboratoriais e histopatológicas da doença. O estudo foi do tipo observacional analítico transversal. No período de outubro de 2016 a julho de 2017 os pacientes com diagnóstico prévio de HAI foram consecutivamente selecionados para avaliação dermatológica após consulta com a equipe médica do Ambulatório de Hepatites da UNIFESP/EPM. Um total de 111 pacientes com HAI foram incluídos, com média de idade de 44,2±17,5 anos e 90,1% do gênero feminino. HAI tipo 1 foi a mais comum (93,7%) seguida de tipo 2 (6,3%). Com relação ao tratamento, 3,6% estavam sem medicação devido à remissão da doença, 58,5% usavam terapia dupla com prednisona + azatioprina, 6,3% terapia dupla com prednisona + micofenolato de mofetila e 31,5% apenas azatioprina. Na análise bioquímica e anatomopatológica observaram-se, no momento do diagnóstico, valores médios elevados de AST (354 UI/L) e ALT (392 UI/L) e mais de 50% dos pacientes apresentavam fibrose avançada (graus 3/4), com taxas de cirrose hepática de 37,7%. A prevalência de manifestações dermatológicas muito significantes foi de 11,7%, sendo as mais frequentes: vitiligo 2,7%, urticária 2,7%, líquen plano 1,8% e lúpus cutâneo crônico 1,8%. Manifestações consideradas significantes foram observadas em 95,5% dos pacientes: infecções fúngicas (51,3%), dermatite seborreica (42,3%), alterações vasculares (35,1%), melasma (26,1%), acne (22,8%), doenças eczematosas (21,8%) e eflúvio telógeno (15,3%). Manifestações pouco significativas foram observadas em 89,2%: neoplasia benigna (67,5%), fotodermatoses (50,4%) xerose (29,7%) e estria violácea (18,9%). Nos pacientes com manifestações dermatológicas muito significativas, quando comparados aos demais, observou-se maior frequência de doença autoimune associada (46,2 vs 21,4% p=0,001) e menor atividade protrombina (55 vs 72% p=0,0001). Em conclusão, neste estudo de manifestações dermatológicas em pacientes com HAI, observou-se elevada xiii prevalência de alterações cutâneas, em maior frequência do que as descritas na literatura para a população geral. O reconhecimento precoce dessas manifestações no contexto do paciente com HAI pode ser fundamental para o melhor manejo desses pacientes, pois tais alterações podem ser o primeiro passo para permitir o diagnóstico da hepatopatia.
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