Avaliação da Fibrose Hepática por Elastografia nos pacientes portadores de Esquistossomose Mansônica

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2019-06-11
Autores
Lima, Leila Maria Soares Tojal De Barros [UNIFESP]
Orientadores
Parise, Edison Roberto [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Schistosomiasis persists as an important public health problem. Its main pathogenic event is hepatic fibrosis, associated with disease progression and its prognosis. The applicability of hepatic elastography in the evaluation of schistosomal fibrosis remains undefined. Objectives: To correlate the degree of fibrosis obtained by transient liver elastography (TE) with sonographic graduation and clinical forms of patients with schistosomiasis mansoni (SM). Methods: A cross sectional study with prospective inclusion of patients with SM, in all its forms, coming from the hepatology outpatient clinic of the University Hospital of the Federal University of Alagoas and from active search in Alagoas municipalities with high endemicity. Clinical and laboratory characteristics (clinical form, AST dosage, ALT, gammaGT, alkaline phosphatase and platelet count) were evaluated. The patients were classified according to the degree of hepatic fibrosis of the Niamey sonographic protocol, adopted by the World Health Organization, gold standard in this study. The TE, performed with FIBROSCAN ECHOSENS 502 device, was correlated with sonographic findings and its performance was calculated as area under the ROC curve (AUC). Results: A total of 117 patients with schistosomiasis mansoni, 55.6% female and 44.4% male, with mean age of 47 + 15 years were studied, 37 patients with intestinal forms, 12 with hepatointestinal form and 68 with compensated hepatosplenic form. Applying the Niamey sonographic protocol, the patients were regrouped for a better statistical analysis in absent fibrosis (A) 34.2%, mild to moderate fibrosis (MM) 27.4% and intense fibrosis (I) 38.5% of the sample. The median value of TE in the entire study population was 8.0 kPa; in the hepatointestinal form 4.4 kPa, in the hepatointestinal form 5.8 kPa and in the hepatosplenic form 10.6 kPa, with statistical differentiation between the clinical forms (p<0.01). In the correlation between TE and ultrasonography (US), patients in group A presented a median of 4.7 kPa; group MM 9.3 kPa and group I 10.3 kPa. There was a significant difference in TE values between groups A and MM and between groups A and I (p <0.05). TE was not able to differentiate patients from the MM and I groups. In the bivariate analysis between the markers of fibrosis and the clinical and laboratory characteristics, the TE and the sonographic classification of Niamey showed a strong and direct correlation with the clinical form (r>=0.77) and moderate and direct with the levels of AST and GGT (0.45<=r<=0.56). The cut-off point of TE to define the presence of fibrosis according to the sonographic classification that presented the best sensitivity and specificity ratio was 6.1 kPa (AUC 0.92) and for advanced fibrosis 8.9 kPa (AUC 0.791). Conclusions: The TE had a direct correlation with the sonographic classification of Niamey and was able to differentiate the clinical forms of SM. Based on the AUC value, TE has proven to be effective in detecting the presence of schistosomiasis fibrosis and may assist in the identification of advanced forms of liver disease caused by Schistosoma mansoni.
Introdução: A esquistossomose persiste como importante problema de saúde pública. Seu principal evento patogênico é a fibrose hepática, associada à progressão da doença e seu prognóstico. A aplicabilidade da elastografia hepática na avaliação da fibrose esquistossomótica permanece indefinida. Objetivos: Correlacionar o grau de fibrose obtido por elastografia hepática transitória (EHT) com a graduação sonográfica e as formas clínicas dos pacientes portadores de esquistossomose mansônica (EM). Métodos: Estudo transversal com inclusão prospectiva de pacientes portadores de EM, em todas as suas formas, procedentes do ambulatório de hepatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Alagoas e de busca ativa em municípios alagoanos de elevada endemicidade. Foram avaliadas características clínicas e laboratoriais (forma clínica, dosagem de AST, ALT, gamaGT, fosfatase alcalina e contagem de plaquetas). Os pacientes foram classificados segundo o grau de fibrose hepática do protocolo sonográfico de Niamey, adotado pela Organização Mundial de Saúde, padrão ouro neste estudo. A EHT, realizada com aparelho FIBROSCAN ECHOSENS 502, foi correlacionada com os achados sonográficos e seu desempenho foi calculado como área sob a curva ROC (AUC). Resultados: Foram estudados 117 pacientes portadores de esquistossomose mansoni, 55,6% do sexo feminino e 44,4% do sexo masculino, com média de idade de 47+15 anos, sendo 37 pacientes com forma intestinal, 12 com forma hepatointestinal e 68 com forma hepatoesplênica compensada. Aplicando o protocolo sonográfico de Niamey, os pacientes foram reagrupados para melhor análise estatística em fibrose ausente (A) 34,2%, fibrose leve a moderada (LM) 27,4% e fibrose intensa (I) 38,5% da casuística. O valor da mediana da EHT em toda a população do estudo foi 8,0 kPa; na forma hepatointestinal 4,4 kPa, na forma hepatointestinal 5,8 kPa e na forma hepatoesplênica 10,6 kPa, com diferenciação estatística entre as formas clínicas (p<0,01). Na correlação da EHT com a ultrassonografia (US), os pacientes do grupo A apresentaram mediana de 4,7 kPa; grupo LM 9,3 kPa e grupo I 10,3 kPa. Houve diferença significativa dos valores da EHT entre os grupos A e LM e entre os grupos A e I (p<0,05). A EHT não foi capaz de diferenciar os pacientes dos grupos LM e I. Na análise bivariada entre os marcadores de fibrose e as características clínicas e laboratoriais, a EHT e a classificação sonográfica de Niamey apresentaram correlação forte e direta com a forma clínica (r>=0,77) e moderada e direta com os níveis de AST e GGT (0,45<=r<=0,56). O ponto de corte da EHT para definir a presença fibrose segundo a classificação sonográfica que apresentou a melhor relação de sensibilidade e especificidade foi 6,1 kPa (AUC 0,92) e para fibrose avançada 8,9 kPa (AUC 0,791). Conclusões: A EHT teve correlação direta com a classificação sonográfica de Niamey e foi capaz de diferenciar as formas clínicas da EM. Baseado no valor da AUC, a EHT provou ser eficaz em detectar a presença da fibrose esquistossomótica e pode auxiliar na identificação de formas avançadas da doença hepática causada pelo Schistosoma mansoni.
Descrição
Citação
LIMA, Leila Maria Soares Tojal de Barros. Avaliação da fibrose hepática por elastografia nos pacientes portadores de esquistossomose mansônica 2019.99f. Tese (Doutorado em Gastroenterologia) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.