Lesão renal aguda nos indivíduos internados e submetidos à realização de biópsia de rim primitivo
Nenhuma Miniatura disponível
Data
2018-12-10
Autores
Konigsfeld, Henrique Pinheiro [UNIFESP]
Orientadores
Durão, Marcelino de Souza [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Acute kidney injury (AKI) usually affects elderly patients with a series
of comorbidities, comprising mainly those hospitalized in intensive care units and
those with sepsis. On the other hand, inflammatory renal diseases, especially
glomerulopathies, are potential sources of acute renal dysfunction and frequently
neglected in the epidemiological studies of AKI. The diagnosis of these pathologies is
based on renal histology analysis. Objective: To evaluate the incidence and risk
factors for AKI in hospitalized patients submitted to percutaneous renal biopsy.
Methodology: A retrospective study was carried out in the ward of the Discipline of
Nephrology of São Paulo Hospital / UNIFESP, from 2008 to 2014. We have included
all hospitalized patients, aged ≥ 16 years old, who underwent percutaneous renal
biopsy (Bx). Renal transplant recipients were excluded. The follow-up period was 12
months after Bx. AKI diagnosis was based on the KDIGO system (the criterion of
serum creatinine variation only). Results: Among the 223 individuals evaluated, 140
(62.8%) presented AKI; of which, 91 (65%), 19 (13.6%) and 30 (21.4%) were
classified as stages 1, 2 and 3, respectively. The most prevalent comorbidity was
hypertension (64 [45.7%] vs. 30 [36.1%], p = 0.096) while converting enzyme
inhibitor / angiotensin receptor blocker was the most widely used drug (57 [40.7%] in
the AKI group vs. 45 [54.2%] in the non-AKI group, p = 0.038). The primary indication
for renal biopsy was nephrotic syndrome or nephrotic proteinuria (73 [52.1%] in the
AKI group vs. 51 [61.4%] in the non-AKI group, p = 0.048). Among primary renal
diseases, focal segmental glomerulosclerosis was the most prevalent in AKI group
(24 [17.1%] vs. 15 [18.0%], p = 0.150), whereas, considering a secondary cause,
lupus nephritis was the most common in both groups (19 [13.6%] AKI group vs. 11
[13.2%] non – AKI group, p = 0.144). There were more infectious complications in the
AKI group (20 [14.3%] vs. 4 [4.8%], p = 0.02). 19 (8.5%) patients have required
dialysis during hospitalization and all of them have recovered renal function, either
partially or totally, at the end of this study. There were more deaths in the AKI group,
but it was not statistically significant (7 [5.0%] in the AKI group vs. 1 [1.2%] in the
non- AKI group, p = 0.134). A multivariate analysis of risk factors for AKI has shown
the following significant variables: hemoglobin (OR = 0.805, 95% CI 0.681-0.951, p =
0.011), high density lipoprotein (OR = 0.970, 95% CI 0.949-0.992, p = 0.008) and baseline creatinine (OR = 2.703, 95% CI 1.471-4.968, p = 0.001). Conclusion: In a
population of hospitalized patients submitted to percutaneous renal biopsy, especially
composed of patients with glomerulonephritis, we observed a high incidence of AKI.
Higher baseline serum creatinine was an independent risk factor for the occurrence
of AKI while higher levels of hemoglobin and high-density lipoprotein have shown to
be protective against the development of AKI.
Introdução: A lesão renal aguda (LRA) acomete geralmente pacientes idosos com uma série de comorbidades, internados em unidades de terapia intensiva e que tem a sepse como sua principal causa. Por outro lado, as doenças renais inflamatórias, em especial as glomerulopatias, são potenciais fontes de disfunção renal aguda e frequentemente negligenciadas nos estudos epidemiológicos de LRA. O diagnóstico dessas patologias é realizado através da análise histológica do tecido renal. Objetivo: Avaliar a incidência e os fatores de risco para LRA em pacientes internados e submetidos à biópsia renal percutânea. Metodologia: Estudo retrospectivo, realizado na enfermaria da Disciplina de Nefrologia do Hospital São Paulo/UNIFESP, no período de 2008 a 2014. Foram incluídos todos os pacientes com idade ≥ 16 anos, internados que realizaram biópsia renal percutânea (Bx). Transplantados renais foram excluídos. O período de acompanhamento foi de 12 meses após a Bx. O diagnóstico de LRA foi baseado no sistema KDIGO (somente pelo critério da variação da creatinina sérica). Resultados: Dos 223 indivíduos avaliados, 140 (62,8%) apresentaram LRA. Destes, 91 (65%), 19 (13,6%) e 30 (21,4%) foram classificados como estágios 1, 2 e 3, respectivamente. A comorbidade mais prevalente foi a hipertensão arterial (64 [45,7%] vs. 30 [36,1%], p = 0,096) e a droga mais utilizada, inibidor da enzima conversora/bloqueador do receptor da angiotensina (57 [40,7%] no grupo LRA vs. 45 [54,2%] no grupo sem LRA, p= 0,038). A principal indicação de biópsia renal foi proteinúria nefrótica ou síndrome nefrótica (73 [52,1%] no grupo LRA vs. 51 [61,4%] no grupo sem LRA, p = 0,048). Dentre as doenças renais primárias, a glomeruloesclerose segmentar e focal foi a mais prevalente no grupo LRA (24 [17,1%] vs. 15 [18,0%], p= 0,150). A nefrite lúpica foi a causa secundária mais comum em ambos (19 [13,6%] no grupo LRA vs. 11 [13,2%] no grupo sem LRA, p = 0,144). Houve mais complicações infecciosas no grupo LRA (20 [14,3%] vs. 4 [4,8%], p = 0,02). Dos 19 (8,5%) pacientes que necessitaram de diálise durante a internação, todos recuperaram parcial ou totalmente a função renal ao final do período do estudo. Houve mais óbitos no grupo com LRA, porém a diferença não foi estatisticamente significativa (7 [5,0%] no grupo LRA vs. 1 [1,2%] no grupo não LRA, p = 0,134). A análise multivariada dos fatores de risco para LRA mostrou as seguintes vairáveis significantes: hemoglobina (OR=0,805, IC 95% 0,681 – 0,951, p= 0,011), lipoproteína de alta densidade (OR= 0,970, IC 95% 0,949 – 0,992, p= 0,008) e a creatinina basal (OR= 2,703, IC 95% 1,471 – 4,968, p = 0,001). Conclusão: Numa população de pacientes internados e submetidos à biópsia renal percutânea, composta especialmente de portadores de glomerulonefrites, observamos alta incidência de LRA. Creatinina basal sérica mais elevada foi fator de risco independente para ocorrência de LRA. Níveis mais altos de hemoglobina e de lipoproteína de alta densidade mostraram-se protetores ao desenvolvimento de LRA.
Introdução: A lesão renal aguda (LRA) acomete geralmente pacientes idosos com uma série de comorbidades, internados em unidades de terapia intensiva e que tem a sepse como sua principal causa. Por outro lado, as doenças renais inflamatórias, em especial as glomerulopatias, são potenciais fontes de disfunção renal aguda e frequentemente negligenciadas nos estudos epidemiológicos de LRA. O diagnóstico dessas patologias é realizado através da análise histológica do tecido renal. Objetivo: Avaliar a incidência e os fatores de risco para LRA em pacientes internados e submetidos à biópsia renal percutânea. Metodologia: Estudo retrospectivo, realizado na enfermaria da Disciplina de Nefrologia do Hospital São Paulo/UNIFESP, no período de 2008 a 2014. Foram incluídos todos os pacientes com idade ≥ 16 anos, internados que realizaram biópsia renal percutânea (Bx). Transplantados renais foram excluídos. O período de acompanhamento foi de 12 meses após a Bx. O diagnóstico de LRA foi baseado no sistema KDIGO (somente pelo critério da variação da creatinina sérica). Resultados: Dos 223 indivíduos avaliados, 140 (62,8%) apresentaram LRA. Destes, 91 (65%), 19 (13,6%) e 30 (21,4%) foram classificados como estágios 1, 2 e 3, respectivamente. A comorbidade mais prevalente foi a hipertensão arterial (64 [45,7%] vs. 30 [36,1%], p = 0,096) e a droga mais utilizada, inibidor da enzima conversora/bloqueador do receptor da angiotensina (57 [40,7%] no grupo LRA vs. 45 [54,2%] no grupo sem LRA, p= 0,038). A principal indicação de biópsia renal foi proteinúria nefrótica ou síndrome nefrótica (73 [52,1%] no grupo LRA vs. 51 [61,4%] no grupo sem LRA, p = 0,048). Dentre as doenças renais primárias, a glomeruloesclerose segmentar e focal foi a mais prevalente no grupo LRA (24 [17,1%] vs. 15 [18,0%], p= 0,150). A nefrite lúpica foi a causa secundária mais comum em ambos (19 [13,6%] no grupo LRA vs. 11 [13,2%] no grupo sem LRA, p = 0,144). Houve mais complicações infecciosas no grupo LRA (20 [14,3%] vs. 4 [4,8%], p = 0,02). Dos 19 (8,5%) pacientes que necessitaram de diálise durante a internação, todos recuperaram parcial ou totalmente a função renal ao final do período do estudo. Houve mais óbitos no grupo com LRA, porém a diferença não foi estatisticamente significativa (7 [5,0%] no grupo LRA vs. 1 [1,2%] no grupo não LRA, p = 0,134). A análise multivariada dos fatores de risco para LRA mostrou as seguintes vairáveis significantes: hemoglobina (OR=0,805, IC 95% 0,681 – 0,951, p= 0,011), lipoproteína de alta densidade (OR= 0,970, IC 95% 0,949 – 0,992, p= 0,008) e a creatinina basal (OR= 2,703, IC 95% 1,471 – 4,968, p = 0,001). Conclusão: Numa população de pacientes internados e submetidos à biópsia renal percutânea, composta especialmente de portadores de glomerulonefrites, observamos alta incidência de LRA. Creatinina basal sérica mais elevada foi fator de risco independente para ocorrência de LRA. Níveis mais altos de hemoglobina e de lipoproteína de alta densidade mostraram-se protetores ao desenvolvimento de LRA.
Descrição
Citação
KONIGSFELD, Henrique Pinheiro. Lesão renal aguda nos indivíduos internados e submetidos à realização de biópsia de rim primitivo. 2018. 50 f. Tese (Doutorado em Nefrologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, 2018.