Influência Do Coacervado De Proteínas Do Soro Do Leite E Galactooligossacarídeo Na Resposta Inflamatória, Perfil Dos Fosfolipídeos E Microbiota Intestinal Em Camundongos Com Obesidade Induzida Por Dieta

Data
2018-07-12
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Whey protein products such as Coacervate whey protein (Coa), galactooligosaccharide (Gos) and both associated (COAG) were tested in mice fed with a high fat diet to verify changes on enterocyte structural lipid profile, inflammation and intestinal microbiota composition during obesity. Males C57BL/6 were fed normolipid and high fat diets, divided into five experimental groups: 1) Normolipid control (Nwater), 2) High fat control (HFwater), 3) High fat + Coa (HFCoa), 4) High fat + Gos (HFGos) and 5) High fat Coa + Gos (HFCOAG), for 16 weeks treatment. Stool samples were collected at the end of the experiment and frozen in cryotubes for metagenomic analysis. The intestine was divided in: duodenum, cecum and colon, frozen in cryotubes until the processing data for cytokine dosage, evaluation of TLR4 protein and the main classes of fatty acid profile: phosphatidylcholine (PC), phosphatidylethanolamine (PE) and sphingomyelin (SM). The biometric data showed that HFCoa and HFCOAG groups maintained the same body mass gain as normolipid control, but only HFCOAG decreased adiposity and energy efficiency compared HFwater. The different diets changed the gut microbiota. Among treatments, the composition of the HFCOAG gut microbiota was closer to normolipid control group showing high percentages of dissimilarity for healthy state bacteria such as Lachnospiracea and Porphyromonas and the taxon RF39 as microbial signature. HFCoa group showed the best anti-inflamatory activity in the cecum (IL / 10 / TNFα). HFGos group decreased IL-1β with concomitant high levels of IFNγ, which correlated positively with Bilophila genus suggesting an influence of this taxon on IFNγ production. The percentage of vaccenic acid (18: 1n7) in the SM class of colon membrane increased in all treatments showing its possible relation with lipid raft instability on TLR4 activation. TLR4 receptors showed no difference in its expression, but changes on its activation is inferred since a decrease of the IL-6 was observed in this tissue. HFCOAG treatment increased vaccenic and myristoleic acid (14: 1n9) in SM class demonstrating correlations with an improvement of anti-inflammatory activity in colon. The increase of vaccenic acid was correlated to the Mogibacteriacea taxon. HFGos treatment increased palmitoleic acid (16: 1n7) in PC class, which was negatively correlated with an anti-inflammatory activity in colon. In general, there was a clear diet influence that directly promotes changes in gut microbiota profile and alters metabolic response during obesity as consequence. COAG showed the best preventive response among treatments in this research, but more studies are necessary to evaluate other metabolic aspects in different tissues and on the development of this compound that may be used as a prophylactic against obesity in the future.
Produtos derivados do soro de leite, como o Coacervado de proteínas do soro de leite (Coa), galactooligossacarídeo (Gos) e ambos associados (COAG) foram testados em camundongos submetidos à dieta hiperlipídica com o objetivo de verificar mudanças no perfil lipídico estrutural dos enterócitos, na inflamação e na composição da microbiota intestinal durante a obesidade. Foram utilizados camundongos machos C57BL/6, submetidos à dietas normolipídicas e hiperlipídicas, divididos em cinco grupos experimentais: 1) Controle Normolipídico (Nágua), 2) Controle Hiperlipídico (HFágua), 3) Dieta hiperlipídica + Coa (HFCoa), 4) Dieta hiperlipídica + Gos (HFGos) e 5) Dieta hiperlipídica Coa + Gos (HFCOAG), que receberam tratamento durante 16 semanas. Amostras de fezes foram coletadas no final do experimento e imediatamente congeladas em criotubos para análise de metagenômica. O intestino foi dividido em suas porções: duodeno, ceco e cólon, congelados em criotubos até a data de processamento para dosagem das citocinas inflamatórias, avaliação da expressão proteica de TLR4 e do perfil dos ácidos graxos das principais classes de membrana: fosfatidilcolina (PC), fosfatidiletanolamina (PE) e esfingomielina (SM). Os dados biométricos mostraram que os grupos HCoa e HFCOAG mantiveram o mesmo ganho de massa corpórea que o controle saudável e somente o HFCOAG apresentou diminuição da adiposidade e eficiência energética comparado ao HFágua. As diferentes dietas influenciaram na diversidade e composição da microbiota intestinal. Dentre os tratamentos, a composição da microbiota do grupo HFCOAG ficou mais próxima do controle saudável demonstrando altas porcentagens de dissimilaridade para bactérias representantes do estado saudável como as Lachnospiracea e Porphyromonas e apresentou o táxon RF39 como assinatura microbiana. O grupo HFCoa apresentou a melhor atividade anti-inflamatória no ceco (IL-10/TNFα). No cólon, o grupo HFGos apresentou diminuição de IL-1β com aumento expressivo do IFNγ, que correlacionou-se positivamente com o gênero Bilophila sugerindo uma influência desse táxon na produção de IFNγ. A concentração de ácido vacênico (18:1n7) na classe SM da membrana do cólon aumentou em todos os tratamentos e isso pode estar relacionado com a instabilidade das balsas lipídicas que ativam os receptores TLR4, que apesar de não demonstrado diferença na sua expressão infere-se uma menor ativação uma vez que foi constatada uma diminuição do IL-6 nesse tecido. O viii tratamento HFCOAG aumentou as porcentagens do ácido vacênico e ácido miristoleico (14:1n9) na classe SM demonstrando correlações desses ácidos graxos associados a uma melhor atividade anti-inflamatória no cólon. O aumento observado do ácido vacênico foi correlacionado ao táxon Mogibacteriacea. O tratamento HFGos aumentou o ácido palmitoleico (16:1n7) na classe PC, que se correlacionou negativamente com a atividade anti-inflamatória no cólon. De uma forma geral, ficou claro que a dieta influencia diretamente no perfil da microbiota intestinal durante a obesidade e consequentemente nas respostas metabólicas associadas. A associação COAG apresentou a melhor resposta preventiva diante das mudanças típicas da obesidade, todavia mais estudos são necessários para avaliar outros aspectos metabólicos nos diferentes tecidos e no desenvolvimento desse composto que poderá ser utilizado futuramente como um profilático contra a obesidade.
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