Craniofaringioma na infância e adolescência: repercussões endócrino-metabólicas

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Date
2017-02-07
Authors
Hernandez, Patricia Debora Cavalcanti Tosta [UNIFESP]
relationships.isAdvisorOf
Castro, Angela Maria Spinola e [UNIFESP]
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Dissertação de mestrado
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Abstract
Objective: To evaluate the clinical and anthropometric characteristics and adiposity indexes of patients with craniopharyngioma and to correlate these parameters with the type of treatment performed, growth hormone deficiency (GHD), recombinant human growth hormone (rhGH) replacement therapy and adiposity at diagnosis. To analyze the risk factors associated with the evolution of obesity from diagnosis to the present moment. Methods: Fifty seven patients treated for craniopharyngioma underwent transversal evaluation (MAE) and survival analysis. Clinical characteristics, hormone replacement, type of treatment, anthropometric variables (Z score of weight and stature, at diagnosis and in MAE), adiposity indexes (Z BMI category at diagnosis and in MAE - overweight or obesity, percentage body fat (%BF), visceral and subcutaneous adipose tissue - VAT and SAT), criteria for metabolic syndrome (MS) were analysed by multiple regression and logistic models. The sample was divided according to GHD and rhGH replacement therapy: GHD with growth without GH, GHD using rhGH in MAE, GHD with prior rhGH use, GHD in programation of use rhGH and non-GHD. Survival analysis assessed the worsening of the Z BMI category according to adiposity indexes at diagnosis, treatment and rhGH replacement. Results: The medium age at diagnosis was 9.6 years-old and in MAE 16.6, 61.4% men. Surgery and radiotherapy (RT) was the most frequent combination of treatment (24/57; 42.1%) were treated with and 54/57 (94.7%) received at least two hormone replacements. Twenty-six of the 57 patients (45.6%) presented GHD with growth without GH. In the survival analysis, median time to worsening Z BMI category was 3.2 years after first treatment, with patients receiving both RT and α-interferon taking longer to worsen. Z BMI worsened equaly over time, regardless of the category at diagnosis. There was no influence of Z stature on Z BMI. The Z BMI at diagnosis worsened the Z BMI in the MAE (p=0.005). %BF was higher in patients with higher Z BMI at diagnosis (p <0.001) and %BF and VAT were lower in patients using rhGH in MAE (p <0.05). Obese patients at diagnosis presented more alteration in waist circumference (WC) (p=0.019) and more occurrence of MS (p=0.031). Conclusions: Patients with craniopharyngioma worsened the category of Z BMI with a median of 3.2 years after the first treatment. Regarding treatment, Z BMI category worsened less with α-interferon and RT use. Regardless of Z BMI category at diagnosis, there was an increase in Z BMI due to real weight gain, without height loss. The higher Z BMI at diagnosis, the higher the Z BMI and the %BF at the MAE. Replacement of rhGH at MAE had a beneficial effect on adiposity, decreasing %BF and VAT.
Objetivo: Avaliar, em pacientes com craniofaringioma, as características clínicas, antropométricas, os índices de adiposidade e, correlacionar esses parâmetros com o tipo de tratamento realizado, deficiência de hormônio de crescimento (GH), uso de hormônio do crescimento recombinante humano (rhGH) e adiposidade à admissão. Analisar os fatores de risco associados à evolução da obesidade desde a admissão até o momento atual. Métodos: Cinquenta e sete pacientes tratados por craniofaringioma, foram submetidos à avaliação transversal (momento atual do estudo - MAE) e à análise de sobrevivência. Foram avaliadas características clínicas, reposições hormonais, tipo de tratamento, variáveis antropométricas (Z-escore de peso e estatura – Z peso e Z estatura, à admissão e no MAE), índices de adiposidade (Z-escore do índice de massa corpórea - Z IMC, sua categoria à admissão e no MAE - sobrepeso ou obesidade, gordura corporal total - %GCT, tecido adiposo visceral e subcutâneo - TAV e TAS) e componentes da síndrome metabólica (SM), por modelos de regressão múltipla e logística. Considerou-se a divisão da amostra, de acordo com a deficiência do GH e uso de rhGH: deficiente de GH (DGH) com “crescimento sem GH”, DGH em uso de rhGH no MAE, DGH com uso prévio de rhGH, DGH em programação de rhGH e não-DGH. A análise de sobrevivência avaliou a piora da categoria do Z IMC de acordo com índices de adiposidade à admissão, tratamento e uso de rhGH. Resultados: A média de idade à admissão foi de 9,6 e no MAE de 16,6 anos, 61,4% homens. O tratamento mais frequente foi (24/57; 42,1%) cirurgia e radioterapia (RT) e 54/57 (94,7%) faziam pelo menos duas reposições hormonais. Vinte e seis dos 57 pacientes (45,6%) apresentavam DGH com crescimento apropriado (sem GH). Na análise de sobrevivência, a mediana do tempo de piora da categoria do Z IMC foi 3,2 anos após o primeiro tratamento, sendo que os pacientes que receberam RT e α-interferon demoraram mais para piorar. O Z IMC piorou igualmente ao longo do tempo, independente da sua categoria ao diagnóstico. Não houve influência do Z estatura sobre o Z IMC. O Z IMC à admissão piorou o Z IMC no MAE (p=0,005). A %GCT foi maior nos pacientes com Z IMC mais elevado à admissão (p<0,001) e a %GCT e o TAV foram menores nos pacientes em uso de rhGH no MAE (p<0,05). Os obesos à admissão apresentaram mais alteração na circunferência da cintura (CC) (p=0,019) e mais ocorrência de SM (p=0,031). Conclusões: Os pacientes com craniofaringioma pioraram a categoria do Z IMC com mediana de 3,2 anos após o primeiro tratamento. Em relação ao tratamento, a categoria do Z IMC piorou menos com uso de α-interferon e RT. Independente da categoria do Z IMC à admissão, houve aumento do Z IMC às custas de ganho real de peso, sem perda de estatura. Quanto maior o Z IMC à admissão, maior o Z IMC e a %GCT no MAE. O uso do rhGH no MAE teve efeito benéfico sobre a adiposidade, diminuindo a %GCT e o TAV.
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