Caracterização dos usuários de crack que não recaem após o tratamento

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Data
2018
Autores
Ida da Cruz, Joselaine [UNIFESP]
Orientadores
Nappo, Solange Aparecida [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: Crack remains a challenge for public health in the area of drugs. Being a drug with intense effects, fast and low cost has been making new users. Understanding this crack user who does not fall after treatment becomes necessary for the development of public policies aimed at their treatment. Objective: To characterize crack users who did not relapse during the abstinence phase, soon after treatment, in the city of São Paulo and Recife. Method: A quantitative study with 700 crack users, both sexes seeking treatment for crack dependence in Clinical Medicine, Therapeutic Communities (CT) and Psychosocial Alcohol and Drug Assistance Center (CAPS AD). The obtained data were analyzed descriptively and for the categorical variables absolute and relative frequencies were presented and for numeric variables, summary measures. The stocks of associations between two categorical variables were verified using the chi-square test, or alternatively in cases of small samples the Fisher's exact test. A significance level of 5% was used for all statistical tests. The statistical software used for the analysis was SPSS 20.0. Logistic regression allowed us to simultaneously identify the effects of demographic characteristics, history of crack use and treatment on the occurrence of non-relapse. Results: Data from 700 crack users were analyzed and a predominance of male users was observed, mean age was 34 years (DP3 = 9.1 years), with a minimum age of 16 years and a maximum age of 62 years of age, evangelical religion (41.4%), unemployed and not looking for a job (35.8%), the main source of employment or spout (42.7%), single love relationship with no fixed relationship (46.3%). After the post-treatment follow-up, it was noted that 7.1% (n = 50) did not present relapses. In the non-relapsed group, there were lower percentages of binge practice (52.0% versus 81.9%), dependency (92.0% vs 98.6%), being absent in life (80.0% % vs. 98.9%) compared to the relapsed group. Singles with a fixed or separated / divorced / widowed relationship presented a non-relapse chance higher than those who had no fixed relationship (3.0 times and 2.8 times, respectively). Conclusion: Data from this research indicate that crack users have a high propensity to relapse into drug use in the first few months after treatment. Marital status, religion, housing, binge, abstinence and dependence are important factors that can lead the user to crack the production of fissure leading to relapse.
Introdução: O crack continua sendo um desafio para a saúde pública na área de drogas. Por ser uma droga com efeitos intensos, rápidos e de baixo custo vem fazendo novos usuários. Compreender esse usuário de crack que não recai após o tratamento torna-se necessário para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao seu tratamento. Objetivo: Caracterizar os usuários de crack que não sofreram recaídas durante o início da fase de abstinência, logo após o tratamento, no município de São Paulo e Recife. Metodologia: Estudo quantitativo com 700 usuários de crack, de ambos os sexos que buscavam tratamento para a dependência de crack em Clínicas Médicas, Comunidades Terapêuticas (CT) e Centro de Assistência Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD). Os dados obtidos foram analisados descritivamente e para as variáveis categóricas foram apresentadas frequências absolutas e relativas e para variáveis numéricas, medidas-resumo. As existências de associações entre duas variáveis categóricas foram verificadas utilizando-se o teste de Qui-Quadrado, ou alternativamente em casos de amostras pequenas o teste exato de Fisher. Para todos os testes estatísticos foi utilizado um nível de significância de 5%. O software estatístico utilizado para a análise foi o SPSS 20.0. A regressão logística permitiu identificar simultaneamente os efeitos das características demográficas, de história de uso do crack e tratamento sobre a ocorrência de não recaída. Resultados: Os dados de 700 usuários de crack foram analisados e observou-se predominância de usuários do sexo masculino, média das idades foi de 34 anos (DP3 = 9,1 anos), sendo observada uma idade mínima de 16 anos e máxima de 62 anos, religião evangélica (41,4%), ocupação desempregado e não procurando emprego (35,8%), principal fonte de renda emprego ou bico (42,7%), tipo de moradia casa/apartamento (46,1%), relacionamento amoroso solteiro sem relacionamento fixo (46,3%). Após o acompanhamento pós-tratamento, nota-se que 7,1% (n=50) não apresentaram recaídas. Observou-se no grupo sem recaída porcentagens menores de prática de binge (52,0% contra 81,9%), de dependência (92,0% contra 98,6%), de ter ficado em abstinência na vida (80,0% contra 98,9%) comparativamente ao grupo com recaída. Os solteiros com relacionamento fixo ou separado/divorciado/viúvo apresentaram chance de não recaída superiores ao daqueles solteiros sem relacionamento fixo (3,0 vezes e 2,8 vezes, respectivamente). Conclusão: Os dados dessa pesquisa apontam que os usuários de crack têm grande propensão a recair ao uso da droga nos primeiros meses após o tratamento. O estado civil, a religião, a moradia, binge, abstinência e dependência são fatores importantes que podem levar o usuário de crack a produção de fissura que leva à recaída.
Descrição
Citação
IDA DA CRUZ, Joselaine. Caracterização dos usuários de crack que não recaem após o tratamento. 2018. Tese (Doutorado) Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2018.