Efeitos comportamentais da privação de sono em camundongos submetidos ao isolamento social: implicações no comportamento tipo esquizofrênico
Data
2015-10-31
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
O isolamento social em roedores é amplamente utilizado como modelo animal de transtornos psiquiátricos como depressão e esquizofrenia, por provocar nos animais o que se chama de síndrome do isolamento. Os efeitos nos animais incluem déficits cognitivos, comportamento antissocial, estereotipia, hiperlocomoção e aumento da reatividade à novidade, e são associadas à manifestações vistas nos pacientes. A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico grave e suas principais manifestações clínicas são sintomas positivos e negativos, déficits cognitivos e distúrbios do sono. O sono está intrinsecamente relacionado à esquizofrenia, com a insônia sendo um dos principais sintomas e podendo se apresentar como um prelúdio para o aparecimento dos outros sintomas. Assim, a hipótese do presente trabalho é de que a privação do sono pode precipitar ou potencializar comportamentos do tipo esquizofrênico exibidos por camundongos submetidos ao modelo animal do isolamento social. Para testar essa hipótese buscou-se investigar os efeitos comportamentais da privação do sono em camundongos submetidos ao isolamento social. Camundongos machos recém-desmamados foram submetidos ao isolamento social por 60 dias, e em seguida, submetidos a uma sessão de privação do sono por gentle handling (3 h) ou pelo método das plataformas múltiplas (24 h). Os camundongos passaram por testes de cognição, interação social, estereotipia induzida por apomorfina e hiperlocomoção induzida por anfetamina. Os resultados mostraram que o isolamento social produz os efeitos esperados do modelo. Além disso, um curto período de privação de sono total pelo método do gentle handling pode potencializar os efeitos do isolamento social sobre a função cognitiva, comportamentos estereotipado e antissocial, bem como sobre o efeito estimulante agudo da anfetamina. Já o protocolo de privação de sono pelo método das plataformas múltiplas pode potencializar os efeitos do isolamento social sobre a função cognitiva, o comportamento antissocial e o efeito estimulante agudo da anfetamina. Assim, foi demonstrado que a privação do sono pode constituir uma ferramenta útil para o estudo de modelos animais de esquizofrenia e que o tipo e a duração da privação de sono é um fator importante nesse contexto. O estudo da interação entre sono e esquizofrenia em modelos animais pode ser uma abordagem interessante para investigações posteriores sobre esta doença.
Social isolation in rodents is widely used as an animal model of psychiatric disorders such as depression and schizophrenia, because it causes the isolation syndrome in animals. The effects in animals include cognitive deficits, antisocial behavior, stereotyping, hyperlocomotion and increased reactivity to novelty, and are associated with the manifestations seen in patients. Schizophrenia is a serious psychiatric disorder and its main clinical manifestations are positive and negative symptoms, cognitive impairment and sleep disorders. Sleep is intrinsically linked to schizophrenia, and the insomnia can be one of the main symptoms and may present as a prelude to the appearance of other symptoms. Thus, the hypothesis of this study is that sleep deprivation can precipitate or enhance the schizophrenic behaviors exhibited by mice subjected to the animal model of social isolation. To test this hypothesis we sought to investigate the behavioral effects of sleep deprivation in mice subjected to social isolation. Newly weaned male mice were subjected to social isolation for 60 days and then subjected to sleep deprivation session by gentle handling (3 h) or by the method of multiple platforms (24 h). Mice underwent cognitive testing, social interaction, induced stereotypy Apomorphine and amphetamine-induced hyperlocomotion. The results showed that social isolation produces the effects expected from the model. Furthermore, a short total sleep deprivation by the gentle handling method can potentiate the effects of social isolation on cognitive function, stereotyped, antisocial behavior, as well as acute amphetamine stimulating
Social isolation in rodents is widely used as an animal model of psychiatric disorders such as depression and schizophrenia, because it causes the isolation syndrome in animals. The effects in animals include cognitive deficits, antisocial behavior, stereotyping, hyperlocomotion and increased reactivity to novelty, and are associated with the manifestations seen in patients. Schizophrenia is a serious psychiatric disorder and its main clinical manifestations are positive and negative symptoms, cognitive impairment and sleep disorders. Sleep is intrinsically linked to schizophrenia, and the insomnia can be one of the main symptoms and may present as a prelude to the appearance of other symptoms. Thus, the hypothesis of this study is that sleep deprivation can precipitate or enhance the schizophrenic behaviors exhibited by mice subjected to the animal model of social isolation. To test this hypothesis we sought to investigate the behavioral effects of sleep deprivation in mice subjected to social isolation. Newly weaned male mice were subjected to social isolation for 60 days and then subjected to sleep deprivation session by gentle handling (3 h) or by the method of multiple platforms (24 h). Mice underwent cognitive testing, social interaction, induced stereotypy Apomorphine and amphetamine-induced hyperlocomotion. The results showed that social isolation produces the effects expected from the model. Furthermore, a short total sleep deprivation by the gentle handling method can potentiate the effects of social isolation on cognitive function, stereotyped, antisocial behavior, as well as acute amphetamine stimulating
Descrição
Citação
SILVA, Leonardo Brito Lopes e. Efeitos comportamentais da privação de sono em camundongos submetidos ao isolamento social: implicações no comportamento tipo esquizofrênico. 2015. 129 f. Dissertação (Mestrado em Psicobiologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.