Caracterização dos subtipos histopatológicos de esclerose hipocampal e sua relação com os dados clínicos, neuropsicológicos e imaginológicos
Data
2016-10-25
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Hippocampal sclerosis (HS) is the commonest histopathological finding in mesial temporal lobe epilepsy and neuropathological subtypes of HS are defined by the qualitative patterns of neuronal loss as assessed on NeuN immunohistochemistry. HS, however, may appear intermediate (Ind-HS) or difficult to classify. HS subtypes have been reported to predict memory deficits and seizure outcome following surgery. The purpose of this study was to verify if quantitative analysis using dendritic marker MAP2 would provide a more stringent classification of HS. Furthermore, analyse if HS subtypes, as well as alteration of hippocampal axonal networks, regenerative capacity and neurodegeneration correlated with MRI hippocampal volumes, accompanying memory deficits, and post-operative seizure outcome. This study was performed in two different centres in Brazil and England. The total number of patients selected was 154 (101 type 1 HS, 23 type 2, 2 type 3, 11 no-HS and 18 Ind-HS). Quantitative analysis was carried out on NeuN and MAP2 and a labelling index (LI) calculated for hippocampal subfields. Markers for hippocampal regenerative activity (MCM2, nestin, olig2, calbindin), degeneration (AT8/phosphorylated TAU), mossy-fibre pathway re-organization (ZnT3), and presence of basal dendrites on granule cells were also evaluated. Pathology measures were correlated with clinical, imaging, memory test scores, and post-operative outcomes, at one year following surgery. The mean MAP2 LI in CA4 in Ind-HS was statistically aligned with type 2 HS but not with NeuN labelling. Moderate and severe memory deficits were noted in all HS types. Memory deficits were correlated with multiple pathology factors including lower NeuN or MAP2 LI in CA4, CA1, dentate gyrus and subiculum, poor preservation of the mossy fibre pathway and fewer basal dendrites on granule cells. Smaller hippocampal volumes were associated with type 1 and 2 HS and with CA1, CA3, and CA4 neuronal density. Type 1 HS patients had better seizure control following surgery. Decline in memory at one year associated with AT8 labelling in the subiculum and dentate gyrus and the density of nestin-labelled cells in CA4, but not with HS subtype. We conclude that MAP2 is a useful adjunct in the classification of HS. The smaller hippocampal volumes on MRI indicate significant neuronal loss and HS pattern. HS subtype classification alone is not predictive of memory function, which was associated with multiple pathology factors including hippocampal axonal pathways, regenerative capacity and degenerative changes.
A esclerose hipocampal (EH) é o substrato anatomopatológico mais comum na epilepsia do lobo temporal mesial e os padrões de EH podem ser determinados pela análise qualitativa da perda neuronal nos subcampos hipocampais aplicando a imuno-marcação com NeuN. Entretanto, alguns casos de EH podem apresentar-se intermediários (EH-ind) ou de difícil classificação. Os padrões de EH já foram relacionados aos déficits de memória e ao prognóstico pós-cirúrgico quanto ao controle de crises. O objetivo deste estudo foi verificar se a análise quantitativa da imuno-marcação dendrítica com MAP2 é capaz de auxiliar na classificação da EH. Adicionalmente, avaliar se os padrões de EH, bem como a reorganização axonal, capacidade regenerativa e neurodegenerativa se associam ao volume hipocampal na RM, aos déficits de memória e ao prognóstico pós-operatório. Este estudo foi desenvolvido em dois centros, no Brasil e Inglaterra. Ao todo foram selecionados 154 pacientes (101 com EH tipo 1, 23 EH tipo 2, 2 EH tipo 3, 11 sem EH e 18 com EH-ind). A análise quantitativa e determinação do índice de marcação (IM) foram realizadas para NeuN e MAP2. Marcadores de atividade regenerativa (MCM2, olig2, nestina, calbindina), degeneração (AT8), reorganização das fibras musgosas (ZnT3) e presença de dendritos basais foram analisados. Os dados histopatológicos foram relacionados aos dados clínicos, imaginológicos, neuropsicológicos e de controle de crises um ano após a cirurgia. O IM com MAP2 para os casos de EH-ind foi similar ao encontrado para a EH tipo 2. Déficits de memória moderado a grave foram reportados em todos os tipos de EH e foram correlacionados a múltiplos achados histopatológicos, incluindo: redução do IM com NeuN e MAP2 em CA4, CA1, giro dentado e subículo; menor preservação das fibras musgosas e presença de dendritos basais nas células granulares. Menores volumes hipocampais foram associados aos padrões de EH tipo 1 e 2 e à densidade neuronal de CA1, CA3 e CA4. Os pacientes com EH tipo 1 apresentaram melhor prognóstico pós-operatório quanto controle de crises. O declínio de memória após a cirurgia foi relacionado com a deposição de proteína TAU no subículo e giro dentado e com a densidade de células nestina-positivas em CA4, mas não com os subtipos de EH. Deste modo, o imuno-marcador MAP2 pode ser utilizado como adjunto na classificação dos casos indeterminados de EH. Além do mais, um menor volume hipocampal na RM sugere perda neuronal significativa e pode ser indicativo do padrão de EH. Entretanto, a classificação dos subtipos de EH não é preditiva da preservação da memória, que é associada a múltiplos achados histopatológicos incluindo as alterações nas vias axonais, na capacidade regenerativa e degenerativa do hipocampo.
A esclerose hipocampal (EH) é o substrato anatomopatológico mais comum na epilepsia do lobo temporal mesial e os padrões de EH podem ser determinados pela análise qualitativa da perda neuronal nos subcampos hipocampais aplicando a imuno-marcação com NeuN. Entretanto, alguns casos de EH podem apresentar-se intermediários (EH-ind) ou de difícil classificação. Os padrões de EH já foram relacionados aos déficits de memória e ao prognóstico pós-cirúrgico quanto ao controle de crises. O objetivo deste estudo foi verificar se a análise quantitativa da imuno-marcação dendrítica com MAP2 é capaz de auxiliar na classificação da EH. Adicionalmente, avaliar se os padrões de EH, bem como a reorganização axonal, capacidade regenerativa e neurodegenerativa se associam ao volume hipocampal na RM, aos déficits de memória e ao prognóstico pós-operatório. Este estudo foi desenvolvido em dois centros, no Brasil e Inglaterra. Ao todo foram selecionados 154 pacientes (101 com EH tipo 1, 23 EH tipo 2, 2 EH tipo 3, 11 sem EH e 18 com EH-ind). A análise quantitativa e determinação do índice de marcação (IM) foram realizadas para NeuN e MAP2. Marcadores de atividade regenerativa (MCM2, olig2, nestina, calbindina), degeneração (AT8), reorganização das fibras musgosas (ZnT3) e presença de dendritos basais foram analisados. Os dados histopatológicos foram relacionados aos dados clínicos, imaginológicos, neuropsicológicos e de controle de crises um ano após a cirurgia. O IM com MAP2 para os casos de EH-ind foi similar ao encontrado para a EH tipo 2. Déficits de memória moderado a grave foram reportados em todos os tipos de EH e foram correlacionados a múltiplos achados histopatológicos, incluindo: redução do IM com NeuN e MAP2 em CA4, CA1, giro dentado e subículo; menor preservação das fibras musgosas e presença de dendritos basais nas células granulares. Menores volumes hipocampais foram associados aos padrões de EH tipo 1 e 2 e à densidade neuronal de CA1, CA3 e CA4. Os pacientes com EH tipo 1 apresentaram melhor prognóstico pós-operatório quanto controle de crises. O declínio de memória após a cirurgia foi relacionado com a deposição de proteína TAU no subículo e giro dentado e com a densidade de células nestina-positivas em CA4, mas não com os subtipos de EH. Deste modo, o imuno-marcador MAP2 pode ser utilizado como adjunto na classificação dos casos indeterminados de EH. Além do mais, um menor volume hipocampal na RM sugere perda neuronal significativa e pode ser indicativo do padrão de EH. Entretanto, a classificação dos subtipos de EH não é preditiva da preservação da memória, que é associada a múltiplos achados histopatológicos incluindo as alterações nas vias axonais, na capacidade regenerativa e degenerativa do hipocampo.
Descrição
Citação
JARDIM, Anaclara Prada. Caracterização dos subtipos de esclerose hipocampal e sua relação com os dados clínicos, neuropsicológicos e imaginológicos. 2016. 131 f. Tese (Doutorado em Neurologia - Neurociências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.