Nível socioeconômico e as relações com funções executivas e linguagem em crianças no início da alfabetização
Data
2015-08-26
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Common sense tells us that socioeconomic status (SES) affects cognitive development. However, it remains unclear the impact of SES in different cognitive domains, as which variables of this construct are the most significant to children development. Family SES measured by the following three variables: schooling and profession of the main caregiver, and stimulation at home. This research reports the effects of SES on the language and executive function in children from public schools in Sao Paulo city. This longitudinal study followed children aged from 6 to 8 years in two waves. One hundred and fourteen children were assessed at wave 1 and one year after 46 children were followed up at wave 2. Regression models were carried out to test whether SES measures are good predictors of cognitive abilities. Parental schooling was a significant predictor of language accounting for 14% of variance, although it did not explain the variance in academic achievement one year later. For the second wave, language had a huge impact on reading achievement accounting for 22,4% of the variance found. Hypothesis for these findings are discussed as well the longitudinal data. Suggestions for policymaking based on the data are described and also the contribution for the field.
A ideia que o nível socioeconômico (NSE) exerce influência sobre o desenvolvimento cognitivo parece ser de conhecimento do senso comum. Entretanto, não é claro qual o impacto do NSE em diferentes domínios cognitivos e ainda, quais as variáveis deste construto são as mais significativas para o desenvolvimento infantil. No presente estudo é explorado o efeito do NSE familiar medido a partir de três variáveis: estimulação em casa, profissão e escolaridade dos cuidadores, em tarefas de linguagem e funções executivas em crianças de escolas públicas de São Paulo. Foi adotado um delineamento longitudinal com dois pontos de coleta divididos em Estudo 1 e Estudo 2. Inicialmente 114 crianças entre 6 e 8 anos foram avaliadas (Estudo 1), e destas, 46 reavaliadas um ano mais tarde para o Estudo 2. No Estudo 1 foram testados modelos de regressão para identificar os melhores preditores socioeconômicos para as funções cognitivas e no Estudo 2, os melhores preditores socioeconômicos para as medidas acadêmicas. A escolaridade foi um preditor significativo para as medidas de linguagem testadas, responsável por cerca de 14% da variância encontrada. No Estudo 2 nenhuma variável socioeconômica foi um preditor significativo para as medidas acadêmicas, entretanto 22,4% da variância encontrada no teste de leitura foi explicada pela linguagem. Hipóteses para os resultados dos modelos testados são discutidas, e também o efeito do tempo no Estudo 2 a partir de uma perspectiva desenvolvimental. São ainda apresentadas possíveis contribuições para futuros estudos e políticas públicas.
A ideia que o nível socioeconômico (NSE) exerce influência sobre o desenvolvimento cognitivo parece ser de conhecimento do senso comum. Entretanto, não é claro qual o impacto do NSE em diferentes domínios cognitivos e ainda, quais as variáveis deste construto são as mais significativas para o desenvolvimento infantil. No presente estudo é explorado o efeito do NSE familiar medido a partir de três variáveis: estimulação em casa, profissão e escolaridade dos cuidadores, em tarefas de linguagem e funções executivas em crianças de escolas públicas de São Paulo. Foi adotado um delineamento longitudinal com dois pontos de coleta divididos em Estudo 1 e Estudo 2. Inicialmente 114 crianças entre 6 e 8 anos foram avaliadas (Estudo 1), e destas, 46 reavaliadas um ano mais tarde para o Estudo 2. No Estudo 1 foram testados modelos de regressão para identificar os melhores preditores socioeconômicos para as funções cognitivas e no Estudo 2, os melhores preditores socioeconômicos para as medidas acadêmicas. A escolaridade foi um preditor significativo para as medidas de linguagem testadas, responsável por cerca de 14% da variância encontrada. No Estudo 2 nenhuma variável socioeconômica foi um preditor significativo para as medidas acadêmicas, entretanto 22,4% da variância encontrada no teste de leitura foi explicada pela linguagem. Hipóteses para os resultados dos modelos testados são discutidas, e também o efeito do tempo no Estudo 2 a partir de uma perspectiva desenvolvimental. São ainda apresentadas possíveis contribuições para futuros estudos e políticas públicas.
Descrição
Citação
NIKAEDO, Carolina Cunha. Nível socioeconômico e as relações com funções executivas e linguagem em crianças no início da alfabetização. 2015. 101 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.