Educação física escolar: tenho câncer, posso participar?

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Data
2014-08-09
Autores
Lima, Isabela Lemos de [UNIFESP]
Orientadores
Covic, Amalia Neide Covic [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
This study aims to comprehend how physical activities in Physical Education (PE) classes can help a student under oncologic treatment to find a new significance to her place inside the school culture that she is placed in. Focused on the phenomenon that occurs in a restricted and localized scenario ? the chronically ill student who doesn?t feel to fully belong to the institutions hospital and school, that help in their development ? the problem in this study has the intention to bring knowledge to researchers and professionals who work with education and/or health, and manifest interest for full time service of children and teenagers that remain ill for long periods and attend to regular schools. Nowadays it is becoming more frequent children and teenagers that, due to their health condition have to leave school, to return during of after their treatment. This population, although are special, reveal distinct questions from the populations with physical, mental or even sensorial disabilities. Thus, it justifies the necessity for the development of researches that consider the particularities of this population. Approaching the contemporary questions that the overabundance of facts, spaces and individualization of references underscore the need to give meaning to the present time, this research starts from the observation of the learning experiences in PE classes at a school in the city of São Paulo to understand the reasons why a student who attends a hospital school of the Instituto Oncológico Pediátrico/Grupo de Apoio a Adolescentes e Crianças com Câncer/Universidade Federal de São Paulo claims to not be understood by her school. Under the method of action research, approaches to the Habermas?s theory, whose focus aims to the practice of dialogue in the pursuit of agreement to solve problems installed in a particular society, and through the interviews that involve a student undergoing oncological treatment who has been losing her sight due to the disease, her doctor, her PE teacher, and one of the pedagogical coordinators from the school that she is enrolled. Since it?s about the local culture of a school environment and by the anthropologic place of living steps of life, it cyclically reflects the many and complex factors that interfere on the researched student?s life. Therefore, it concludes that the redefinition of the role played by the student who is an oncological patient with low sight occurs by: the autonomous formation of the student; constructing an environment where all participants learn; the understanding of the disease and its implications on the construction of the school curriculum; the space of the complementarity between school culture of PE and the possibilities and needs of severely ill student; the inclusion of professional training in places involving the school daily problem solving; to assume the individualizations that are presented on the whole, by those involved with the educational process of Basic Education; the parallel learning of teachers on other ways to reflect the issues of daily life and finally by the creation of formative artifacts that enable the exchange of roles without losing each one?s specificity.
Este estudo busca compreender como as atividades físicas nas aulas de Educação Física (EF) podem auxiliar uma aluna em tratamento oncológico a ressignificar seu lugar dentro da cultura escolar em que está inserida. Voltado ao fenômeno que ocorre em um cenário restrito e localizado - o aluno cronicamente enfermo não sentir-se pertencente por completo às instituições que o auxiliam em seu desenvolvimento, a saber hospital e escola -, o problema deste estudo tem intenção de inteirar pesquisadores e profissionais da área da educação e também da saúde que manifestem interesse pelo atendimento integral de crianças e adolescentes que permanecem doentes por longos períodos e frequentam escolas regulares de ensino. Nos dias atuais é cada vez mais frequente o retorno escolar de crianças e adolescentes que, em função de problemas de saúde, precisaram afastar-se da escola. Esta nova população de alunos, embora seja especial, expõe questões distintas das populações que apresentam deficiências motoras, intelectuais ou mesmo sensoriais. Justifica-se assim a necessidade de desenvolvimento de pesquisas que contemplem as particularidades dessa população diferenciada. Abordando as questões da contemporaneidade, em que a superabundância de fatos, espaços e individualização de referências remetem à necessidade de dar sentido ao tempo presente, esta pesquisa se dá a partir da observação das vivências nas aulas de EF de uma escola no município de São Paulo para compreender as razões pelas quais uma aluna que frequenta a escola hospitalar do Instituto Oncológico Pediátrico/Grupo de Apoio a Adolescentes e Crianças com Câncer/ Universidade Federal de São Paulo reclama não ser compreendida em sua escola. Sob o método da pesquisa-ação, aproxima-se da teoria habermasiana, cujo foco é voltado à prática do diálogo em busca de consenso para a solução de problemas instalados em uma determinada sociedade e, por meio de entrevistas, envolve a aluna em tratamento oncológico, que vem perdendo a visão devido à doença, sua médica, sua professora de EF e uma das coordenadoras pedagógicas da escola em que está matriculada. Por tratar da cultura local de um espaço escolar e pelo lugar antropológico de viver etapas da vida, este trabalho reflete ciclicamente os inúmeros e complexos fatores que interferem na vida da aluna investigada. Assim, conclui-se que a ressignificação do lugar ocupado pelo aluno paciente oncológico de baixa visão se dá: pela formação autônoma do aluno; pela construção de um ambiente em que todos os agentes envolvidos aprendam; pela compreensão da enfermidade e de suas implicações na construção do currículo escolar; pelo espaço de complementariedade entre a cultura escolar da EF e as possibilidades e necessidades do aluno gravemente enfermo; pela inclusão de aspectos formativos profissionais em locais que envolvam a resolução de problemas do cotidiano escolar; pelo tomar para si as individualidades na presença do todo, por parte dos envolvidos com o processo de escolarização da Educação Básica; pela aprendizagem da docência em paralelo com outros modos de refletir sobre as questões do cotidiano e, finalmente, pela criação de artefatos formativos que possibilitem as trocas de papéis sem a perda da especificidade de cada um.
Descrição
Citação
LIMA, Isabela Lemos de. Educação física escolar: tenho câncer, posso participar?. 2014. 195 f. Dissertação (Mestrado) - Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, 2014.