Morte e vida em situação de rua: reflexões sobre cuidados paliativos

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Data
2013-02-27
Autores
Pereira, Clara Maria Conde [UNIFESP]
Orientadores
Bretas, Ana Cristina Passarella Bretas [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Background Under the National Health System is the latest model of effective health care to homeless as well as universal access to palliative care. Despite advances in the design of these services, they are still preliminary and not ensure communication between the demands of the street and Palliative Care. This observation embased this study and it brings reflexion to the need of uniting these two issues. Objective Aims to understand the meaning of death and dying for homeless with diseases without therapeutic possibilities of healing. Method The method was the Oral History, thematic mode, because it corresponds to a more restricted narration about a particular topic. Data were collected by interview technique, in a shelter in the city of São Paulo. The study included four adults with chronic therapy without the possibility of healing and an elderly woman with sequelae, caused by leprosy, limiting her quality of life. Three leading themes were used in the analysis: (1) Disease (re) signifying life, (2) Meaning of Death and (3) Difficulty of finding diagnosis and lack of support. Main results We concluded that the Palliative Care Program is not a demand directly stated by interviewees, however the need for comprehensive care and equitable permeated all narratives. The narrators are their own caregivers, and the discovery of their disease triggered more suffering for them than going to the street itself, mainly by the social stigma of HIV / AIDS and leprosy. The social death is prior to biological death, so think about death in the street requires reflection about many deaths that occur concomitantly and may be more significant than the end of life. Considerations The homeless population is aging, so over the years the demand for Palliative Care is increasing. We believe that hospice care is an alternative for those people in advanced stages of the disease, unable to maintain their independence, requiring care, without a support network. We also reinforced the need to implement intersectoral public policies, especially among the areas of Health, Education and Welfare, and the universities that fit the social commitment to the training of professional ethical and sensitive skills with technical, scientific and policy to take care of people on the streets and diseases without therapeutic possibility of healing.
Introdução. No âmbito do Sistema Único de Saúde é recente a efetivação de modelos de assistência à saúde para pessoas em situação de rua, bem como a universalização do acesso aos Cuidados Paliativos. Apesar do avanço na concepção destes serviços, ainda são incipientes e não asseguram a comunicação entre as demandas da rua e as dos Cuidados Paliativos. Este estudo nasce dessa constatação e traz à reflexão a necessidade de unir estas duas questões. Objetivo. Tem por objetivo compreender o significado de morte e morrer para pessoas em situação de rua com doenças sem possibilidades terapêuticas de cura. Método. O método utilizado foi a História Oral, na sua modalidade temática, por corresponder a uma narração mais restrita do entrevistado acerca de um determinado tema. Os dados foram coletados por meio da técnica da entrevista, em um Centro de Acolhida na cidade de São Paulo. Participaram do estudo quatro adultos com doença sem possibilidade terapêutica de cura e uma idosa com sequelas, decorrentes da hanseníase, limitadoras de sua qualidade de vida. Três foram os fios condutores utilizados no processo de análise: (1) Doença (re)significando a vida, (2) Significado da morte e (3) Dificuldade da descoberta do diagnóstico e ausência de apoio. Principais resultados. Depreendemos que os Cuidados Paliativos não são uma demanda diretamente declarada pelos entrevistados, entretanto a necessidade de cuidado integral e equânime permeou todas as narrativas. Os narradores são seus próprios cuidadores e, a descoberta de suas doenças desencadeou mais sofrimento para eles do que a ida propriamente dita para a rua, principalmente pelo estigma social do HIV/AIDS e da hanseníase. A morte social antecede à morte biológica, desta maneira pensar sobre a morte na rua exige refletir a respeito de muitas mortes que ocorrem de forma concomitante e que podem ser mais significativas do que o fim da vida. Considerações finais. A população em situação de rua está envelhecendo, portanto com o passar dos anos a demanda por Cuidados Paliativos será cada vez maior. Acreditamos que os hospices são uma alternativa de cuidado para essas pessoas em fase avançada da doença, sem condições de manter sua independência, necessitando de cuidados, sem uma rede de apoio. Reforçamos também a necessidade da implementação de políticas públicas intersetoriais, especialmente entre as áreas da Saúde, Assistência Social e Educação; sendo que às universidades cabe o compromisso social com a formação de profissionais éticos e sensíveis, com competências técnica, científica e política para cuidar de pessoas em situação de rua e com doenças sem possibilidade terapêutica de cura.
Descrição
Citação
PEREIRA, Clara Maria Conde. Morte e vida em situação de rua: reflexões sobre cuidados paliativos. 2013. 135 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2013.