Fatores associados à sobrevida de mulheres diagnosticadas com câncer de mama em um centro de referência do sudeste do Brasil

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Data
2016-03-31
Autores
Matos, Jessica Carvalho de [UNIFESP]
Orientadores
Schirmer, Janine Schirmer [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: Breast cancer is the second most common cancer worldwide and the most common among women. In Brazil mortality rates are considered high which can probably be attributed to the late diagnosis and treatment. Survival analyzes reflects the different mortality rates in the world, and is an important tool for analyzing results in cancer and epidemiological area using observations contained in health records. Objective: The purpose was to analyze facts surrounding the survival of women diagnosed with breast cancer who were admitted to the Centro de Referência da Saúde da Mulher Pérola Byington, in the city of São Paulo, between 2000 and 2006. Methods: It is a historical cohort type survey, with secondary data and samples from 656 cases. Sociodemographic, clinic and access to health service variables were collected. The survival time was established as the period between the histopathologic diagnosis and death caused by breast cancer. Results: The observed survival rate was of 79.2% during five years of monitoring. Twelve variables were associated to the survival time of women with breast cancer: age group when diagnosed, smoking habits, tumor size, progesterone receptor, p53 tumor marker, number of lymph nodes affected, time between first medical appointment and treatment, cancer stating, type of treatment and surgery, whether or not there was a relapse of metastasis. Conclusions: Understanding breast cancer?s prognostic factors enables a more efficient treatment and increases survival rate. When the time of diagnoses and resolute treatment in order to reduce unnecessary relapses, incapacities and death improves, as a consequence, the survival of women with breast cancer increases, turning into a major challenge for the Sistema Único de Saúde (Unified Public Health System).
A sobrevida reflete as diferentes taxas de mortalidade no mundo, e é uma importante ferramenta para analisar resultados na área oncológica e epidemiológica utilizando-se observações contidas em registros de saúde. Objetivou-se analisar os fatores associados com a sobrevida de mulheres diagnosticadas com câncer de mama em um Centro de Referência da Saúde da Mulher. Trata-se de uma coorte retrospectiva utilizando dados secundários. A população de estudo foi uma amostra de 656 mulheres do total de 4.549 mulheres diagnosticadas com câncer de mama entre 2000 e 2006. Coletou-se variáveis sociodemográficas, clínicas e de acesso ao serviço de saúde. Estratificou-se as pacientes nas categorias óbito e não óbito, sendo o óbito subdividido em óbito por câncer de mama e óbito por outras causas. Para estimar-se a sobrevida, utilizou-se o método Kaplan-Meier. Na comparação das curvas empregou-se o teste de Log Rank e calculou-se a influência das variáveis por meio da regressão múltipla de Cox. As pacientes sobrevivem em média 52,38 meses com intervalo de confiança de 95% e erro padrão de 0,66 meses. A taxa de sobrevivência foi de 79,2 meses. Mulheres nas idades entre 40 e 59 anos apresentam redução no risco de morrer em comparação às mulheres com 60 anos e mais. As tabagistas apresentam um risco de morte maior em relação às não tabagistas. A cirurgia radical e quanto maior o tumor se apresentou demonstrou uma relação com o aumento no risco de óbito por câncer de mama. O risco de uma mulher que apresenta p53 negativo vir a óbito é reduzido quando comparado ao risco das mulheres com p53 positivo. O comprometimento de 1 a 4 linfonodos reduz o risco quando comparados com o comprometimento de 10 e mais linfonodos. A presença de recidiva e metástase proporcionou aumento no risco de óbito. O risco de óbito do tratamento quimioterápico isolado é de 22 vezes em comparação aos demais tratamentos combinados. O tempo entre a 1ª consulta e o início do tratamento não é um fator de risco ou proteção, bem como o tumor ser ou não receptor de progesterona e estrogênio. O risco de uma mulher que apresenta estadiamento I, II e III vir a óbito é reduzido quando comparado às demais. Salienta-se a necessidade urgente de melhora no preenchimento dos dados nos registros de saúde, bem como um rastreamento organizado que possibilite o diagnóstico o mais precocemente possível do câncer de mama no nosso país, de maneira igualitária e justa.
Descrição
Citação
MATOS, Jessica Carvalho de. Fatores associados à sobrevida de mulheres diagnosticadas com câncer de mama em um centro de referência do sudeste do Brasil. 2016. 125 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.