Diagnóstico diferencial do avc (acidente vascular cerebral) pela propedêutica clínica

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2016-06-30
Autores
Colela, Ana Carolina Marques [UNIFESP]
Orientadores
Atallah, Alvaro Nagib Atallah [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Stroke affects thousands of individuals every year and has high mortality. It is the main cause of incapacity among adults. Therapeutic decisions in cases of acute stroke depend on the subtype, i.e. whether it is ischemic or hemorrhagic. This differentiation is done using cranial computed tomography (CT). The two types share some signs, symptoms and risk factors. However, classically, headache, neck stiffness, vomiting and coma are common in hemorrhagic stroke, while atrial fibrillation, atherosclerosis and previous transient ischemic attack (TIA) are common in ischemic stroke. Since therapy depends on quickly making a differential diagnosis, it needs to be asked what the use of making an unprepared clinical diagnosis is. Objective: To investigate the accuracy of the clinical and neurological signs and symptoms, taking cranial CT as the reference standard for making the differential diagnosis of acute stroke cases, as ischemic or hemorrhagic. Methodology: This was a prospective study on consecutive cases that was designed to evaluate the sensitivity and specificity of frequently seen clinical and neurological signs and symptoms: headache, vomiting, diastolic arterial blood pressure ? 110 mmHg, neck stiffness, coma, alcohol consumption within the 24 hours preceding the stroke, systemic arterial hypertension, atrial fibrillation and AIT, seen separately or in combinations. Cerebral CT was taken as the reference standard. A form listing the clinical and neurological signs and symptoms detected was filled out in relation to all the patients. These results were compared with CT performed by independent radiologists who were blind to the previous clinical evaluation. When necessary, the medical files were reviewed to determine risk factors. The data were gathered at the emergency service of a hospital in Marília, Brazil, between December 2006 and January 2010. The patients selected were over 25 years of age, of both sexes, who were admitted to the emergency service within 24 hours of the initial clinical and neurological symptoms, with CT scan performed. Stroke was defined through clear signs and symptoms of a clinical syndrome with cerebral alterations that developed rapidly, comprising focal or overall alterations of cerebral function that lasted for at least 24 hours. Patients with signs and symptoms lasting for more than 72 hours or with previous sequelae due to a previous stroke were excluded. Results: 158 patients were selected and of these, 122 were analyzed. The other 36 were excluded because they did not fit within the inclusion criteria. Among the cranial CT scans performed, 28.3% were done between 24 and 48 hours after the event. 65.3% were diagnosed as ischemic and 34.17% as hemorrhagic. To diagnose hemorrhagic stroke, the sensitivity for headache was 32.5% (95% CI: 18.6?49.1) and specificity 75.6% (95% CI: 64.6?84.6); for vomiting, the sensitivity was 35% (95% CI: 20.6?41.6) and specificity 74.3% (95% CI: 63.2?83.5%); for neck stiffness, the sensitivity was 7.32% (95% CI: 1.54?1.99) and specificity 97.4% (95% CI: 91?99.6); and for coma, the sensitivity was 34.2% (95% CI: 19.1?52.2) and specificity 94.2% (95% CI: 85.8?98.9). The same calculations were made for diastolic arterial blood pressure ? 110 mmHg, atrial fibrillation, systemic arterial hypertension, alcohol consumption and AIT, with similar results for some associations such as being alert and presenting dysarthria, vomiting, headache and alcohol consumption, all with low sensitivity. Conclusion: The clinical data and physical examination did not provide elements for making a consistent differential diagnosis between hemorrhagic and ischemic stroke. Thus, cranial CT becomes essential.
Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) acomete milhares de indivíduos anualmente e tem alta mortalidade, sendo a principal causa de incapacidade em adultos. A decisão terapêutica no AVC agudo depende do subtipo, se isquêmico ou hemorrágico. Essa diferenciação é feita com a tomografia de crânio. Sinais, sintomas e fatores de risco são comuns aos dois tipos. Classicamente, cefaleia, rigidez de nuca, vômitos e coma são comuns no AVCH. Fibrilação atrial, aterosclerose e AIT prévio, no AVCI. Como a terapêutica depende da rapidez no diagnostico diferencial e o acesso a tomografia é limitado no mundo todo, pergunta-se qual a utilidade da avaliação clínica desarmada no diagnostico diferencial dos AVCs. Objetivo: Verificar a acurácia de sinais e sintomas clínicos e neurológicos, tomando-se como padrão referência a TC de Crânio para o diagnóstico diferencial do AVC agudo em isquêmico ou hemorrágico. Metodologia: Estudo prospectivo de casos consecutivos desenhado para avaliar a sensibilidade e especificidade de sinais e sintomas clínicos e neurológicos frequentes, isolados ou em combinações tendo como padrão referência a tomografia computadorizada cerebral. Foi preenchido um formulário de detecção de sinais e sintomas clínicos neurológicos de todos os pacientes, comparando-se os resultados com os tomográficos realizados por médicos radiologistas independentes e cegos à avaliação clínica prévia. Quando necessário foi revisado o prontuário médico para os fatores de risco. A coleta de dados deu-se na Unidade de Urgência e Emergência do HCI ? Marília, de dezembro de 2006 a janeiro de 2010. Foram eleitos os pacientes com mais de 25 anos de idade, de ambos os sexos, admitidos no setor de urgência e emergência com sintomas clínicos neurológicos iniciais dentro de 24 horas e com realização de tomografia computadorizada, o AVC foi definido por sinais e sintomas claros de uma síndrome clínica com alterações cerebrais de desenvolvimento rápido, de alterações focais ou globais da função cerebral durando, pelo menos 24 horas. Os pacientes com sinais e sintomas com duração maior que 72 horas, ou previamente sequela dos devido a AVC prévio foram excluídos. Resultados: foram incluídos 158pacientes com AVC e, desses, 122 foram analisados; 36 não se enquadrarem nos critérios de inclusão. Das TC de crânio realizadas, 28,3% foram feitas entre 24 e 48 horas. 65,3% tiveram diagnostico de AVCI e 34,17% de AVCH. Nenhuma tomografia foi analisada dentro das primeiras 4 horas iniciais dos sintomas. Para o diagnóstico de AVCH, a sensibilidade para cefaleia foi de 32,5%(IC95%: 18,6?49,1) e especificidade de 75,6% (IC95%: 64,6? 84,6); para vômitos a sensibilidade foi de 35% (IC95%: 20,6?41,6) e especificidade de 74,3% (IC95%: 63,2?83,5%); para rigidez de nuca a sensibilidade foi 7,32% (IC95% 1,54?1,99) e especificidade de 97,4% (IC95%: 91?99,6) e, para o coma, a sensibilidade foi 34,2% (IC95%: 19,1?52,2) e especificidade de 94,2% (IC95%: 85,8?98,9). Os mesmos cálculos foram realizados para PAD? 110mmHg, FA, HAS, consumo de álcool, AIT com resultados semelhantes de algumas associações, como estar alerta e com disartria, vômitos, cefaleia e ingesta de álcool, todos com sensibilidade baixa. Conclusão: Os dados clínicos e exame físico não fornecem elementos para o diagnostico diferencial entre AVCH e AVCI de maneira consistente, o que torna a TC de crânio essencial.
Descrição
Citação
COLELA, Ana Carolina Marques. Diagnóstico diferencial do avc (acidente vascular cerebral) pela propedêutica clínica. 2016. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2016.