Estilos parentais como fatores associados ao consumo de tabaco e outros comportamentos de risco entre adolescentes brasileiros

Data
2013
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introdução: A adolescência é uma fase que pode acompanhar vários comportamentos de risco para a saúde, entre as quais o consumo de tabaco e outras substâncias, bem como comportamentos de risco para emagrecer. Entre os fatores associados à proteção destacam-se aspectos do relacionamento entre pais e filhos. No entanto, faltam estudos brasileiros com amostras representativas. Esta dissertação teve por objetivo estudar tais questões a partir de dois estudos baseados em análises secundárias do "VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes pública e Privada de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras". Metodologia: 17.852 estudantes do ensino médio das 27 capitais brasileiras preencheram um questionário em sala de aula, com perguntas sobre consumo de substâncias, comportamentos de risco, relações familiares. O Estudo 1 teve por objetivo analisar a associação entre estilos parentais e consumo de tabaco por familiares e o uso frequente de cigarros em uma amostra representativa de estudantes brasileiros. Os resultados mostraram que 55,4% (95%CI: 54,3-56,5) dos adolescentes eram do sexo feminino, com idade média de 16 anos (EP: 0,04) e 78,5% (95%CI: 75,3-81,3) frequentavam escolas públicas. 3,3% relataram fazer uso frequente de cigarros (6 vezes ou mais no mês). Análises de regressão logística multinomial indicaram maior chance de uso de cigarros (no mês e frequente) para filhos de pais percebidos como indulgentes ou negligentes (comparados aos autoritativos), bem como filhos de pais fumantes (comparados a pais não fumantes). O Estudo 2 teve por objetivo investigar comportamentos de risco para controle de peso, como provocar vômitos ou uso de laxantes, bem como sua associação com consumo de tabaco, binge drinking e estilos parentais entre adolescentes brasileiros. Os resultados apontaram que 55,5% (95%CI: 54,4-56,6) dos adolescentes eram do sexo feminino, com idade média de 15,9 anos (EP: 0,03) e 77,9% (95%CI: 74,7-80,9) frequentavam escolas públicas. Análises de regressão logística indicaram que os estudantes que referiram práticas de risco para emagrecer (no mês) apresentaram maior chance de ser do sexo feminino (aOR 3,10), relataram fumar 6 dias ou mais no mês (aOR 3,80), consumir álcool no padrão de binge drinking (aOR 1,74), bem como perceber seus pais como negligentes (aOR 1,68). Conclusões: A partir dos resultados observados, foi possível evidenciar que os comportamentos de risco estudados parecem estar associados entre si, bem como apresentar associação com os estilos parentais de socialização, entre estudantes brasileiros. Filhos de pais percebidos como indulgentes ou negligentes parecem apresentar maior chance de apresentar comportamentos de risco para a saúde. Filhos de pais fumantes também apresentam maior chance de fumar. Tais resultados indicam a importância de programas de prevenção voltados à saúde que englobem os diversos comportamentos de risco ao adolescente, bem como incluam orientação de pais como alvo das ações
Descrição
Citação
TONDOWSKI, Cláudia Silveira. Estilos parentais como fatores associados ao consumo de tabaco e outros comportamentos de risco entre adolescentes brasileiros. 2013. 103 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2013.
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