Alterações estruturais da formação hipocampal e eplileptogênese: correlação dos dados clínicos, de neuroimagem e de neurofisiologia

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Data
2007
Autores
Hamad, Ana Paula Andrade [UNIFESP]
Orientadores
Sakamoto, Américo Ceiki [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Anormalidades estruturais da formação hipocampal (FH) foram previamente relatadas em pacientes com epilepsia. A proposta deste estudo foi analisar alterações de forma, orientação e posição da FH, FH dismórfica (FHD), em indivíduos hígidos e em pacientes com epilepsia focal secundária à malformação do desenvolvimento cortical (MDC), epilepsia do lobo temporal mesial (EMT) e naqueles com FH dismórfica pura (FHDP), ou seja, com alterações estruturais da FH sem sinais de esclerose do hipocampo associados. Em uma segunda etapa, foram analisados, sob os aspectos clínico e neurofisiológico, os pacientes com FHD, comparando-os com os pacientes com EMT. Foram analisadas as imagens de ressonância magnética de crânio (RM) de 30 indivíduos hígidos, 34 pacientes com MDC, 68 pacientes com EMT e 12 pacientes com FHDP, com ênfase na forma da FH (globosa ou piramidal, ao invés da forma oval), na sua orientação (vertical ao invés de transversa) e na sua posição (mais medial em relação à distância do corno temporal). Os pacientes com FHD foram comparados àqueles com EMT, no tocante aos dados clínicos e neurofisiológicos. FHD não foi observada em nenhum indivíduo hígido, mas em 30 pacientes: em 5 com EMT (EMT-FHD, 7.35%), 13 com MDC (MDC-FHD, 38.23%) (p<0.003) e em todos os pacientes com FHDP. As médias de idade foram 31, 11.15 e 18.92 anos, respectivamente. Para avaliação clínica, estes pacientes foram comparados com aqueles com EMT sem FHD. (EMT puro n=68). A idade da primeira crise epiléptica foi 10.70, 15.00, 4.59 e 15.91 anos para os pacientes com EMT, EMTFHD, MDC-FHD (p<0.010) e FHDP, respectivamente. Vinte e um pacientes com EMT (33.33%) tiveram crise febril, enquanto nenhum paciente dos outros grupos apresentou crise febril como antecedente (p<0.005). Todos os pacientes com EMT eram farmacorresistentes (p<0.0001), enquanto 4 (30.77%) com MDC-FHD e 3 (17.65%) com FHDP tinham crises controladas. A análise eletrográfica interictal demonstrou que 1 (20%) dos pacientes com EMT-FHD não apresentou atividade epileptifome (AE) e os outros 4 (80%) apresentaram AE temporal; 2 pacientes com FHDP (16.67%) não apresentaram AE, 6 (50%) apresentaram AE temporal e 4 (33.33%) AE extratemporal. Os pacientes com MDC-FHD apresentaram padrão heterogêneo de distribuição da AE. Foram registradas crises de 15 pacientes: 3 com EMT-FHD (2 com início temporal ipisilateral à lesão e 1 com início extratemporal), em 6 pacientes com FHDP (2 com início temporal ipisilateral à lesão e 4 com início extratemporal) e em 6 pacientes com MDC-FHD (todos com início extratemporal). No nosso estudo, FHD não foi observada em indivíduos hígidos e foi encontrada mais frequentemente associada à MDC que à EMT. As alterações estruturais da FH não puderam ser correlacionadas com os dados clínicos e neurofisiológicos. Estudos posteriores, com séries maiores, com dados de anatomia patológica, serão necessários para elucidar se a FHD pode efetivamente ser considerada uma lesão malformativa do desenvolvimento cortical e, inclusive, se pode ser o indício de uma lesão cortical mais extensa..
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2007. 110 p.
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