O uso de Luteína e Zeaxantina como corantes intraoculares para cirurgia oftalmológica

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Data
2013
Autores
Sousa-Martins, Diogo [UNIFESP]
Orientadores
Belfort, Rubens Junior [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objetivo: Criar formulacoes intraoculares contendo Luteina e Zeaxantina, isolada ou combinada com Azul Brilhante ou Azul de Trypan, e estudar a seguranca e eficacia destas formulacoes em cirurgia de catarata e vitreorretiniana. Desenho: Desenvolvimento farmacotecnico e estudo experimental pre-clinico. Metodos: O estudo foi desenvolvido em quatro fases: (I) desenvolvimento farmacotecnico: foram criadas formulacoes intraoculares com base na escolha do veiculo, tecnicas de micronizacao, manipulacao, enchimento e esterilizacao e estabilidade das materiasprimas e produtos finais; (II) estudo em olhos cadavericos: foram realizadas cirurgias de catarata e vitreorretiniana de ceu aberto em 102 olhos cadavericos humanos, com um maximo de 12 horas apos obito, fazendo uso de uma escala de graduacao previamente validada para avaliacao da capacidade de tingimento dos tecidos e estruturas corneanas e retinianas; (III) estudo experimental oin-vivoo de toxicidade intravitrea: 26 coelhos dutch-belt usaram as formulacoes preparadas em (I) e realizou-se eletrorretinografia e analise histologica atraves de microscopia optica e eletronica, e (IV) estudo em cultura celular: foi feita avaliacao citotoxica e da proliferacao celular tanto em celulas do epitelio corneano humano como celulas do epitelio pigmentado retiniano humano. Resultados: Solucoes-corantes que fazem uso de oleo de ricino polietoxilado (Cremophor ELO) como veiculo, nao apresentam afinidade corante para a Capsula Anterior, Vitreo, Hialoide Posterior, Membrana Limitante Interna e Membrana Epirretiniana. Adicionalmente, as solucoes contendo Cremophor ELO mostraram-se citotoxicas e inibiram a proliferacao celular. Pelo contrario, solucoes-corantes contendo alcool polivinilico como veiculo mostraram-se eficazes e seguras nos modelos testados. Os testes de eficacia em olhos cadavericos mostraram apenas cinco formulacoes (sem Cremophor ELO) que coraram o vitreo menos de +++/4. Quanto a Capsula Anterior e Membrana Limitante Iinterna, duas formulacoes atingiram a maxima coloracao com os niveis mais baixos de Azul de Trypan e Azul Brilhante, respetivamente: a primeira, Luteina e Zeaxantina a 0,5% associada a Azul de Trypan a 0,04%, e a segunda, Luteina e Zeaxantina a 0,3% associada a Azul Brilhante a 0,025%. O estudo de toxicidade intravitrea mostrou que nenhuma formulacao testada exibe toxicidade oin-vivoo no vitreo e retina. Estes resultados foram corroborados com o teste de citotoxicidade e proliferacao celular, o qual demonstra a ausencia estatisticamente significativa de toxicidade celular nas formulacoes de Luteina e Zeaxantina isolada ou combinada com Azul de Trypan ou Azul Brilhante testadas, usando alcool polivinilico como veiculo. Conclusoes: As solucoes-corantes Luteina e Zeaxantina a 0,3%-1% associada a Azul Brilhante a 0,025% e Luteina e Zeaxantina a 0,5%-1% associada a Azul de Trypan a 0,04%, ambas em alcool polivinilico, foram as melhores formulas em termos de estabilidade, pH e osmolaridade. Estas mesmas formulacoes atingiram os melhores resultados na coloracao da Capsula Anterior, Vitreo e Membrana Limitante Interna de olhos humanos cadavericos. Os testes de toxicidade em coelhos e em cultura celula mostram que estas formulacoes sao seguras para uso em estudos clinicos em pacientes. As solucoes-corantes a base de Luteina e Zeaxantina poderao ser uma alternativa segura e eficaz em cirurgia de catarata e vitreorretiniana
Descrição
Citação
SOUSA-MARTINS, Diogo. O uso de Luteína e Zeaxantina como corantes intraoculares para cirurgia oftalmológica. 2013. 114 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2013.