Estudo clínico e molecular de pacientes com síndrome de Rett.

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Data
2004
Autores
Lima, Fernanda Teresa de [UNIFESP]
Orientadores
Brunoni, Decio [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objetivo: Estudar clinicamente pacientes brasileiras com síndrome de Rett, formas clássica e atípicas; pesquisar mutações de ponto no gene MECP2 e estabelecer correlação entre as principais mutações de ponto encontradas e o fenótipo das pacientes. Método: Foi realizada a avaliação clínica de 105 pacientes, incluindo 2 pares de gêmeas monozigóticas, seguindo um rigoroso protocolo clínico. A avaliação molecular do gene MECP2 foi realizada através de DNA extraído de sangue periférico e amplificação de sua região codificadora, que foi seqüenciada em seqüenciador automático. Resultados: Das pacientes estudadas, 68 por cento apresentavam a forma clássica; 27 por cento, formas atípicas e 5 por cento não puderam ser classificadas, dadas a idade e a clínica apresentadas. Foram encontradas mutações de ponto patogênicas em 64,1 do total das pacientes, 71,4 por cento das pacientes com a forma clássica, 50 por cento das pacientes com a forma atípica e 40 por cento das pacientes não classificadas. Foram encontradas 4 variações não descritas previamente, cuja natureza sugere que sejam patogênicas. As mutações mais freqüentes foram T158M (13 pacientes); R306C (11 pacientes e gêmeas), R168X (9 pacientes e gêmeas); R270X (7 pacientes); R294X (6 pacientes); R255X (5 pacientes). Observou-se uma freqüência maior de mutações de ponto identificadas entre as pacientes clássicas e um início precoce do quadro clínico nas pacientes sem mutações identificadas. As pacientes com mutação que geram um códon de parada prematura da leitura apresentaram um início mais precoce da doença e pontuações maiores na escala de Kerr do que as com mutações que trocam aminoácidos. As pacientes com mutações no sinal de localização nuclear (SLN) apresentaram um início precoce dos sintomas e as com mutações no domínio de repressão a transcrição após o SLN, apresentaram quadros menos graves. As mutações T158M, R306C e R168X foram mais freqüentes nas pacientes com a forma clássica. As pacientes com as mutações R255X e T158M apresentaram maior freqüências de escoliose e as pacientes com as mutações R270X e T158M tiveram uma freqüência menor de convulsões e alterações respiratórias. As pacientes com a mutação R306C obtiveram pontuações menores nas escalas de gravidade utilizadas. Conclusões: A análise de mutações em pacientes afetadas possibilita o estudo dos efeitos fenotípicos das mutações no gene MECP2, ampliando o espectro clínico conhecido e chama a atenção para a importância de modificações epigenéticas que alteram a expressão gênica e geram alterações fenotípicas específicas.
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2004. 163 p.