Perfil clínico e abordagem terapêutica dos pacientes com angina instável ou infarto agudo do miocárdio nao Q. diferenças entre pacientes idosos e não idosos

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Data
1997
Autores
Stefanini, Edson [UNIFESP]
Orientadores
Carvalho, Antonio Carlos [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
A angina instavel e a manifestacao clinica de surtos de isquemia miocardica, resultantes de oclusoes temporarias da coronaria, em consequencia de trombo friavel que se forma sobre uma placa aterosclerotica, geralmente irregular, excentrica e com fissuras. Um colapso de perfusao mais prolongado pode ser suficiente para um sofrimento miocardico mais expressivo, com liberacao enzimatica, mas sem alteracoes tipicas de necrose no eletrocardiograma, caracterizando assim o infarto agudo do miocardio nao Q. Entre os fatores determinantes de evolucao desfavoravel da angina instavel para infarto agudo do miocardio ou obito, destacam-se: idade, diabetes, antecedentes de infarto, angina pectoris ou insufiCiência cardiaca, dor anginosa refrataria a terapeutica e alteracoes eletrocardiograficas compativeis com isquemia aguda, como o desnivelamento de ST. Outros fatores determinantes de mau prognostico incluem padrao angiografico de obstrucao multiarterial e disfuncao de ventriculo esquerdo. A estrategia terapeutica, visando impedir a evolucao para infarto ou obito, inclui o tratamento inicial com drogas antiisquemicas e antitromboticas, para estabilizacao do quadro clinico, a avaliacao do grau de risco e a definicao do diagnostico anatomico, com vistas a eventual indicacao de procedimento terapeutico invasivo de revascularizacao do miocardio: angioplastia ou cirurgia. E reconhecido, hoje, que a populacao de pacientes mais idosos, apesar de constituir um grupo com maior contingente de fatores de risco, nao tem sido beneficiaria dos avancos farmacologicos e, nem mesmo, do desenvolvimento que a tecnologia vem propiciando para melhor utilizacao dos procedimentos invasivos. Visando estabelecer: a) o perfil clinico dos pacientes atendidos na Unidade Coronaria da Disciplina de Cardiologia da UNIFESP; b) analisar a conduta terapeutica; c) a indicacao de procedimentos e d) a evolucao no periodo hospitalar e na pos-alta ate seis meses, foram estudados 146 pacientes com angina instavel ou infarto do miocardio nao Q. Estes pacientes constituiram a participacao da Disciplina de Cardiologia no estudo multicentrico OASIS (Organization to Assess Strategies for Ischemic Syndromes). Procurou-se, ainda, detectar as eventuais diferencas entre o grupo de pacientes idosos (com 65 anos ou mais) e nao idosos. Com excecao de uma maior incidencia de insufiCiência cardiaca previa entre os idosos, e mais frequente antecedente de angioplastia entre os nao idosos, nao se detectou diferenca significante entre os grupos, quanto aos fatores considerados de maior risco, embora os pacientes com mais de 65 anos tenham maior proporcao de antecedentes de infarto e angina. Embora nao tenha ocorrido diferenca estatisticamente significante entre idosos e nao idosos, quanto ao uso dos diversos agentes antiisquemicos, houve uma tendencia ao uso menos frequente de betabloqueadores entre os idosos, o que esta coerente com os relatos da literatura. Tambem nao se verificou diferenca significante quanto a indicacao de cineangiografica ou realizacao de procedimentos terapeuticos invasivos entre os dois grupos, embora tivesse havido menor frequencia relativa de angioplastia ou cirurgia entre os mais idosos, o que tambem e consenso na literatura. No periodo hospitalar, a incidencia de obito foi de 4,11%, sendo maior entre os idosos (p = 0,0448). O infarto agudo do miocardio ocorreu em 10,96% dos pacientes, com maior proporcao entre os idosos, embora sem diferenca estatisticamente significante quando considerados eventos maiores - infarto e obito, sua ocorrencia foi maior entre os idosos (p = 0,0039). Na evolucao pos-alta ate seis meses, embora tenha ocorrido maior proporcao de infarto e obito entre os idosos, esta diferenca nao foi significante do ponto de vista estatistico
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 1997. 139 p.