Comparação das atividades antimicrobianas de meropenem e imipenem/cilastatina: o laboratório necessita testar rotineiramente os dois antimicrobianos?
Data
2002-01-01
Tipo
Artigo
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Meropenem and imipenem are the most active and potent ß-lactams against gram-negative bacteria and the only carbapenems commercially available in Brazil, USA, and Europe. Meropenem has higher in vitro activity against gram-negative bacteria, while imipenem has slightly higher in vitro activity against gram-positive. The objectives of this study are to compare the in vitro activities of these carbapenems and to evaluate the necessity of susceptibility testing both compounds at the routine of the microbiology laboratory. The broth microdilution results of 2,144 gram-negative bacilli were analyzed. Against Enterobacteriaceae meropenem was at least eight-fold more potent than imipenem. Against Pseudomonas aeruginosa meropenem (MIC50, 1mug/ml) was also more potent than imipenem (MIC50, 2mug/ml), and against Acinetobacter baumannii both carbapenems presented similar in vitro activities (MIC50, 1mug/ml for both). Only 2.7% of the isolates presented discrepant category results between the carbapenems; i.e. susceptible to one and resistant to the other. Forty-six isolates (2.14%) were susceptible to meropenem and resistant to imipenem; while only 12 isolates (0.55%) were susceptible to imipenem and resistant to meropenem. The vast majority of discordant results (91.4%) occur among non-fermentative bacilli (NF-BGN). Five discordant results were detected among 1,350 Enterobacteriaceae evaluated (0.37%); while 53 discrepant results were detected among 794 NF-BGN (6.64%). Isolates showing susceptibility to meropenem and resistance to imipenem account for 80% of the discrepant results. The results of this study indicate that the microbiology laboratory may susceptibility test only one of the carbapenems for Enterobacteriaceae and use the same category result for the other one. It is important that the results for both carbapenems are sent to the physicians in order for them to be able to choose the most appropriated for the case. On the other hand, for NF-BGN the laboratory should susceptibility test both carbapenems.
O meropenem e o imipenem representam os ß-lactâmicos com maior espectro e potência antimicrobiana, e são os únicos carbapenêmicos disponíveis para uso clínico no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. O meropenem apresenta atividade in vitro superior contra gram-negativos, enquanto que o imipenem é discretamente mais ativo contra gram-positivos. Os objetivos deste estudo são comparar as atividades in vitro destes dois carbapenêmicos e avaliar a necessidade de o laboratório clínico testá-los em sua rotina. Os resultados da avaliação dos padrões de sensibilidade de 2.144 bacilos gram-negativos pela técnica de microdiluição em caldo foram analisados. Contra enterobactérias, o meropenem apresentou atividade pelo menos oito vezes maior que o imipenem. Contra Pseudomonas aeruginosa, o meropenem (CIM50 de 1mig/ml) também apresentou atividade superior à do imipenem (CIM50 de 2mig/ml), e contra Acinetobacter baumannii, a ação dos dois é equivalente (CIM50 de 1mig/ml para ambos). Somente 2,7% das amostras avaliadas apresentaram resultados discordantes entre os dois carbapenêmicos em termos de categoria de sensibilidade - isto é, foram sensíveis a um e resistentes ao outro. Quarenta e seis amostras (2,14%) foram sensíveis ao meropenem e resistentes ao imipenem, enquanto que somente 12 amostras (0,55%) apresentaram sensibilidade ao imipenem e resistência ao meropenem. A grande maioria dos resultados discordantes (91,4%) ocorreu entre as amostras de bacilos gram-negativos não-fermentadores da glicose (BGN-NF). Entre as 1.350 enterobactérias testadas houve apenas cinco resultados discordantes (0,37%), enquanto que entre os BGN-NF ocorreram 53 (6,67%). Além disso, em cerca de 80%, as amostras foram sensíveis ao meropenem e resistentes ao imipenem. Os resultados deste estudo indicam que o laboratório de microbiologia pode testar apenas um dos carbapenêmicos contra enterobactérias, considerando para o outro o mesmo resultado. É importante que os resultados dos dois carbapenêmicos sejam colocados no relatório, para que o médico possa escolher aquele que achar mais adequado. Por outro lado, para os BGN-NF, o laboratório deve realizar o teste de sensibilidade com os dois carbapenêmicos separadamente.
O meropenem e o imipenem representam os ß-lactâmicos com maior espectro e potência antimicrobiana, e são os únicos carbapenêmicos disponíveis para uso clínico no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. O meropenem apresenta atividade in vitro superior contra gram-negativos, enquanto que o imipenem é discretamente mais ativo contra gram-positivos. Os objetivos deste estudo são comparar as atividades in vitro destes dois carbapenêmicos e avaliar a necessidade de o laboratório clínico testá-los em sua rotina. Os resultados da avaliação dos padrões de sensibilidade de 2.144 bacilos gram-negativos pela técnica de microdiluição em caldo foram analisados. Contra enterobactérias, o meropenem apresentou atividade pelo menos oito vezes maior que o imipenem. Contra Pseudomonas aeruginosa, o meropenem (CIM50 de 1mig/ml) também apresentou atividade superior à do imipenem (CIM50 de 2mig/ml), e contra Acinetobacter baumannii, a ação dos dois é equivalente (CIM50 de 1mig/ml para ambos). Somente 2,7% das amostras avaliadas apresentaram resultados discordantes entre os dois carbapenêmicos em termos de categoria de sensibilidade - isto é, foram sensíveis a um e resistentes ao outro. Quarenta e seis amostras (2,14%) foram sensíveis ao meropenem e resistentes ao imipenem, enquanto que somente 12 amostras (0,55%) apresentaram sensibilidade ao imipenem e resistência ao meropenem. A grande maioria dos resultados discordantes (91,4%) ocorreu entre as amostras de bacilos gram-negativos não-fermentadores da glicose (BGN-NF). Entre as 1.350 enterobactérias testadas houve apenas cinco resultados discordantes (0,37%), enquanto que entre os BGN-NF ocorreram 53 (6,67%). Além disso, em cerca de 80%, as amostras foram sensíveis ao meropenem e resistentes ao imipenem. Os resultados deste estudo indicam que o laboratório de microbiologia pode testar apenas um dos carbapenêmicos contra enterobactérias, considerando para o outro o mesmo resultado. É importante que os resultados dos dois carbapenêmicos sejam colocados no relatório, para que o médico possa escolher aquele que achar mais adequado. Por outro lado, para os BGN-NF, o laboratório deve realizar o teste de sensibilidade com os dois carbapenêmicos separadamente.
Descrição
Citação
Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. Sociedade Brasileira de Patologia ClínicaSociedade Brasileira de PatologiaSociedade Brasileira de Citopatologia, v. 38, n. 1, p. 13-20, 2002.