1º Levantamento nacional sobre padrões de consumo de álcool na população brasileira

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Data
2009
Autores
Zaleski, Marcos José Barreto [UNIFESP]
Orientadores
Pinsky, Ilana [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introdução: este estudo apresenta duas etapas distintas: a metodologia do 1º levantamento nacional sobre os padrões de consumo de álcool na população Brasileira, seguida pela análise dos dados sobre violência entre parceiros íntimos (VPI) e consumo de álcool durante o evento. Objetivos: descrever a metodologia do trabalho de campo e os desafios de sua realização. Analisar os índices de prevalência de violência entre parceiros íntimos (VPI) entre casais brasileiros, avaliando a contribuição do álcool e de fatores sócio-demográficos ao risco de VPI. Metodologia: a metodologia foi desenhada para ter abrangência do território nacional, apresentando um perfil da população brasileira a partir de 14 anos de idade. A amostra populacional total foi composta por 2.522 indivíduos de 14 anos e mais, e uma cota extra de 485 indivíduos entre 14 e 17 anos de idade, totalizando 3.007 entrevistas, com a sub-amostra analisada para os dados de VPI foi composta por 1445 homens e mulheres casados ou vivendo em união estável. Foram selecionados aleatoriamente 143 municípios brasileiros totalizando 325 setores censitários. A amostra foi feita em 03 estágios. Estágio 1: sorteio sistemático dos municípios, selecionados probabilisticamente pelo método PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho), sendo a população de cada município tomada como base para tal seleção. Estágio 2: seleção probabilística dos setores censitários também pelo mesmo método (PPT). Estágio 3: contagem e sorteio aleatório simples dos domicílios e sorteio do respondente, dentro dos domicílios sorteados. As entrevistas foram realizadas entre novembro de 2005 e abril de 2006. Resultados: a taxa de resposta final global obtida foi de 66%, variando de 80 a 56% nas diferentes regiões do Brasil. A maior parte dos casos de não-resposta estava associada a dificuldades no acesso a domicílios em condomínios fechados. Procedimentos especiais de trabalho-de-campo efetuados nas áreas de baixa taxa de resposta tiveram um efeito positivo, aumentando a taxa de resposta final global em cerca de 11 pontos percentuais. Com relação à aos dados de VPI, as análises indicaram uma prevalência de 10,7% de violência de parceiro intimo homem contra mulher e uma prevalência de 14,6% de violência de parceiro íntimo mulher contra homem (incluindo episódios classificados como agressão mútua, somente perpetração e somente vitimização). Os homens consumiam álcool em 38,1% dos casos de VPI e mulheres em 9,2%. A parceira do homem consumia álcool em 30,8% dos atos de VPI e o parceiro da mulher em 44,6%. Foram encontradas associações bivariadas para fatores sócio-demográficos como idade e renda familiar (para ambos os sexos), e ainda para nível educacional com relação à violência perpetrada pela mulher. A análise de regressão logística indicou que o grupo a idade mais jovem (14-29 anos) é um significante fator preditor tanto de perpetração de violência de parceiro homem contra mulher (HMVP) quanto de violência de parceiro mulher contra homem (MHVP). Além do mais, homens que informaram não ter religião têm maior envolvimento em HMVP quando comparado aos Católicos, o maior grupo religioso da amostra. Finalmente, foi observado que ser dona-de-casa é um fator protetor para MHVP, quando comparado ao grupo de mulheres empregadas. Conclusões: o estudo apresenta uma metodologia pioneira nessa área e sua dificuldade de implantação em âmbito nacional, além de trazer um maior conhecimento do relacionamento dinâmico entre VPI e consumo de bebidas alcoólicas durante o evento. Esses dados fornecem importantes evidências científicas, auxiliando na implantação de políticas públicas para prevenção da violência, assim como para a prevenção e tratamento do uso abusivo do álcool e redução do seu custo social.
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2009. 302 p.