PPG - Biodiversidade e Ecologia Marinha e Costeira
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Idade e crescimento da raia-manteiga (Dasyatis hypostigma) (Santos & Carvalho, 2004) (Chondrichthyes: Batoidea – Myliobatiformes: Dasyatidae) do sudoeste do oceano Atlântico(Universidade Federal de São Paulo, 2024-09-20) Torres, Giovanni Arlan [UNIFESP]; Martins, Rodrigo Silvestre [UNIFESP]; Mourato, Bruno Leite [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1600055537789530; http://lattes.cnpq.br/5350064124902777; https://lattes.cnpq.br/5517377954067497; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Dados de história de vida são frequentemente escassos para elasmobrânquios explorados, colocando em risco medidas adequadas de manejo e conservação para esse grupo vulnerável. Nesse estudo, fornecemos estimativas de idade e crescimento para a raiamanteiga Dasyatis hypostigma, um batóide de médio porte endêmico do sudoeste do Oceano Atlântico, sujeito à pressão de pesca desregulada ao longo da costa brasileira. As idades observadas variaram de 0 a 10 anos em machos e de 0 a 11 anos em fêmeas. As marcas de crescimento são formadas sazonalmente, uma vez ao ano. Foram ajustados vários modelos de crescimento aos dados de idade e largura do disco (LD), utilizando uma abordagem Bayesiana. Os modelos de crescimento logístico descrevem melhor o crescimento de machos e fêmeas em termos de realismo biológico e robustez estatística. As fêmeas atingiram tamanhos assintóticos maiores e tiveram coeficientes de crescimento (k) menores do que os dos machos. Os parâmetros de crescimento foram comparáveis aos de D. hypostigma em águas uruguaias e argentinas, embora os machos pareçam crescer mais rápido nas águas brasileiras.
- ItemEmbargoMacroanatomia encefálica de Sphyrna lewini (Griffith & Smith, 1834): implicações neuroecológicas(Universidade Federal de São Paulo, 2024-08-16) Silva, Adeane de Souza [UNIFESP]; Casas, André Luis da Silva [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5720971446393976; http://lattes.cnpq.br/7644046846578539; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)As investigações neuroanatômicas são empregadas a fim de compreender, macroscopicamente, as características do sistema nervoso de um organismo, possibilitando a distinção e a comparação entre indivíduos e/ou espécies. Para os elasmobrânquios, essas análises apresentam-se de forma descritiva, associada às funções destas estruturas. Recentemente, os estudos buscam uma abordagem mais ampla e interdisciplinar, correlacionando aspectos neurológicos com fatores ecológicos. A Neuroecologia investiga a relação entre a ecologia e a organização morfológica do encéfalo de um indivíduo, abrangendo uma das áreas de estudo da Ecomorfologia, que por sua vez busca compreender a relação existente entre a organização estrutural dos organismos e seu nicho ecológico em um arcabouço evolutivo. Nesse contexto, investigamos a neuroecologia de Sphyrna lewini (Griffith & Smith, 1834), uma das espécies de tubarão com maior distribuição geográfica global, e que apresenta características morfológicas e ecológicas particulares que a diferem dos demais elasmobrânquios, como por exemplo, o formato do cefalofólio e os hábitos gregários. Dados ecológicos e morfológicos referentes a esta espécie estão disponíveis na literatura, porém, pouco se sabe sobre suas variações macroanatômicas encefálicas intraespecíficas, tampouco relacionadas a sua ecologia. Tais informações, tornam-se urgentes, devido a alta pressão antrópica sobre a espécie, sobretudo advinda da pesca, que resultou em um acentuado declínio populacional, de forma que S. lewini encontra-se atualmente na lista de espécies ameaçadas de extinção da IUCN, classificada como criticamente ameaçada (CR). Para isso, foram examinados 21 espécimes de S. lewini que variaram de 46,6 a 54,0 cm de comprimento total (CT), categorizados em três intervalos de CT, sendo C1 indivíduos que variaram de 46,6 a 54,0 cm, C2 de 54,94 - 60,63 cm e C3 de 67.99 - 77,89 cm. Resultando na descrição anatômica do telencéfalo, diencéfalo, mesencéfalo, cerebelo e medula oblonga de S. lewini. Foram identificadas variações intraespecíficas, como por exemplo a maior definição dos sulcos e giros cerebelares e a acentuação das fóssulas diencefálicas. Estes resultados foram relacionados a dados obtidos da literatura sobre a ecologia desta espécie, permitindo realizar uma abordagem neuroecológica inédita para S. lewini, que neste estudo demonstrou apresentar variações neuroecológicas desde as primeiras fases ontogenéticas, onde quanto mais complexo o ambiente, maior e mais elaborado estruturalmente será o encéfalo.
- ItemEmbargoAplicabilidade do Índice de Adiposidade para material de necropsia de baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae)(Borowski, 1781)(Universidade Federal de São Paulo, 2024-07-19) Madureira, Lara Bennati [UNIFESP]; Casas, André Luis da Silva [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5720971446393976; http://lattes.cnpq.br/5320137527269712; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Encalhes de carcaças de mamíferos marinhos são fontes de informações valiosas sobre a biologia geral das espécies, incluindo sua saúde populacional, ao evidenciar desde doenças até ameaças antrópicas. No entanto, nem todos os espécimes encalhados são adequados para análise, uma vez que a disponibilidade de alguns tipos de dados depende do nível de decomposição das carcaças. Um desses tipos de dados é o estado nutricional, que depende da integridade estrutural e química do corpo. Carcaças altamente decompostas perdem grande parte de suas propriedades teciduais e bioquímicas, dificultando a avaliação do nível nutricional do indivíduo. Ainda assim, algumas dessas propriedades podem estar suficientemente intactas para análise, como a estrutura celular. Nesses casos, metodologias baseadas no exame histológico, como o índice de adiposidade, podem ser utilizadas para o diagnóstico nutricional pré-óbito dos indivíduos. Este estudo teve como objetivo testar a aplicabilidade da metodologia do índice de adiposidade para diversos níveis de decomposição (COD 2, COD 3 e COD4) da gordura de carcaças de baleias-jubarte, Megaptera novaeangliae, (Borowski, 1781). Amostras coletadas de carcaças encalhadas foram analisadas histologicamente para testar a integridade celular. Diferentes níveis de preservação foram observados, desde adipócitos estruturalmente intactos até células de levemente à altamente deformadas. Amostras com bons níveis de preservação celular puderam ser observadas para todos os CODs, incluindo duas amostras COD4. Tecidos bem preservados de amostras coletadas em necropsia se mostram viáveis para a avaliação do índice de adiposidade. A necessidade de um método padronizado de coleta de gordura durante a necropsia também foi proposto, já que fatores como a forma de conservação do material foram determinantes para a qualidade amostral. Este estudo deve contribuir com as instituições de monitoramento e pesquisa da fauna marinha, otimizando a utilização dos materiais coletados com o refinamento das técnicas de coleta de amostras durante as necropsias.
- ItemEmbargoProdução de Carbonato de Cálcio (CaCO3) por Mussismilia hispida (Verril, 1902) na região subtropical do Sudoeste do Atlântico(Universidade Federal de São Paulo, 2024-07-02) Oliveira, Luiz de Souza [UNIFESP]; Pereira-Filho, Guilherme Henrique [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1211745530577271; http://lattes.cnpq.br/5258773324892469; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Os corais são organismos capazes de sintetizar carbonato de cálcio (CaCO3) para construção do seu esqueleto calcário. Por meio de sua estrutura, formam habitats de alta complexidade bentônica, promovendo assim um ambiente de alta biodiversidade e produtividade marinha. Porém, nas últimas décadas, esses organismos vêm sofrendo uma perda drástica em sua cobertura a nível mundial, tendo como principais ameaças o aquecimento e a acidificação dos oceanos. Apesar disso, há indícios de que a região do Sudoeste do Atlântico (SOA) se mostra como um refúgio frente a essas ameaças globais, onde os corais nessa região apresentam maior resistência à eventos de anomalia térmica, estando menos suscetíveis ao branqueamento e mortalidade em massa. Desse modo, o presente estudo tem como objetivo estimar a produção de carbonato de cálcio na região subtropical do Sudoeste do Atlântico. Foi identificado que a taxa média de crescimento de Mussismilia hispida na região de estudo é de 4,3 ± 1 mm/ano-1 e a produção CaCO3 é de cerca de 1,21 ± 0,5 kg m2 ano-1. Esses valores estão bem próximos as taxas de ambientes recifais de regiões tropicais, como Indo-Pacífico e Caribe, que se encontra em menores latitudes que apresentam condições ambientais ideais para crescimento e calcificação de corais, mostrando que há uma produção de CaCO3 significativa por M. hispida, mesmo estando em uma região subtropical. Quanto a densidade de colônias, mesmo sofrendo com um dos eventos de anomalia térmica mais intensos registrados nos últimos anos, não houveram alterações significativas ao longo do tempo, o que reafirma a ideia de que a região do subtropical do SOA como um refúgio frente às mudanças climáticas. Portanto, mesmo em uma região de elevada latitude, pôde-se identificar uma alta taxa de crescimento, levando a entender que M. hispida apresenta uma importante atuação na produção de CaCO3 para essa região subtropical.
- ItemEmbargoEfeitos da exposição simultânea ao biocida DCOIT e acidificação marinha sobre o anfípode escavador Tiburonella viscana(Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-28) Mandelli, Wanessa Gentil [UNIFESP]; Moreira, Lucas Buruaem [UNIFESP]; Choueri, Rodrigo Brasil [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0408418557980214; http://lattes.cnpq.br/8251258719894689; http://lattes.cnpq.br/5209075236705771; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)O aumento das concentrações de CO2 (dióxido de carbono) leva a dissociação de íons de hidrogênio, e portanto ao fenômeno de acidificação marinha. De acordo com os cenários projetados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) a acidificação pode ocasionar uma redução de 0,3 a 0,4 unidades nos valores de pH da superfície do oceano até o final do século. Outro fator que atua na redução da biodiversidade marinha é a introdução de resíduos químicos pelas atividades humanas. Na atividade de navegação, para a prevenção do problema de colonização de estruturas submersas, incluindo cascos de embarcações, por organismos incrustantes, as superfícies são revestidas por tintas especiais a fim de formar um filme para evitar o assentamento de organismos, chamadas tinta anti-incrustantes. Essas tintas agravam a problemática da poluição marinha, uma vez que têm substâncias biocidas na sua formulação. O biocida anti-incrustante DCOIT, é utilizado principalmente pela sua rápida degradação no ambiente marinho, entretanto os resíduos dessa substância já foram encontrados em matrizes ambientais de várias localidades do mundo. O DCOIT apresenta alta hidrofobicidade e lipofilicidade, tendo o sedimento como seu destino final. O objetivo do presente estudo foi determinar, de forma combinada, os efeitos tóxicos do DCOIT em cenários de acidificação marinha utilizando a resposta de biomarcadores do anfípodo escavador Tiburonella viscana como parâmetro de efeitos subletais em exposições de fase sólida. As concentrações crescentes de DCOIT causaram inibição da resposta da GST, AChE e dano em DNA nos pHs 7,7 e 7,4. Para LPO, houve aumento na resposta para o pH intermediário. Este estudo também mostrou evidências da ação oxidativa e genotóxica do DCOIT, e dos mecanismos de desintoxicação e defesa do T. viscana. Espera-se que os resultados gerados por este estudo gerem informações sobre os riscos ecológicos associados a essa substância num cenário de mudanças climáticas e que possam auxiliar no seu monitoramento, gestão e controle.