Navegando por Palavras-chave "Práxis Transformadora"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Paulo Freire : 100 anos de práxis libertadora : volume II(PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EDUCAÇÃO, 2022) Pini, Francisca Rodrigues de Oliveira [UNIFESP]; Silvestre, Magali Aparecida [UNIFESP]; Batista, Sylvia Helena Souza da Silva [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7613304101759247; http://lattes.cnpq.br/4428320866575246; http://lattes.cnpq.br/7402359906381953Este livro é o segundo volume que realiza o registro e a memória das narrativas compartilhadas na série de eventos organizados pela Unifesp, durante o ano de centenário de Paulo Freire, um dos maiores filósofos da educação. Assim, as escritas que compõem este livro, configuram-se como expressão concreta que, em tempos de retrocesso político e social, o trabalho transformador de educadores/as e pensadores/as, que se inspiram na práxis libertadora de Paulo Freire, continuam vibrantes e radiantes. A multiplicidade das áreas de conhecimento que renova, atualiza e reinventa o pensamento freiriano e a diversidade de possibilidades que a compreensão da pedagogia crítica promove surgem nos textos que fazem parte deste volume. As narrativas estão organizadas em cinco seções que se articulam e traduzem os diversos sujeitos e grupos que participaram de sua construção, fruto das reflexões promovidas em Conferências, Mesas-Redondas, Experiências Culturais, Círculos de Cultura, Ciclos de Debate e Café com Paulo Freire, no cenário do evento “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”. Na primeira seção, intitulada “Educação Popular e Direitos Humanos: por entre as lentes freireanas da emancipação”, Maria Amélia de Almeida Telesabre as discussões com o capítulo Educação Popular Feminista em direitos: uma experiência de 27 anos! Ela reflete a atuação das feministas da União de Mulheres de São Paulo e do Grupo Thêmis do Rio Grande do Sul, que implementaram o projeto Promotoras Legais Populares, após um Seminário Latino Americano e Caribenho, realizado em 1992, com a participação de advogadas feministas de toda a região. No segundo texto desta seção, Francisca Rodrigues de Oliveira Pini problematiza a Educação Popular e a extensão universitária: um encontro com a teoria do conhecimento de Paulo Freire na atualidade. Nele, ela apresenta a educação emancipadora como o fio condutor da educação popular, o que significa a adoção desse referencial para a socialização e formação das pessoas, por meio da práxis político-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem. Na segunda seção, “A teoria de Paulo Freire nas diferentes áreas do conhecimento: ressonâncias”, os/as autores/as Anderson Fernandes de Alencar, Elane Silvino da Silva, Maria Aline da Silva e Maria Isa Basto Ferreira, com o texto Revisitando o legado do educador Paulo Freire: olhares para as tecnologias da informação e comunicação e para formação de professores, fazem um resgate de sua memória a partir do levantamento de materiais de Freire na web, pouco divulgados, apresentado em vários suportes como o imagético, audiovisual e textual. Além disso, realizam uma pesquisa temática nesses materiais, pouco usuais, disponíveis em seu acervo digital, analisando suas falas sob o olhar de duas temáticas: a tecnologia da informação e comunicação, e a educação à distância, bem como a formação de professores(as). No segundo texto desta seção, Paulo Freire nos ensina a olhar, os autores Dinho Lima Flor e Rodrigo Mercadante, por meio do teatro, nos instigam ao exercício de um olhar sempre renovado, vivo e curioso diante da boniteza da diferença e da singularidade. No terceiro texto da seção, o autor João do Prado Ferraz de Carvalho, reflete o Conhecimento histórico escolar e leituras freireanas: usos, aproximações, inspirações e nos convoca a leituras e aproximações em relação à obra de Freire e as áreas do conhecimento, buscando nexos e implicações por leituras que tragam a concepção de história e de educação crítica. A seção se encerra com o texto intitulado Bordaduras Freireanas: proposições para a educação, no qual a autora Ivete Souza da Silva faz reflexões sobre a educação com base na ideia das palavras geradoras de Paulo Freire. Na terceira seção do livro, “Paulo Freire e a educação como práxis: lutas, resistências e criações transformadoras”, o autor Rafael Domingues da Silva apresenta o texto Paulo Freire e Amílcar Cabral: a denúncia da exploração colonialista e o anuncio da educação descolonizada na Guiné-Bissau, África nos anos 1970, que traz a memória histórica do período do exílio em Genebra, Suíça, e a atuação de Paulo Freire no Instituto de Ação Cultural (IDAC) e no Conselho Mundial de Igrejas, quando vivenciou experiências na área de Educação do governo da Guiné-Bissau, África. No segundo texto, as autoras Cristiane Carvalhais Regis e Luci Aparecida Guidio Godinho apresentam os CECI - Centros de Educação e Cultura Indígena: os ensinamentos de bebês e crianças sobre inacabamento e participação e trazem os ensinamentos de Paulo Freire, além da presença da mulher indígena e a participação das crianças e das infâncias guarani de Parelheiros, na construção do Projeto Político Pedagógico, que se constitui do diálogo que procura legitimar as demandas, desejos, necessidades e interesses das aldeias Kurukutu e Tenondé Porã. As autoras Amanda Martins Amaro e Merci Rodrigues Medeiros tratam da pedagogia libertadora de Paulo Freire como referência da prática desenvolvida nos projetos do CIEJA Itaquera desde o ano de 2013, no texto intitulado Paulo Freire, inspiração constante no labor do CIEJA Itaquera. Na sequência, outro texto Relato CIEJA Itaquera: sarau soltando as vozes negras dá continuidade ao texto anterior com o relato de experiência sobre o Sarau do CIEJA, de autoria de Bárbara Dias Lazo Neves, Daini Minutti, Merci Rodrigues Medeiros, Roseli Gomes Santana e Tatiana Cardoso Leal dos Santos Naves. O quinto e último texto intitulado Pensamento crítico e autonomia estudantil nos espaços escolares, de autoria de Nycole Botelho dos Santos, relata práticas de educação libertadora tanto no âmbito das manifestações culturais vivenciadas na escola quanto no âmbito das organizações estudantis com ricas vivências de autonomia e coletividade. A quarta seção, intitulada “Paulo Freire e a Cultura do Diálogo: vozes e seus ecos”, inicia com a autora Márcia Aparecida Jacomini, tendo como texto: Diálogos entre Paulo Freire e Antonio Gramsci, no qual ela reflete a produção teórica e a prática freiriana marcadas pelo pensamento marxista. Dentro do espectro que compõe o marxismo, ela analisou a influência do historicismo dialético de Gramsci na obra de Paulo Freire. No segundo texto da mesma seção, as autoras Geane Carneiro Santos Vieira e Lucila Pesce analisam o Dialogismo e Empoderamento na Formação Docente Continuada In Loco, o qual é parte constitutiva da dissertação de mestrado, pautado no estudo de caso de uma formação docente continuada e em serviço (in loco), em uma escola da rede municipal de educação de São Paulo, para o uso pedagógico das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC). O último texto da seção, da autora Sonia Couto Feitosa, intitulado As práticas de leitura e escrita para crianças, jovens e adultos, em diálogo com a metodologia freiriana, ela enfatiza que a concepção de alfabetização ultrapassa a ideia de que esse processo se reduz a uma técnica de decodificação. Estar alfabetizado implica conhecer a linguagem nos diferentes sentidos que essa possa assumir nos diversos textos e contextos da vida humana. Essa construção coletiva e pessoal passa a ser concebida como capacidade de compreender e comunicar o mundo e as próprias ideias por diversos meios e códigos. A quinta seção contempla cinco textos que abordam sob diferentes experiências vivenciadas pelos/as autores/as a “Arte, cultura e educação como práxis libertadora: tecendo novas possibilidades de vida”. O primeiro texto Arte e cultura como educação popular nas periferias urbanas, de autoria de Tiaraju Pablo D’Andrea aborda a arte e cultura nos contextos urbanos periféricos orientando-se pelas ideias presentes na teoria de conhecimento de Paulo Freire. A autora Simone Carleto escreve Poéticas de (e para) Paulo Freire: construções colaborativas de conhecimento e leitura(s) do mundo, texto no qual indica os Movimentos Populares de Cultura e dos Centros Populares de Cultura como inspiradores da práxis freiriana na arte. O terceiro texto apresenta o Hip Hop como prática da liberdade, nele a autora, Maria Luiza Meneses, traz reflexões e relatos de experiências a partir dos elementos que compõem o movimento: graffiti, MC, break e DJ. Ana Fonseca, no texto Escrevivendo nossa prática, relata a vivência do Coletivo Perifatividade e destaca que a pedagogia de Paulo Freire está viva, sobretudo na periferia das cidades, por meio de iniciativas como os coletivos de saraus, hip-hop e teatro. No quinto e último texto desta seção Paulo Freire na Amazônia: em busca de performances de alfabetização intercultural libertadora, por meio de poemas dialógicos comunitários, como expõe o autor Dan Baron, contextualiza os doze anos do Projeto Rios de Encontro, enraizado na comunidade pescadora afro-indígena de Cabelo Seco, bairro matriz de Marabá, aonde o Rio Itacaiúnas e o Rio Tocantins se encontram na região Sul e Sudeste do Pará na Amazônia Brasileira. A sexta seção Programação reúne o conjunto de atividades que foram desenvolvidas ao longo do ano de 2021. A última seção da obra Agradecimentos destaca o reconhecimento da comissão organizadora a todos aqueles e a todas aquelas que se envolveram e cooperaram para que o evento acontecesse. Por entre narrativas, seções, conexões e amplificações do que foi vivido e experimentado no evento “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”, reconhecemos o lugar da gratidão, da partilha dialógica, do desejo de fomentar trocas e invenções coletivas, da intencionalidade de resistir e de esperançar. Sigamos para a leitura deste e-book. Sigamos para e na (im) permanente aposta na vida justa, digna, solidária e libertadora.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora : volume I(Coleção PPGESIA/UNIFESP, 2022) Silvestre, Magali Aparecida [UNIFESP]; Stangherlim, Roberta; Mizan, Souzana [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4428320866575246; http://lattes.cnpq.br/0630080591569020; http://lattes.cnpq.br/7741811878078430Este livro é o primeiro dos dois volumes que realizam o registro e a memória das narrativas contadas na série de eventos organizados na UNIFESP durante o ano de centenário de Paulo Freire, um dos maiores filósofos da educação e, assim, as escritas se configuram como prova que em tempos de retrocesso político e social, a agência e o trabalho transformador de educadores e pensadores que se inspiram na práxis libertadora de Paulo Freire continuam vibrantes e radiantes. A multiplicidade das áreas de conhecimento que renovam, atualizam e reinventam o pensamento freiriano e a diversidade de possibilidades que esta compreensão da pedagogia crítica promove, surgem nos textos que fazem parte deste volume. Os capítulos, organizados em seções, conversam intensamente entre si e delineiam a diversidade de sujeitos e grupos que participaram de sua produção, resultado das contribuições realizadas em Conferências, Mesas-Redondas, Experiências Culturais, Círculos de Cultura, Ciclos de Debate e Café com Paulo Freire no cenário do evento “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”. Na abertura, Betania Libanio Dantas de Araujo, Célia Regina Batista Serrão, Letícia Coelho Squeff e Rosângela Dantas de Oliveira retomam o processo de criação do selo, criado para marcar a identidade das comemorações do evento “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”, organizado ao longo deste ano do centenário de Paulo Freire na EFLCH. Na primeira seção “Práxis libertadora na e pela educação de jovens e adultos”, Júlio César Zorzenon Costa abre as discussões com o artigo Paulo Freire e a educação de Adultos no debate sobre as características do desenvolvimentismo na virada dos anos 1950-1960 que discute uma proposta freiriana de alfabetização que busca superar a dependência da visão estrangeira sobre a cultura e a educação brasileiras e procura uma forma de conhecimento adequada às necessidades do povo brasileiro visando estabelecer, também, uma aliança entre artistas, intelectuais e trabalhadores nos programas de alfabetização. No segundo capítulo desta seção, Do Stripp-filmes aos podcasts: tecnologias na EJA com Paulo Freire, Jarina Rodrigues Fernandes, Cleide Maria dos Santos Muñoz, Mariah Cruz de Souza Tronco e Nara Venâncio Rossi refletem sobre a tríade Tecnologia, Sociedade e Educação e relatam o trabalho desenvolvido para que aqueles que “já vivenciaram processos de exclusão na escola e teimosos retornam para estudar e se empoderar através de sua palavra, ocupando assim os espaços da sociedade em rede e aprendendo a ler o mundo conectado, também”. Na segunda seção, “Práxis libertadora na e pela escola pública”, Ozani Martiniano de Souza investiga a Contemporaneidade do legado de Paulo Freire no contexto de uma ofensiva conservadora da educação no Brasil através da chave da crise da democracia e da educação do Estado brasileiro e critica “os projetos de formação de uma sociedade disciplinarizada e subordinada a urgência do tempo e a expectativa do mercado”. No segundo capítulo desta seção, Olgair Gomes Garcia discute a formação do educador que privilegia a reflexão e análise da prática e não simplesmente o estudo de abordagens teóricas que devem ser colocadas em prática. O artigo intitulado Artimanhas da exclusão no cotidiano da educação escolar: o PROVE e a inspiração de Paulo Freire como alternativas para uma reflexão sobre a questão defende a formação continuada proposta pelo PROVE e “um formar que se forma e se reforma e que toma forma a cada encontro”. O artigo Extensão como prática de liberdade de João Tristan Vargas começa a próxima seção do livro, “Práxis libertadora na e pela extensão universitária”, apontando iniciativas de projetos e programas de extensão universitária que incluem “iniciativas nos campos da educação, de ativismo cultural, de promoção social e de formas de relacionamento sustentáveis entre as atividades humanas e os ambientes naturais”. No segundo capítulo desta seção, Memórias e Vivências de Educação Popular em Santos/SP: o projeto “Cultura da Palavra e Saúde Mental” da Universidade Federal de São Paulo, Fabrício Gobetti Leonardi, Ana Paula Vicente de Oliveira, Beatriz Ferreira Pontes, Leticia Martins dos Santos Quinta, Maria Luisa de Lima e Silva e Thaynara Leandro dos Reis relatam a importância da emergência dos afetos cotidianos, a necessidade de apreciação dos momentos musicais, o valor dos vínculos criados na confecção de uma colcha de retalhos a várias mãos e a relevância das trocas de saberes. No capítulo Em meio ao caos a esperança: um relato sobre o processo de construção do projeto de extensão Vozes das crianças, adolescentes e jovens: educação em direitos humanos, Juliana Fracaro da Silva destaca percursos educativos que permitem que as crianças e adolescentes se reconheçam como sujeitos fazedores de sua história e protagonistas na transformação de sua sociedade. No último capítulo desta seção, Cursinho Popular CIUNI – Relato de experiência do campus Diadema, Cristiane Gonçalves da Silva, Erika Rosany de Almeida Lima, Nani Junilia de Lima, Romilda Fernández-Felisbino e Suelen Mirota da Silva destacam o papel das universidades no combate das desigualdades sociais, especialmente através dos cursos pré-vestibulares comunitários, e fazem relatos comoventes dos seis anos de atuação do CIUNI. A seção do livro, “Práxis libertadora na e pela afirmação dos direitos humanos”, inicia com o capítulo de João Pedro Innecco Eu que nasci homem e me tornei mulher: a autoria LGBTQIAP+ no cárcere que relata o trabalho que o autor desenvolveu com pessoas LGBTQIAP+ encarceradas para promover a apropriação da linguagem poética pelos participantes. No segundo capítulo desta seção, Reinventando Paulo Freire junto às artes do corpo, Rosana Nogueira Pinto revela que o pensamento de Paulo Freire não pode ser limitado nas instituições escolares e deve contribuir com as reflexões sobre a dramaturgia do corpo e a dramaturgia da mente levando as dançarinas a se escutarem, prática que não é comum nas atuações artísticas do dia-dia. O próximo capítulo, Por uma pedagogia da sustentabilidade: para superar o autointeresse e intensificar a cooperação social de Flávio Tayra, reflete sobre uma pedagogia da ou para uma sustentabilidade não somente antropocêntrica capaz de nos levar a repensar nosso papel como cidadãos criando novas práticas, atitudes e comportamentos, para a construção de novos valores e de uma sociedade sustentável. No último capítulo desta seção, A biblioteca popular Paulo Freire em defesa de seu legado em tempos de retrocessos, Rosa Maria Alves do Nascimento, Sara Alves Bezerra e Tiago Alves do Nascimento fazem um balanço da existência há mais de 2 anos da biblioteca Paulo Freire Jardim Oratório, um espaço onde emergem a sabedoria popular, as manifestações autênticas da cultura do povo e a memória de suas lutas. Na próxima seção do livro intitulada “Práxis libertadora no mundo e com o mundo”, no capítulo A Educação como prática da liberdade: Pensando- -falando com Paulo Freire hoje, traduzido por Rosângela Dantas de Oliveira, Catherine Walsh dialoga com Paulo Freire, sobre uma práxis educativa estratégica, desobediente, rebelde, criativa e insurgente, em três movimentos reflexivos: Com-vivendo e caminhando, Entrelaçando tempos e Causando rupturas e fissuras. O segundo capítulo, Com-vivências: um convite de Adriano Salmar Nogueira e Taveira, traz as memórias do autor de momentos de com-vivência e aprendizagem junto com o Paulo Freire e ressalta a influência deste grande educador na formação docente. Em seguida vem o capítulo de Peter Mayo, Antonio Gramsci e Paulo Freire, traduzido da língua inglesa por Priscila Nascimento Pires e Carlos Eduardo Oliveira Gonçalves. O autor argumenta que as ideias de Paulo Freire e Antonio Gramsci se relacionam, pois são baseadas nas teorias marxistas dando ênfase, também, no papel das condições econômicas nos processos de mudança social e dialogam ainda nas perspectivas no campo da educação que procuram aliar ativismo político e mobilização com um importante trabalho educacional e cultural. O quarto texto desta seção, Paulo Freire, Gramsci e Vygotsky: três comunistas interessantes, de autoria de Lisete Arelaro,1 comentadora da “Mesa Redonda: Diálogos”, que promoveu uma conversa entre os estudiosos Peter Mayo e Peter Jones, delineia as confluências no pensamento dos três teóricos tanto na busca da justiça social através do direito de todos/as à educação quanto na importância da práxis na conscientização de homens e mulheres. O capítulo de Wagner Hosokawa, A contribuição teórico política de Gramsci e Paulo Freire e a questão da centralidade da formação político pedagógica exercida pelos Movimentos Populares e Sociais destaca a relevância dos movimentos populares e sociais no Brasil que têm em Gramsci e Freire duas referências que influenciam os projetos político pedagógicos e a formação política dos movimentos populares e sociais para transformação e libertação da sociedade. A sexta parte do livro reúne os textos dos discursos que foram proferidos por autoridades da Unifesp por ocasião da Mesa de abertura: Paulo Freire:100 anos de práxis libertadora que, ao reconhecerem a legitimidade de se organizar e desenvolver um evento em comemoração ao seu centenário, expõem o quanto o legado de Paulo Freire entranhou-se e se faz presente na gestão universitária da instituição. Nessa direção, o texto Paulo Freire nos conduzirá aos caminhos da reconstrução no pós pandemia, Soraya Shobi Smaili, ao confirmar que a obra do educador pode conduzir a diferentes caminhos e apresentar soluções, mesmo em situações bastante complexas como as que enfrentamos atualmente, reitera a sua influência nas mais diversas áreas em que a Unifesp passou a atuar, após sua expansão, seja nos cursos de licenciatura, nas pesquisas e na pós graduação, ou nas atividades de extensão e reafirma que ao cultivar o pensamento crítico e a formação plena, conforme Paulo Freire sempre defendeu, as universidades públicas representam a mudança e a esperança. Em seguida, no texto A relevância do pensamento freireano, Lia Rita Azeredo Bittencourt, chama à atenção para a necessidade de comemorarmos a vitória da democracia, tema tão caro à Paulo Freire, pela recente nomeação do reitor eleito. Tece considerações sobre o legado de Paulo Freire ser “um farol” que orienta os processos educativos ao colocar o educando como sua finalidade principal. O terceiro texto, A leitura do mundo, de Bruno Konder Comparato, explica que, por defender que a alfabetização e a prática da leitura são formas de desenvolver a compreensão do mundo e a autonomia de pensamento, Paulo Freire, durante a ditadura militar, foi cassado e exilado, por ter sido considerado pelo regime militar como um “perigoso subversivo internacional”. O autor, apoiado pelos escritos de Rancière e bell hooks, reafirma os caminhos da leitura da palavra e da leitura do mundo em seu caráter transformador do pensamento crítico e emancipador dos indivíduos. O último texto, Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora, de Magali Aparecida Silvestre, descreve como o evento foi concebido e organizado e exalta a necessidade de se comemorar os 100 anos de existência de Paulo Freire, principalmente numa época em que enfrentamos inúmeros retrocessos. Assim, o texto expõe a ideia de que essa comemoração “é um ato de resistência, de insubordinação e de esperança, próprios para uma universidade pública que defende e produz cotidianamente o pensamento crítico e a problematização da realidade para que os sujeitos que por ela passam atuem de fato para desenvolver uma práxis libertadora.” A sétima seção do livro expõe a programação do evento ao reunir o conjunto de atividades que foram desenvolvidas ao longo do ano de 2021. A oitava seção, que encerra a obra, exalta os agradecimentos da comissão organizadora a todos aqueles e a todas aquelas que, generosamente, colaboraram dando o apoio necessário e fundamental para que acontecesse o projeto “Paulo Freire: 100 anos de práxis libertadora”, que representa “uma verdadeira experiência de atuação coletiva que a educação libertadora sempre nos ensina”