Navegando por Palavras-chave "Interseccionalidades"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)O Coletivo Feminismo Comunitário faz alusão à ideia de interseccionalidade? Feminismo pra quem?(Universidade Federal de São Paulo, 2023-07-17) Lima, Barbara Souza [UNIFESP]; Mello, Marina Pereira de Almeida [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2995849049404966; http://lattes.cnpq.br/8939407234646612Este Trabalho de Conclusão do curso de Pedagogia, tem como objetivo trazer reflexões a propósito da categoria “interseccionalidade”, pautando-se nas experiências analisadas junto ao Coletivo Cultural Feminismo Comunitário. Sendo este um coletivo cultural localizado na periferia sudoeste da capital paulistana, realizou-se anteriormente uma pesquisa de Iniciação Científica participativa ao coletivo, de 2020 a 2022, com a orientação da Professora Drª Silvia Lopes Raimundo, docente do Departamento de Geografia, no campus Instituto Das Cidades, Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo. A pesquisa inicial deu-se a priori, a partir da existência de espaços criados pela atuação de coletivos culturais, nos quais mulheres negras podem expressar-se e serem ouvidas. E mais do que isso, onde conseguem criar autonomia para organizarem espaços seguros onde acolham suas próprias trajetórias ancestrais. A pesquisa foi construída com o intuito de entender o cotidiano de mulheres negras e periféricas, de forma plural e diversa com todas as suas singularidades. A pesquisa contemplou, de maneira direta e indireta, mulheres que estão na linha de frente da resistência do racismo e machismo, vividos cotidianamente na favela do Real Parque, zona sudoeste da capital paulistana. A pesquisa se deu por meio entrevistas com as lideranças do coletivo e com uma participante das ações organizadas pelo coletivo e com o acompanhamento participativo das ações e tomadas de decisão do grupo. Os resultados da pesquisa estão relacionados ao debate sobre o feminismo e na compreensão de como este se manifesta em movimentos de mulheres que não têm como objetivo fazer estudos teóricos sobre o tema. A partir das leituras e análise das entrevistas, percebeu-se que as integrantes do coletivo e as participantes das ações não fazem estudos sobre o feminismo, a partir da literatura reconhecida nesse campo de lutas e pesquisa. Por outro lado, as entrevistas e análise dos materiais sobre a atuação das mulheres do coletivo indicam que apesar da inexistência de atividades específicas para a discussão sobre o feminismo, há a partir das ações cotidianas, como aulas e encontros entre mulheres, ações capazes de conformar um feminismo na sua prática. Na criação desses espaços por moradoras da favela do Real Parque, a necessidade de construir condições de encontros seguros para esse público, entende-se nas entrelinhas, o exercício de um “feminismo na prática”, aquele que acontece de acordo com a necessidade do território, das mulheres e da comunidade de uma maneira geral. O trabalho visa ressaltar que tal organização se opera atentando-se para as “interseccionalidades”, traço e categoria que distinguem as teorias/práticas de pensadoras negras destacadas e contempladas nessa análise.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Embranquecer o passado, questionar o presente, aspirar ao futuro: percepções sobre raça, classe e gênero entre os jovens do município de Osasco (SP)(Universidade Federal de São Paulo, 2024-08-23) Farias , Ana Carolina Batista de Almeida; Pereira, Alexandre Barbosa; http://lattes.cnpq.br/9605611752948124; http://lattes.cnpq.br/3202496628705583Este trabalho tem por objetivo compreender o que os jovens frequentadores de três escolas estaduais situadas no município de Osasco (SP) em diferentes pontos da cidade têm a nos dizer sobre experiências com a branquitude aspiracional (conceito original desenhado nesta tese em diálogo com a banca de qualificação) e com os marcadores sociais subalternizados. Com base em uma etnografia, foi possível conviver com diversos interlocutores e construir uma narrativa sobre as múltiplas juventudes da cidade. Alguns deles possuem maiores acessos a oportunidades como candidatos à boa projeção de futuro por estarem situados em seus privilégios, seja de território, seja da cor da pele, enquanto outros são vistos como futuros cidadãos não tão promissores justamente por estarem no entrecruzamento de avenidas identitárias. À primeira vista, essa parece uma leitura condicionada ao determinismo, contudo as narrativas dos interlocutores ganham outro sentido a partir do revide de jovens ditos subalternizados que lutam todos os dias por sua sobrevivência, convivem supostamente com problemas de saúde mental e reinventando suas próprias histórias, questionando os modelos adultos centrados na branca cisheteronormatividade em nome de outros jeitos de pensar sobre si, sobre seu grupo social e suas projeções de futuro. As considerações finais revelam que não há um único jeito de ser jovem no município de Osasco, assim como não é possível capturar uma única expectativa de futuro comum entre eles, uma vez que a branquitude aspiracional opera com tamanha sofisticação e atravessa das mais variadas maneiras jovens brancos e não brancos.