Navegando por Palavras-chave "Interações entre plantas"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)A distância filogenética determina o saldo das interações entre plantas em dunas costeiras?(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-08) Costa, Luisa Truffi de Oliveira [UNIFESP]; Castanho, Camila de Toledo [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6667369800261150; http://lattes.cnpq.br/8386384257057721A ecologia filogenética de comunidades busca compreender quais os principais processos ecológicos em uma comunidade a partir da interpretação de padrões filogenéticos da comunidade. Essa abordagem foca principalmente em dois processos: a competição e o filtro ambiental. Assumindo que o conservadorismo de nicho é comum, ou seja, que o nicho de espécies mais próximas na filogenia seja mais similar do que de espécies mais distantes, comunidades com um padrão filogenético agregado são interpretadas como sendo principalmente afetadas pelo filtro ambiental e comunidades com padrão de sobredispersão filogenética como sendo mais afetadas pela competição. O filtro ambiental geraria uma comunidade agregada filogeneticamente porque seria esperado que quando sob o processo de filtro ambiental somente as espécies próximas que compartilham as características necessárias para viver em ambientes severos estariam presentes na comunidade. Por outro lado, a competição geraria uma comunidade sobredispersa filogeneticamente porque seria esperado que espécies próximas na filogenia tivessem maior sobreposição de nicho, levando à exclusão competitiva e em uma comunidade com poucas espécies aparentadas coexistindo. Outros processos ecológicos raramente são considerados em análises de ecologia filogenética. Esse é o caso da facilitação, um processo importante para ecologia vegetal porém pouco explorado pela ecologia filogenética e outras análises ecológicas. A facilitação ocorre quando a performance de uma planta é melhor quando próxima a uma vizinha facilitadora do que quando se desenvolve de forma isolada. A vizinha pode aliviar condições estressantes para plantas menos tolerantes por meio de alterações mbientais como alteração da intensidade solar excessiva, aumento da umidade ou aumento de nutrientes limitantes, por exemplo, pela fixação de nitrogênio. É possível esperar que a facilitação seja mais intensa entre espécies distantes na filogenia por causa da complementaridade de nicho. Até agora existem evidências empíricas e teóricas conflitantes para a utilização da distância filogenética como um proxy para o saldo da interação entre espécies e poucos trabalhos exploram diretamente o efeito da distância sobre o saldo das interações. Entre plantas, o hábito de vida e o estágio ontogenético são reconhecidos como importantes para determinar o saldo das interações. Essas características são, respectivamente, somente parcialmente conservadas e totalmente independentes da filogenia. Isso as torna características interessantes para analisar em conjunto com a distância filogenética. As dunas costeiras são um ambiente severo que pode limitar o desenvolvimento das plantas. Nesse ambiente já foram observadas interações de facilitação e competição, mas ainda carecem explicações sobre quais os principais fatores que determinam o saldo das interações. Neste trabalho avaliamos o efeito da distância filogenética no saldo das interações entre plantas nas dunas costeiras. Também investigamos se o efeito da distância filogenética é modulado pelo hábito de vida e pelo estágio ontogenético das plantas em interação. Para isso, realizamos uma meta-análise, na qual selecionamos estudos que compararam o desempenho de plantas com plantas vizinhas e plantas isoladas em dunas costeiras do mundo todo. Encontramos que a distância filogenética não afeta o resultado das interações entre plantas (163 observações de 25 estudos), nem a combinação de formas de vida, similaridade de hábitos de vida ou estágio ontogenético modulam o efeito da distância filogenética no saldo das interações. Tanto interações positivas quanto negativas foram observadas para interação entre espécies próximas na filogenia e para espécies distantes. Portanto, contrariamente às nossas expectativas, a distância filogenética não foi relevante na determinação das interações entre plantas nas dunas costeiras, mesmo quando considerando o hábito de vida e o estágio ontogenético. Este resultado apoia algumas críticas à ecologia filogenética, principalmente o uso da distância filogenética para inferir processos ecológicos. E também reforça que determinar o saldo das interações entre espécies é uma tarefa complexa e é necessária cautela ao usar proxies para inferi-lo.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Ternstroemia brasiliensis facilita plântulas arbóreas e compete com espécies não arbóreas na restinga arbustiva?(Universidade Federal de São Paulo, 2021-03-24) Nakamassu, Samantha Yumi Matsuda [UNIFESP]; Castanho, Camila de Toledo [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6667369800261150; http://lattes.cnpq.br/9666161791488446Interactions between plants can be positive (facilitation) or negative (competition), depending on the impact on the performance of the target plant. Facilitation between plants is an important interaction to explain the organization of plant communities, especially in environments unfavorable to plant establishment, such as vegetation on a sandy coastal plain (restinga as called in Brazil). The objective of this project was to investigate whether adult plants of Ternstroemia brasiliensis, a typical restinga tree species, facilitate seedlings of other trees species and compete with non-tree species. In an area of shrubby physiognomy at Ilha do Cardoso State Park, south coast of the state of São Paulo state, we tested if the abundance and richness of trees seedlings and non-tree individuals are different under isolated adult of T. brasiliensis when compared to neighboring open areas. For this purpose, 23 pairs of 0.25 m2 plots were allocated, one plot under the canopy of an individual of T. brasiliensis and another 2 m away in an open area without the influence of any tree. Within each plot, seedlings of tree species and non-tree species were identified to estimate total abundance and richness. In addition, we collect microclimatic data to verify whether microclimatic conditions under T. brasiliensis are more favorable to plant establishment. We found greater richness (P=0.04) and abundance (P=0.01) of tree species seedlings under T. brasiliensis, which suggests facilitation. Regarding non-tree species, however, we found no evidence of competition neither facilitation, since abundance (P=0.89) and richness (P=0.85) were similar in both treatments. We also recorded a significant effect of T. brasiliensis on microclimate conditions under its canopy, with a reduction in air temperature (P<0.0001), soil temperature (P<0.0001), light availability (P<0.0001) and, unexpectedly, soil moisture (P<0.0001). One of the possible mechanisms to explain the facilitation of T. brasiliensis on the seedlings of tree species is the shading generated by the canopy of the nursery plant, as it brings benefits by reducing the temperature of the air and soil and protecting young tree from excessive light and wind. In addition, as the luminosity is restricted just during a certain period of the day, the presence of the adult tree probably is not enough to trigger competition for light among species. Finally, we conclude that the improvement of microclimate conditions via shading may be a possible mechanism that explains the facilitation of tree seedlings and that the presence of the nursery does not affect non- tree species. Our results reinforce the importance of facilitation in coastal plain vegetation and its potential use for the recovery and conservation of this threatened ecosystem.