Navegando por Palavras-chave "Epilepsia pós-traumática"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Busca por miRNAs provenientes de exossomos relevantes para epileptogênese(Universidade Federal de São Paulo, 2022) Rueda, Beatriz Enguidanos Villena [UNIFESP]; Belangero, Síntia Iole Nogueira [UNIFESP]; Kuniyoshi, Vanessa Kiyomi Ota [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9370282416280620; http://lattes.cnpq.br/2623781262478620; http://lattes.cnpq.br/3013098793487837O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) é altamente frequente no Brasil, ocorrendo mais de 150 mil casos por ano, e é um grande fator de risco para o desenvolvimento de epilepsia pós-traumática (EPT). Contudo, o tratamento de EPT derivado de TCE ainda é pouco eficaz. Portanto, é necessário investigar novas abordagens, como o uso do biperideno, um medicamento anticolinérgico. MicroRNAs (miRNAs) provenientes de vesículas extracelulares (VEs) podem auxiliar na compreensão das bases biológicas da EPT, uma vez que regulam a expressão gênica e podem ser detectados perifericamente. As VEs são liberadas por vários tipos celulares, como células neurais, e são capazes de atravessar a barreira hematoencefálica. O principal objetivo desse estudo foi identificar padrões de alterações nos níveis de miRNAs carreados por VEs após TCE, que possam estar relacionados com o desenvolvimento de EPT e/ou que estejam relacionados com o tratamento com biperideno. Os objetivos específicos, foram: a) encontrar miRNAs associados à EPT, ao comparar o grupo dos indivíduos que desenvolveram com o dos que não desenvolveram a EPT; b) buscar miRNAs relacionados ao tratamento, ao comparar o grupo dos indivíduos que tomaram placebo com o dos que receberam biperideno; e c) identificar os genes alvo dos miRNAs diferencialmente expressos e as suas vias biológicas enriquecidas na epileptogênese e no tratamento com biperideno. A coleta dos participantes do estudo fez parte de um projeto temático que incluiu um ensaio clínico duplo-cego e randomizado. Foram incluídos 37 indivíduos que sofreram TCE, sendo que a coleta de sangue foi realizada após 10 dias do trauma e do início do tratamento (biperideno ou placebo). Desses 37, 18 receberam biperideno e 19 receberam placebo, e ao todo cinco indivíduos desenvolveram EPT. Primeiramente, foi realizado o isolamento de VEs provenientes do soro, sendo uma parte utilizada para a sua caracterização, de acordo com o seu tamanho e a presença de proteínas de membrana. A outra parte foi utilizada para a extração de miRNAs seguido do preparo de bibliotecas para o sequenciamento de nova geração do miRNoma (conjunto de miRNAs). A análise de expressão diferencial desses miRNAs foi realizada com o auxílio de ferramentas de bioinformática. Em relação aos miRNAs associados com o tratamento, o miR-9-5p (p ajustado < 0,05) apresentou uma expressão diminuída em pacientes que tomaram biperideno. A análise de vias para os alvos desse miRNA mostrou um enriquecimento para a via de ciclo de vesículas sinápticas. O miRNA miR-17-5p, que encontramos com a expressão aumentada em pacientes que tomaram biperideno (p < 0,01), tem como alvos genes das vias de morfogênese dendrítica, regulação da neurogênese e desenvolvimento de axônios. Na análise de miRNAs associados a EPT, embora nenhum tenha sido associado após a correção para múltiplas comparações, destacamos o miR-144-3p, que foi encontrado com uma expressão aumentada em pacientes que desenvolveram EPT (p < 0,01). Os alvos desse miRNA estão enriquecidos para as vias de regulação do desenvolvimento da projeção neuronal, axonogênese e regulação da organização sináptica. Os resultados das vias biológicas encontradas como enriquecidas para os alvos desses três miRNAs diferencialmente expressos corroboram estudos da literatura, sendo esses miRNAs associados com processos neuroprotetores e/ou neurodegenerativos. Dessa forma, concluímos que miRNAs expressos em VEs podem ser potenciais marcadores de risco para a EPT, bem como interagir com o biperideno na prevenção dela, auxiliando no melhor prognóstico de indivíduos que sofreram TCE.
- ItemEmbargomiR‑9‑5p is downregulated in serum extracellular vesicles of patients treated with biperiden after traumatic brain injury(Universidade Federal de São Paulo, 2024-08-23) Kajitani, Gustavo Satoru [UNIFESP]; Belangero, Sintia Iole Nogueira [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2623781262478620; http://lattes.cnpq.br/3744655540260834Traumatic brain injury (TBI) is a prevalent and debilitating condition, which often leads to the development of posttraumatic epilepsy (PTE), a condition that yet lacks preventive strategies. Biperiden, an anticholinergic drug, is a promising candidate that has shown efficacy in murine models of PTE. MicroRNAs (miRNAs), small regulatory RNAs, can help in understanding the biological basis of PTE and act as TBIand PTErelevant biomarkers that can be detected peripherally, as they are present in extracellular vesicles (EVs) that cross the bloodbrain barrier. This study aimed to investigate miRNAs in serum EVs from patients with TBI, and their association with biperiden treatment and PTE. Blood samples of 37 TBI patients were collected 10 days after trauma and treatment initiation in a doubleblind clinical trial. A total of 18 patients received biperiden, with three subjects developing PTE, and 19 received placebo, with two developing PTE. Serum EVs were characterized by size distribution and protein profiling, followed by highthroughput sequencing of the EV miRNome. Differential expression analysis revealed no significant differences in miRNA expression between TBI patients with and without PTE. Interestingly, miR95p displayed decreased expression in biperidentreated patients compared to the placebo group. This miRNA regulates genes enriched in stress response pathways, including axonogenesis and neuronal death, relevant to both PTE and TBI. These findings indicate that biperiden may alter miR95p expression in serum EVs, which may play a role in TBI resolution.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Perfil inflamatório e presença de marcadores gênicos em pacientes pós traumatismo cranioencefálico: influência do uso do biperideno como droga antiepileptogênica(Universidade Federal de São Paulo, 2022-11-16) Mosini, Amanda Cristina [UNIFESP]; Mello, Luiz Eugênio Araújo de Moraes [UNIFESP]; Foresti, Maira Licia [UNIFESP]; Porcionatto, Marimélia Aparecida [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6155537170968904; http://lattes.cnpq.br/5451196671533628; http://lattes.cnpq.br/4462750801249231; http://lattes.cnpq.br/0860792710006048O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma condição importante e complexa causada por uma força externa à cabeça, como impacto, aceleração ou desaceleração rápida, ondas de choque, esmagamento ou penetração de um objeto, resultando em lesões do tipo focal ou difusa. Afetando mais de 10 milhões de pessoas anualmente em todo o mundo, o TCE pode resultar na ocorrência de crises convulsivas pós-traumáticas e no desenvolvimento de epilepsia pós-traumática (EPT) de acordo com a intensidade da lesão. A inflamação e uma série de biomarcadores genéticos como apolipoproteína E (ApoE) vem sendo estudados nesta condição sem ainda resultados conclusivos. Além disso, a relação entre o sistema colinérgico e o desenvolvimento de EPT tem sido descrita em estudos de laboratório e situações clínicas específicas. Em estudos com drogas anticolinérgicas realizados por nosso grupo de pesquisa observamos que o biperideno reduziu a frequência e a gravidade das crises espontâneas no modelo de epilepsia por pilocarpina. Objetivos: Avaliar de maneira prospectiva o perfil da resposta inflamatória e a presença de marcadores genéticos específicos em pacientes após traumatismo cranioencefálico. Métodos: Foram recrutados pacientes que faziam parte de um estudo maior que buscou avaliar a capacidade do biperideno em modificar a evolução da EPT. Tratou-se de um estudo duplo-cego, randomizado com controle placebo. Amostras de sangue de 27 pacientes com TCE foram analisadas por qPCR para expressão gênica. A expressão proteica foi analisada a partir do soro de 24 pacientes por reação de quimioluminescência (Multiplex) e, por fim, verificamos a presença de polimorfismos de nucleotídeo único (SNIPs) de ApoE e GAD por sequenciamento de Sanger. Além disso, amostras de sangue total de 59 pacientes (52 vivos e 7 que acabaram vindo a falecer em decorrência do TCE) foram coletadas em tubos de soro, tubos de EDTA e tubos de tempus®. O soro foi utilizado para a extração do gDNA, e a expressão das proteínas foi analisada pela reação de quimioluminescência. Multiplex. As coletas de sangue em tubo Tempus foram utilizadas para expressão gênica por qPCR. Finalmente, sangue total foi usado para verificar a presença de polimorfismos de nucleotídeo único (SNIPs) de ApoE e GAD por sequenciamento de Sanger. Resultados: O grupo placebo foi composto por 34 pacientes e o grupo biperideno por 25 pacientes. O sequenciamento de Sanger mostrou que 33,9% dos pacientes apresentavam pelo menos um alelo ε4 para ApoE, 62,7% dos pacientes apresentavam a presença do GAD SNIP rs3791878 e 52,5% tinham o GAD SNIP rs769391. Apenas 32,2% apresentavam o alelo GAD SNIP rs3828275. Em relação ao fator pró-inflamatório TNF-α e IL-10, a expressão gênica (RNAm) foi maior nos pacientes que sofreram TCE moderado ou grave, enquanto a IL-6 foi menor neste grupo. A expressão do gene TNF-α foi menor nos pacientes que desenvolveram epilepsia quando comparados aos pacientes que não desenvolveram a doença. No entanto, a expressão das proteínas TNF-α e IL-10 foi maior em pacientes que não possuíam um alelo para ε4 quando comparados aos pacientes que possuíam pelo menos um alelo ε4 para APOE. A expressão das proteínas TNF-α e CCL2 foi menor em pacientes que possuem ε3 em heterozigose. Finalmente, a expressão da proteína IL-6 foi maior em pacientes que evoluíram para óbito. Sobre os pacientes que morreram, 4 foram placebo e 3 biperideno. Todos eram E3/E3 para ApoE e apenas um em cada grupo apresentou crise convulsiva aguda. A expressão gênica e proteica de citocinas não teve diferença entre placebo e biperideno. Das 8 pessoas que desenvolveram EPT, 6 eram do grupo biperideno. Conclusão: Quanto mais grave o TCE maior a expressão gênica de TNF-α, os níveis proteicos de IL-10, e menor a expressão gênica de IL-6. Aparentemente, a presença de pelo menos um alelo ε4 para ApoE diminuiu os níveis proteicos de TNF- α e IL-10, assim como o TNF- α e o CCL2 também se mostraram elevados nos pacientes com o alelo ε3 em homozigose. A comparação entre os pacientes que desenvolveram epilepsia com aqueles que não desenvolveram revelou a maior expressão de TNF- α no grupo que veio a desenvolver a doença. A presença de ApoE 4 (pelo menos um alelo) esteve presente em 5 dos 8 pacientes com epilepsia, enquanto nos pacientes que evoluíram a óbito, o genótipo E3E3 estava presente em 100% dos casos. Os dados deste estudo ainda são inconclusivos quanto à eficácia do biperideno no desenvolvimento de EPT após TCE. Mais estudos são necessários para aumentar o número de indivíduos e a precisão da dose efetiva de biperideno para influenciar o prognóstico de EPT após TCE. Poucos dados na literatura indicam que os biomarcadores para a EPT se sobrepõem à resposta inflamatória e aos biomarcadores de TCE em geral. No geral, a descoberta de biomarcadores para EPT está em um estágio inicial. É necessário um roteiro estratégico para propor prioridades de pesquisa na descoberta de biomarcadores genéticos para TEP com otimização do uso de recursos.