Navegando por Palavras-chave "Doenças autoimunes "
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Pênfigo foliáceo: análise comparativa de aspectos epidemiológicos, clínicos e imunológicos em duas populações (brasileira e holandesa)(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2015-08-31) Maehara, Laura de Sena Nogueira [UNIFESP]; Tomimori, Jane [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1123390691453566; http://lattes.cnpq.br/8256371416063709; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Introdução: O pênfigo foliáceo é uma doença cutânea bolhosa auto-imune caracterizada pela presença de autoanticorpos antidesmogleína 1. A variante endêmica ocorre em certas regiões do Brasil - onde é chamada fogo selvagem - e outros países das Américas e África, enquanto a forma não-endêmica (tipo Cazenave) ocorre em todo o mundo. A participação da genética no desenvolvimento do pênfigo foliáceo foi demonstrada através da associação do alelo HLA-DRB1*04 do complexo HLA (antígeno leucocitário humano) de classe II em diversas populações. Objetivo: Descrever e comparar características epidemiológicas, clínicas e terapêuticas, em dois grupos de pacientes: fogo selvagem no Brasil e pênfigo foliáceo Cazenave, na Holanda. Em seguida, verificar a possível associação dos alelos HLA de classe I e II nestes pacientes. Métodos: Na primeira fase do estudo, realizou-se um estudo retrospectivo com revisão de prontuários médicos dos pacientes nos dois grupos. Posteriormente, uma entrevista foi realizada para completar dados clínicos. Na segunda fase, procedeu-se à avaliação dos alelos HLA, comparando-se 42 pacientes brasileiros com 478 controles, e 17 pacientes holandeses com controles (7554, 6559 e 447, dependendo do alelo estudado). As amostras de DNA foram obtidas pela técnica de salting-out. Os alelos HLA de classe I (locus A*, B*, C*), e de classe II (locus DRB1* e DQB1*) foram determinados em baixa resolução por meio da técnica de reação em cadeia da polimerase com sequências específicas de oligonucleotídeos (PCR-SSO) empregando-se o kit Labtype-SSO (One Lambda, CA, USA). Resultados: A média da idade de início da doença nos pacientes brasileiros foi de 32,0 anos e, nos holandeses, de 56,1 anos. A diferença de idades foi estatisticamente significante (p<0,0001). A ocupação rural foi predominante no Brasil (p<0,0001), enquanto os holandeses mais frequentemente estavam aposentados no início da doença (p<0,0001). Apenas brasileiros relataram antecedente familiar ou epidemiológico de pênfigo foliáceo (p=0,0387). Os demais dados analisados não apresentaram diferença significante: gênero, forma da doença (localizada/generalizada) e antecedentes pessoais e/ou familiares de outras doenças auto-imunes. Os alelos HLA-DRB1*04, DRB1*16 e DQB1*05 associaram-se a suscetibilidade ao fogo selvagem no Brasil (p<0,0001, p=0,0325 e p<0,0001, respectivamente). Na amostra holandesa, apenas o HLA-DRB1*04 conferiu suscetibilidade xi ao pênfigo foliáceo (p= 0,0058). Quando o alelo HLA-DRB1*04 foi comparado entre as duas populações, um maior risco foi atribuído à população brasileira em relação a holandesa (OR 6,46 e 3,17, respectivamente; p=0,0498). No Brasil, a proteção ao fogo selvagem foi associada aos alelos HLA-DRB1*07 e DQB1*02 (p= 0,0448 e 0,0012, respectivamente). Conclusão: No Brasil, o fogo selvagem afetou indivíduos jovens trabalhadores rurais ativos, contrastando com o pênfigo foliáceo na Holanda, que acometeu mais aposentados. Entre os brasileiros, os alelos HLA-DRB1*04, DRB1*16 e DQB1*05 foram associados a suscetibilidade ao FS, enquanto os alelos DRB1*07 e DQB1*02 promoveram proteção contra a doença. A associação do alelo HLA-DRB1*04 foi demonstrado pela primeira vez na população holandesa, conferindo suscetibilidade ao pênfigo foliáceo. Não foi encontrado alelo de proteção entre os holandeses. Não foi encontrada associação da doença com os alelos HLA de classe I nas duas populações. O risco conferido pelo HLA-DRB1*04 foi maior na população brasileira.
- ItemSomente MetadadadosPoliformismos do gene do receptor da vitamina D no diabetes melito do tipo 1(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2008) Mory, Denise Barretto [UNIFESP]; Dib, Sergio Atala [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)A presença de receptores para a 1 25-dihidroxivitaminaD3 nas células do sistema imune e células beta pancreáticas, entre outros tecidos, tem ampliado os estudos sobre as ações desse hormônio. Esta é a única forma metabolicamente ativa da vitamina D e age através da ativação dos receptores nucleares da vitamina D. Polimorfismos do gene do receptor da vitamina D (RVD) vêm sendo estudados como marcadores de suscetibilidade genética para o Diabetes Melito tipo 1 (DM1) e para Doença Auto-imune da tiróide. Neste estudo, no primeiro artigo, avaliamos a frequência dos polimorfismos do RVD BsmI (rs154410) e FokI (rs10735810) e sua relação com a função residual das células beta pancreáticas em um grupo de indivíduos com DM1 brasileiros. Não observamos diferenças nas frequências do polimorfismo FokI entre os indivíduos com DM1 e grupo controle (C). No entanto, nos indivíduos com DM1 e homozigose ou heterozigose para esse polimorfismo observamos uma tendência à menor função residual da célula beta (5,8% vs. 14,3%, genótipos ff e Ff vs. FF, p=0,07), sem diferenças nas características clínicas e laboratoriais avaliadas. Em relação ao polimorfismo BsmI observamos maior frequência de homozigose e heterozigose no grupo C em relação ao DM1 (79,1% vs 66,1%, p= 0,006) e, os indivíduos com DM1 e esse polimorfismo apresentavam idade maior ao diagnóstico (bb e Bb 10,7±4,9 vs. BB 9,3±4,5 anos, p=0,061), sem diferenças na função residual da célula beta. No segundo artigo, analisamos o polimorfismo do RVD FokI nos indivíduos com DM1 e concomitância de Disfunção Tiroidiana (DT). Consideramos como DT hipotiroidismo ou hipertiroidismo. Observamos maior frequência desse polimorfismo nos indivíduos com DM1 e DT (ff e Ff 73,9% com DT vs. 52,7 % sem DT, p= 0,05). Nesses indivíduos observamos também maior frequência de DT no sexo feminino (72% com DT vs. 48,4% sem DT, p =0,02), maior positividade para o ATPO (80% com DT vs. 25% sem DT, p < 0,001) e para o anti-GAD (56% com DT vs. 30,3% sem DT, p= 0,01). Em resumo, nos indivíduos com DM1 na presença do polimorfismo do RVD FokI observamos uma tendência à menor função residual da célula beta pancreática e, na presença do polimorfismo BsmI observamos maior idade ao diagnóstico. Essas associações devem contribuir para a heterogeneidade dos resultados encontrada nos estudos que avaliam as relações da vitamina D com o DM1. Com respeito à associação do DM1 e DT, os dados clínicos e laboratoriais nos indivíduos desta amostra foram semelhantes aos já descritos na literatura. Entretanto, a maior frequência do polimorfismo do RVD FokI nos indivíduos com DM1 e DT colabora para a existência de uma possível sobreposição de mecanismos que envolvem a imunidade celular e que assim relacionam a vitamina D com a auto-imunidade presente nessas duas doenças.