Navegando por Palavras-chave "Doença de Behçet"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Modelo experimental em doença de Behçet: efeitos da infusão seriada de altas doses de CD40 ligante solúvel recombinante murino em camundongos C57BL/6J, BALB/CJ, FVB/NJ e Suíço(Universidade Federal de São Paulo, 2023-08-30) Cunha, André Luiz Soares da [UNIFESP]; Perazzio, Sandro Félix [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6444207507484384; http://lattes.cnpq.br/2910415491700254Introdução: Dentre os modelos experimentais para o estudo da doença de Behçet (DB) descritos até o momento, destacam-se o modelo suíno Pitman-Moor induzido por organofosforados, o de ratos Lewis induzido pela proteína de choque térmico, o de camundongos ICR induzido pela infecção por herpesvírus simples tipo 1, o de ratos Lewis induzido pela α-tropomiosina e o de ratos Sprague-Dawley induzido por autoanticorpos anti-neurópilos. Entretanto, nenhum desses modelos é completamente representativo da DB. Apesar da fisiopatologia da DB ser desconhecida, acredita-se que a hiperativação neutrofílica seja fundamental na inflamação sistêmica da DB. Recentemente foram demonstradas altas concentrações da CD40 ligante solúvel (sCD40L) no plasma de pacientes com DB, as quais foram responsáveis por aumentar a explosão respiratória e a liberação de armadilhas neutrofílicas extracelulares por neutrófilos de controles normais e, em especial, dos de pacientes com DB. Objetivo: Obter um novo modelo murino para DB por meio de infusões seriadas de proteína recombinante sCD40L murina (rm-sCD40L) via intraperitoneal em camundongos C57BL/6J, BALB/CJ, FVB/NJ e Suíço a partir de 4 semanas de vida. Métodos: Camundongos com quatro semanas de idade, incluindo C57BL/6J, BALB/CJ, FVB/NJ e Suíço, foram injetados intraperitonealmente com doses seriais de rm-sCD40L. Os camundongos C57BL/6J receberam 10ng, 100ng, 1μg, 10μg e 40μg, ou solução salina, até cinco vezes por semana. Os camundongos BALB/CJ, FVB/NJ e Suíço receberam 40μg ou solução salina cinco vezes por semana. Exames físicos semanais foram realizados, e os níveis séricos de rm-sCD40L foram quantificados por ELISA. Os níveis séricos patogênicos alvo para camundongos foram inferidos a partir de dados extrapolados de pacientes com BD (165ng/mL). Após 30 ou 90 dias, os animais foram eutanasiados para análise histológica. Foi realizada exsanguinação para quantificar anticorpos anti-Hep-2 e avaliar o metabolismo oxidativo pela oxidação de diidrorodamina (DHR) antes e após estimulação com acetato de miristato de forbol (PMA), analisada por citometria de fluxo. Resultados: Dentre todas as linhagens avaliadas, apenas a linhagem C57BL/6J atingiu os níveis séricos alvo após infusões de 40μg de rm-sCD40L, administradas 5 vezes por semana. Não foram observadas alterações fenotípicas semelhantes à DB ou morte dos animais em nenhuma das linhagens. Todos os grupos tratados apresentaram reatividade contra células Hep-2 (1:160). As análises histológicas dos órgãos dos camundongos não revelaram danos ou inflamação. O estímulo com PMA resultou em aumento significante no metabolismo oxidativo na linhagem C57BL6J no grupo de 100ng, 1μg e 10μg em comparação com o grupo controle. Além disso, o grupo de 40μg apresentou um aumento ainda maior quando comparado com todos os outros grupos. Em relação à linhagem FVB/NJ, os animais tratados com 40μg de rm-sCD40L apresentaram níveis mais altos de metabolismo oxidativo em comparação com o grupo controle, tanto no estado basal quanto após estímulo com PMA. Não foram observadas diferenças estatísticas metabolismo oxidativo dos granulócitos circulantes dos camundongos BALB/CJ e Suíço. Conclusão: Embora não tenha sido observado fenótipo semelhante à DB, a reatividade em células Hep-2 (anticorpos antinucleares) e alterações no metabolismo oxidativo sugerem a viabilidade de estabelecer colônias de camundongos C57BL/6J e obter um modelo experimental viável.
- ItemEmbargoMutações na via do NF-kB e sua interface com o CD40L na doença de Behçet: modelo in vitro para compreensão do fenótipo autoinflamatório(Universidade Federal de São Paulo, 2024-07-04) Aires, Patricia Pontes [UNIFESP]; Perazzio, Sandro Félix [UNIFESP]; Terreri, Maria Teresa; http://lattes.cnpq.br/6444207507484384; http://lattes.cnpq.br/7260269046007902Introdução: atualmente a doença de Behçet (DB) tem sido classificada dentro do grupo das síndromes autoinflamatórias poligênicas. Mutações pontuais isoladas nos genes TNFAIP3 e NEMO foram associadas a fenótipos similares à DB, chamando a atenção para a importância da via do NF-κB na patogênese da doença. Ademais, o sCD40L, presente em altas concentrações plasmáticas na DB, é capaz de induzir à explosão respiratória via PI3K/NF-κB. Entretanto, pouco se sabe sobre a influência das mutações citadas no sistema imunitário ou na sinalização mediada pelo sCD40L. Ainda, o impacto de mutações da via não canônica, incluindo o gene NFKB2, na interação com a via canônica e, potencialmente, na patogênese de doenças autoinflamatórias, ainda não foi plenamente elucidado. Objetivos: analisar o comportamento funcional das células HL-60, THP-1, Daudi e Jurkat, influenciado pela transfecção de componentes gênicos da via do NF-κB, na presença ou ausência de mutações pontuais, com enfoque na ativação pelo sCD40L. Métodos: células THP-1, HL-60, Daudi e Jurkat foram transfectadas com plasmídeos marcados com proteína fluorescente carreando os genes TNFAIP3, NEMO e NFKB2-p52 e suas respectivas variantes L227X, D406V e E418X. A influência da transfecção na expressão proteica dos componentes da via do NF-κB foi avaliada por citometria de fluxo. As linhagens celulares foram ainda avaliadas quanto às seguintes funções: capacidade proliferativa e resistência à indução de apoptose; capacidade fagocítica; metabolismo oxidativo; produção in vitro de TNF-, IL-1 e IL-6 e capacidade de formação de armadilhas extracelulares neutrofílicas (NET). Resultados: os resultados obtidos sugerem ser possível a determinação de um fenótipo celular específico para células portadoras de mutações na via do NF-kB, abrindo espaço para a avaliação funcional de pacientes com suspeita clínica de DB monogênica e outras patologias associadas à via do NF-kB. Em relação à transfecção da variante TNFAIP3 L227X, a expressão proteica de A20 foi reduzida em células THP-1 e HL-60, sugerindo um potencial efeito dominante-negativo da variante em fagócitos. A transfecção com a variante L227X levou a aumento da capacidade proliferativa, da produção de espécies reativas de oxigênio (ROS, reactive oxygen species), da produção in vitro de IL-6 e da liberação de armadilhas extracelulares de neutrófilos (NET, neutrophil extracellular traps). Células HL-60 transfectadas com TNFAIP3 L227X também apresentaram maior produção de IL-1β quando estimuladas com sCD40L. A capacidade fagocítica de células THP-1 foi reduzida após transfecção com TNFAIP3 L227X. A transfecção de NEMO D406V em células THP-1 levou à redução na capacidade proliferativa, resistência à apoptose e capacidade fagocítica; por outro lado, as células THP-1 transfectadas com NEMO D406V apresentaram maior produção de IL-6 e TNF-α. Células Jurkat transfectadas com NEMO D406V apresentaram maior capacidade proliferativa em estado basal, que não persistiu após estímulo; a resistência à apoptose foi menor. Células Daudi transfectadas com NEMO D406V apresentaram aumento da capacidade proliferativa e resistência à apoptose; a produção in vitro de IL-1β estava reduzida. As células HL-60 transfectadas com NEMO D406V apresentaram redução da fagocitose em estado basal, menor produção de ROS após estímulo e maior produção de NET. Em relação à transfecção de NFKB2-p52 E418X, as células THP-1 apresentaram redução na proliferação, resistência à apoptose, capacidade fagocítica e produção de ROS; a produção de IL-1β e IL-6 estava aumentada. Células Jurkat transfectadas com NFKB2-p52 E418X apresentaram menor resistência à apoptose e maior produção de IL-6, sob estímulo de sCD40L. Células Daudi transfectadas com NFKB2-p52 E418X apresentaram aumento na capacidade proliferativa, porém menor resistência à apoptose induzida por UV. Por fim, células HL-60 transfectadas com NFKB2-p52 E418X apresentaram redução na capacidade fagocítica e na produção de ROS e aumento na produção de NET após estímulo com sCD40L. Conclusões: o impacto das diferentes variantes varia de acordo com o tipo celular analisado, o que pode influenciar na diversidade de fenótipos encontrados em associação a cada mutação. A transfecção com TNFAIP3 L227X levou a uma redução na capacidade fagocítica e aumento na explosão respiratória de células THP-1, sugerindo que essa variante pode polarizar macrófagos para o subtipo M1. Além disso, a hiperprodução de IL-6 sugere a tendência a um fenótipo Th17, já previamente relatado na doença de Behçet, reforçando as semelhanças fisiopatológicas entre a haploinsuficiência de A20 e a DB. Já a transfecção com NEMO D406V induziu um fenótipo de exaustão parcial dos fagócitos, com comprometimento de funções celulares básicas, mas com aumento na produção de citocinas pró-inflamatórias. Efeito similar foi visto nas células transfectadas com NKFB2-p52 E418X, que também tiveram comprometimento das funções e sobrevivência celular, com maior produção de citocinas pró-inflamatórias em relação às células não transfectadas.