Navegando por Palavras-chave "Brown howler monkey"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Etnofarmacologia e zoofarmacognosia de plantas com possíveis atividades antiparasitárias consumidas por bugios-ruivos (Alouatta clamitans Cabrera 1940): um estudo comparativo(Universidade Federal de São Paulo, 2021-08-05) Oliveira, Beatriz Neves de [UNIFESP]; Vallim, Marcelo Afonso [UNIFESP]; Fonseca, Arilton Martins [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6721302687122326; http://lattes.cnpq.br/4039129182586680; http://lattes.cnpq.br/6820975964541853Objetivos: 1) Mostrar as plantas consumidas pela espécie de primata Alouatta clamitans (Atelidae) - bugio-ruivo - endêmico da Mata Atlântica, com possíveis propriedades antiparasitárias, registradas na literatura científica farmacológica e etnofarmacológica; 2) Realizar levantamento bibliográfico de dados farmacológicos e etnofarmacológicos das plantas provenientes do estudo realizado por Santos (2013); 3) Contribuir para possíveis estudos de novos fármacos antiparasitários mais acessíveis, por meio do levantamento bibliográfico; e 4) Destacar a importância da preservação da Mata Atlântica e da espécie de primata estudado. Métodos: Por meio de uma revisão bibliográfica, secundária, retrospectiva, realizada a partir de um repertório de 84 espécies de plantas, observadas por Santos (2013) nas dietas de um grupo de bugios-ruivos, dividida em duas fases: a) primeira, foi complementado o levantamento bibliográfico realizado por Santos (2013) nos aspectos farmacológicos das 84 plantas; b) segunda, foi realizado um levantamento bibliográfico acerca dos estudos etnofarmacológicos presentes na literatura, ambas as fases foram feitas por meio das bases de dados Scopus e PubMed. Resultados: Das 84 espécies de plantas verificadas, 26 espécies (31%) obtiveram resultados significativos tanto para os aspectos farmacológicos quanto etnofarmacológicos. Dessas plantas 18 (21,5%) evidenciaram aspectos farmacológicos e 18 (21,5%) etnofarmacológicos. Conclusões: Verificou-se que 26 das plantas consumidas nas dietas dos bugios-ruivos podem ou já são utilizadas com finalidades terapêuticas antiparasitárias pelos seres humanos, as quais possuem estudos farmacológicos e etnofarmacológicos. Tais evidências, da utilização de determinada parte da planta por seres humanos e primatas, corrobora a utilização das mesmas para fins medicinais, indicando assim novos potenciais biologicamente ativos, e contribuindo para futuras pesquisas na área da farmacologia, principalmente voltada para as doenças negligenciadas.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Plantas com possíveis fins medicinais e/ou profiláticos utilizadas por humanos e bugios-ruivos (Alouatta clamitans Cabrera,1940): um estudo comparativo(Universidade Federal de São Paulo, 2013-09-27) Santos, Thabata Soares Damasceno dos [UNIFESP]; Rodrigues, Eliana [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Atualmente a busca por novos fármacos para a cura das mais diversas doenças, tem sido foco de intensa investigação por pesquisadores das várias áreas do conhecimento. Dentre elas, a etnofarmacologia se destaca, pois estuda a aplicação dos recursos naturais pela medicina popular/tradicional de diversas culturas do planeta. No entanto, não é privilégio apenas dos seres humanos a utilização desses recursos para fins medicinais, também há inúmeros registros de animais que utilizam plantas para fins medicinais ou profiláticos. Com base nesses relatos, surgiu a zoofarmacognosia que propõe o estudo da auto-medicação de animais silvestres por meio de plantas em ambiente natural. O presente estudo teve como objetivo observar a utilização de plantas para tratamento e/ou prevenção de parasitoses por bugios-ruivos em habitat natural, e compará-las com dados farmacológicos e etnofarmacológicos previstos em literatura científica. Foi realizada a observação do comportamento geral e alimentar de um grupo de bugios-ruivos durante as estações seca e chuvosa do ano de 2012, suas fezes foram coletadas para análise parasitológica e as plantas consumidas por eles foram coletadas e identificadas taxonomicamente. Em seguida, foram realizados levantamentos bibliográficos farmacológicos para verificar quais plantas consumidas pelos bugios possuem atividade antiparasitária. O comportamento dos indivíduos foi registrado durante 30 dias, totalizando 360 horas de observação direta. Durante a estação chuvosa a maior parte das atividades diárias dos bugios foi gasta em descanso (54%), seguida por alimentação (21%), locomoção (9%), fora de observação (15%) e outros (1%). Já durante a estação seca, obteve-se maior gasto em descanso (68%) e em outros (2%), e menor em alimentação (18%), locomoção (8%) e fora de observação (4%). Com relação ao comportamento alimentar foram amostradas 200 árvores, pertencentes a 84 espécies vegetais, representadas por 39 famílias. Entre os itens vegetais consumidos, predominam as folhas (91,7%), seguidos pelos frutos (8,3%). Durante a estação chuvosa, do total de registros alimentares obtidos, 86% foram em consumo de folhas, 9% em frutos imaturos e 5% em frutos maduros. Já durante a estação seca, obteve-se 78% de registros de folhas e 22% de frutos maduros. Das 84 espécies registradas, 37 foram consumidas durante os quadros de parasitose diagnosticados durante análises laboratoriais realizadas com as 78 amostras de fezes coletadas. Os parasitas detectados nas amostras fecais foram: Trypanoxyuris minutus e Giardia duodenale. Das 37 espécies consumidas, três apresentam atividade antiparasitária descritas na literatura farmacológica: Croton floribundus, Psychotria longipes e Zanthoxylum rhoifolium. Já as plantas que apresentam atividade antiparasitária descritas na literatura farmacológica no período em que não houveram parasitas detectados nas amostras fecais coletadas são: Mangifera indica, Andira anthelmia e Hovenia dulcis. Tais resultados demonstram que as plantas com fins antiparasitários consumidas durante os quadros de parasitose podem indicar um possível finalidade de auto-medicação, enquanto as plantas com fins antiparasitários consumidas no período em que não houveram parasitas detectados nas amostras fecais, podem indicar um possível efeito quimioprofilático por meio da dieta habitual dos primatas. Além disso, tais plantas podem indicar novos potenciais bioativos para a medicina veterinária e humana a serem investigados em futuros estudos farmacológicos. Contudo, ainda são necessários mais estudos de farmacologia sobre as plantas presentes na dieta dos animais, além de outros estudos de zoofarmacognosia para melhor compreensão da relação entre primatas, parasitas e auto-medicação.