Efeito das toxinas de animais venenosos sobre a fauna marinha: uma revisão

Data
2022-12-19
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
Poisonous marine animals concentrate toxins inducing poisoning during flowering periods of diatoms and dinoflagellates. This review evaluated reports of animal poisoning during blooms around the world, from 1946 to 2021, which caused deaths and harmful effects on marine fauna, analyzing trophic chains and knowledge about the mechanisms of protection against toxins developed by poisonous animals. Among the poisonings evaluated, neurotoxic due to brevetoxins, paralytic due to saxitoxins and amnesic due to domoic acids were responsible for 99% of the 5,041 deaths recorded in marine fauna. Neurotoxic poisoning caused 2,263 deaths (44.9%) in 10 species (spp). Brevetoxins, transferred by bivalves, crustaceans and various poisonous fish, induced the death of 800 bottlenose dolphins, 768 manatees, 360 cormorants and 167 sea turtles. Paralytic poisoning caused 1,841 deaths (36.5%) in 29 spp, mainly birds (18 spp). Saxitoxins led to the death of 883 sea turtles, 677 birds, 202 seals, 34 otters, 15 whales, 10 belugas and 7 porpoises, through the consumption of bivalves, gastropods, crustaceans, cephalopods and poisonous fish. Amnesic poisoning caused 883 deaths (17.5%) in only 6 spp. Domoics acids, transferred by bivalves, crustaceans, fish and cephalopods, caused the death of 301 sea lions, 260 pelicans, 130 otters, 75 seals and 33 fur seals. The impact of these epizootics, especially on turtles and marine mammals, highlights the need for further studies and the implementation of environmental monitoring and protection measures in the most susceptible places and species.
Os animais venenosos marinhos concentram toxinas induzindo ao envenenamento nos períodos de floração de diatomáceas e dinoflagelados. Essa revisão avaliou os relatos de envenenamentos animais durante florações, no mundo, no período de 1946 a 2021, que causaram óbitos e efeitos danosos à fauna marinha, analisando as cadeias tróficas e o conhecimento sobre os mecanismos de proteção às toxinas desenvolvidas pelos animais venenosos. Dentre os envenenamentos avaliados, o neurotóxico por brevetoxinas, o paralítico por saxitoxinas e o amnésico por ácidos domoicos foram responsáveis por 99% dos 5.041 óbitos registrados na fauna marinha O envenenamento neurotóxico ocasionou 2.263 mortes (44,9%) em 10 espécies (spp). As brevetoxinas, transferidas por bivalves, crustáceos e diversos peixes venenosos, induziram à morte de 800 golfinhos-nariz-de-garrafa, 768 peixes-boi, 360 corvos-marinhos e 167 tartarugas-marinhas. O envenenamento paralítico causou 1.841 mortes (36.5%) em 29 spp, principalmente, aves (18 spp). As saxitoxinas levaram à óbito 883 tartarugas marinhas, 677 aves, 202 focas, 34 lontras, 15 baleias, 10 belugas e 7 botos, através do consumo de bivalves, gastrópodes, crustáceos, cefalópodes e peixes venenosos. O envenenamento amnésico ocasionou 883 mortes (17.5%) em apenas 6 spp. Os ácidos domoicos, transferidos por bivalves, crustáceos, peixes e cefalópodes, induziram à morte de 301 leões-marinhos, 260 pelicanos, 130 lontras, 75 focas e 33 lobos-marinhos. O impacto dessas epizootias, especialmente, na fauna de tartarugas marinhas e mamíferos marinhos salienta a necessidade de maiores estudos e a implantação de medidas de monitoramento e proteção ambiental nos locais e nas espécies mais susceptíveis.
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