Popular conceptions of schizophrenia in Cape Verde, Africa
Data
2005-06-01
Tipo
Artigo
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Resumo
INTRODUCTION: It has been well documented that schizophrenia presents a better clinical course in developing countries. Although there are many epidemiological studies showing this association, little research has been conducted to investigate the local representation systems for schizophrenia in these countries. OBJECTIVES: This study focuses on cultural factors of schizophrenia, namely the local representation systems for the disease, as well as what is locally understood as deviant behavior and its acceptability, and mechanisms of social-cultural insertion or exclusion of patients with schizophrenia in Cape Verde, Africa. METHODS: Randomized open interviews were carried out with the relatives of patients under treatment at the mental health out patient service of the Batista de Sousa Hospital (São Vicente Island) between the years 1994 and 1995. Interviews dealt with patients' life histories and disease related to problems, strategies employed by the family to cope with such problems, and comments on the social and family burden. RESULTS: 20 interviews with close relatives of 10 patients were analyzed. The study focused on three main categories explaining schizophrenia: tired head (cabeça cansada), nervous (nervoso), and supernatural categories (like sorcery or witchcraft). The interviewees expressed their opinions, either explicitly or not, on whether their relatives truly had a disease. CONCLUSION: Characteristics of local categories for schizophrenia found in Cape Verde can be regarded as a less stigmatized way of dealing with the disease. It is reasonable to suppose that the understanding of such cultural factors could lead to better outcomes in the treatment for schizophrenia in this country, and also in others, where similar conditions can be identified.
INTRODUÇÃO: Tem sido bem documentado que a esquizofrenia apresenta um melhor curso clínico em países em desenvolvimento. Ainda que haja muitos estudos epidemiológicos demonstrando essa associação, poucas pesquisas têm sido realizadas para investigar os sistemas de representação nacional de esquizofrenia nesses países. OBJETIVOS: Este estudo está focado nos fatores culturais da esquizofrenia, a saber: os sistemas de representação nacional da enfermidade, bem como o que se entende no país como comportamento desviante e sua aceitação e os mecanismos de inserção ou exclusão sociocultural dos pacientes com esquizofrenia em Cabo Verde, África. MÉTODOS: Foram realizadas entrevistas abertas aleatorizadas com parentes de pacientes em tratamento no serviço ambulatorial de saúde mental do Hospital Batista de Sousa (Ilha de São Vicente), entre 1994 e 1995. As entrevistas avaliaram os históricos da doença dos pacientes em relação aos problemas e estratégias utilizadas pela família para lidar com tais problemas e comentam sobre a sobrecarga social e familiar. RESULTADOS: Vinte entrevistas com parentes próximos de 10 pacientes foram analisadas. O estudo foi focado em três categorias principais para explicar a esquizofrenia: cabeça cansada, nervoso e categorias sobrenaturais (como bruxaria e feitiçaria). Os entrevistados expressaram sua opinião, seja de forma explícita ou não, sobre se seus parentes realmente tinham uma doença. CONCLUSÕES: As características das categorias nacionais da esquizofrenia encontradas em Cabo Verde podem ser encaradas como uma forma menos estigmatizante de tratar a doença. É razoável supor que a compreensão desses fatores culturais poderia levar a melhores desfechos no tratamento de esquizofrenia neste país e também em outros onde similares condições podem ser identificadas.
INTRODUÇÃO: Tem sido bem documentado que a esquizofrenia apresenta um melhor curso clínico em países em desenvolvimento. Ainda que haja muitos estudos epidemiológicos demonstrando essa associação, poucas pesquisas têm sido realizadas para investigar os sistemas de representação nacional de esquizofrenia nesses países. OBJETIVOS: Este estudo está focado nos fatores culturais da esquizofrenia, a saber: os sistemas de representação nacional da enfermidade, bem como o que se entende no país como comportamento desviante e sua aceitação e os mecanismos de inserção ou exclusão sociocultural dos pacientes com esquizofrenia em Cabo Verde, África. MÉTODOS: Foram realizadas entrevistas abertas aleatorizadas com parentes de pacientes em tratamento no serviço ambulatorial de saúde mental do Hospital Batista de Sousa (Ilha de São Vicente), entre 1994 e 1995. As entrevistas avaliaram os históricos da doença dos pacientes em relação aos problemas e estratégias utilizadas pela família para lidar com tais problemas e comentam sobre a sobrecarga social e familiar. RESULTADOS: Vinte entrevistas com parentes próximos de 10 pacientes foram analisadas. O estudo foi focado em três categorias principais para explicar a esquizofrenia: cabeça cansada, nervoso e categorias sobrenaturais (como bruxaria e feitiçaria). Os entrevistados expressaram sua opinião, seja de forma explícita ou não, sobre se seus parentes realmente tinham uma doença. CONCLUSÕES: As características das categorias nacionais da esquizofrenia encontradas em Cabo Verde podem ser encaradas como uma forma menos estigmatizante de tratar a doença. É razoável supor que a compreensão desses fatores culturais poderia levar a melhores desfechos no tratamento de esquizofrenia neste país e também em outros onde similares condições podem ser identificadas.
Descrição
Citação
Revista Brasileira de Psiquiatria. Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP, v. 27, n. 2, p. 101-107, 2005.