O cuidado em saúde de pessoas com coinfecção tuberculose/HIV

Data
2021
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
Introdução: A tuberculose é a principal causa de morte infecciosa do mundo, assim consiste em um importante problema de saúde pública. Estima-se que em 2020 ocorreram 9,9 milhões de casos no mundo, sendo que 8% apresentaram coinfecção tuberculose/HIV. Na situação de coinfecção, observam-se desfechos do tratamento mais desfavoráveis quando comparados aos casos não positivos ao HIV. Objetivo: Analisar as percepções da equipe multiprofissional no tocante ao cuidado em saúde de pessoas com coinfecção TB/HIV. Método: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e de abordagem qualitativa. O cenário de estudo foi um serviço de assistência à saúde em HIV/aids do município de São Paulo. Para a coleta dos dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas no período de maio a junho de 2019. Participaram do estudo nove profissionais da saúde (médico, equipe de enfermagem, psicólogo, assistente social e farmacêutico) que atuavam há pelos menos três meses no referido serviço de saúde. Para a análise do material empírico foi utilizado o método de análise de discurso com o apoio do software webQDA. Resultados: A partir do tratamento e da análise dos dados houve a emergência de duas categorias empíricas: As interfaces do cuidado em saúde à pessoa com coinfecção TB/HIV; Barreiras e facilitadores para o cuidado em saúde à pessoa com coinfecção TB/HIV. A primeira categoria abordou aspectos relacionados ao tratamento medicamento, às estratégias adotadas pelos profissionais para o cuidado em saúde e o estabelecimento da rede de atenção aos usuários com tuberculose/HIV. A segunda categoria envolveu questões associadas à vulnerabilidade social, à dependência química, aos estigmas e preconceitos, ao apoio familiar, ao acesso à informação e ao prognóstico da infecção por meio da adesão ao tratamento. Conclusão: O processo saúde-doença que envolve a coinfecção TB/HIV está ligado a diversos condicionantes que podem interferir de forma positiva ou negativa na adesão ao tratamento. A vulnerabilidade social, o uso de drogas lícitas e ilícitas, e a baixa escolaridade se mostraram como barreiras para a efetividade do tratamento. Em contraponto, o apoio social e de familiares, o acolhimento dos profissionais no serviço de saúde, a educação em saúde e os incentivos sociais foram citados como potenciais de fortalecimento para a conclusão do tratamento. Diante disso, o cuidado em saúde das pessoas com coinfecção tuberculose/HIV ultrapassa a assistência exclusivamente clínica e avança para o social.
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