Avaliação teórica da aptidão do reumatologista brasileiro em reumatologia intervencionista

Data
2015-07-29
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: a reumatologia intervencionista está presente no dia-a-dia do reumatologista, seja com procedimentos simples ou complexos. No entanto, não existem estudos que avaliem a aptidão do reumatologista brasileiro nessa sub-especialidade. Objetivos: 1- Descrever a aptidão do reumatologista brasileiro em reumatologia intervencionista; 2- Avaliar a associação entre a aptidão dessa população em reumatologia intervencionista e variáveis demográficas e de treinamento em sua formação; 3- Identificar variáveis associadas ao maior perfil intervencionista. Material e Método: Foi realizado um estudo de corte transversal com 500 reumatologistas brasileiros participantes de congressos de reumatologia da Sociedade Brasileira de Reumatologia selecionados aleatoriamente e subsequentemente. Os participantes foram avaliados através de questionário auto-aplicável constituído por duas partes: Uma com avaliação de dados demográficos e de formação em reumatologia, vínculo universitário e prática em consultório, e outra com avaliação do treinamento, prática e conhecimento em reumatologia intervencionista. Foram avaliadas associações entre as duas partes do questionário. Considerou-se uma significância estatística de 5%. Resultados: 463 participantes tiveram seus dados analisados. A média de idade foi de 40,2 anos (±11,2). A porcentagem de participantes com título de especialista, mestrado e doutorado foi, respectivamente, 64%, 23,1% e 12,4%. A maioria dos participantes (81,5%) declarou ter recebido treinamento em reumatologia intervencionista durante a residência médica/especialização; 70% realizavam infiltrações periarticulares (IPA) e 78% realizavam infiltrações intra-articulares (IIA). A amostra foi dividida em três grupos: não intervencionista, pouco intervencionista e muito intervencionista. Quando comparado ao grupo considerado intervencionista, o grupo não intervencionista teve maior média de idade (42 x 39,7 anos, p=0,04), menor proporção de vínculo universitário (p=0,03), menor histórico de treinamento (p<0,001), menor tempo de treinamento (p<0,001), maior proporção de formados na região Sudeste (p<0,001), menor proporção de formados na região Sul (p=0,001), e maior proporção de graduados na década de 1980 a 1989 (p=0,01). Quando comparado ao grupo pouco intervencionista, o grupo muito intervencionista teve maior proporção de reumatologista de adultos (p=0,001), maior proporção de vínculo universitário (p=0,18), maior tempo de treinamento (p<0,001), maior prática de procedimentos mais complexos (p<0,001), menor proporção de graduados, formados e com consultório privado na região Sudeste (p=0,01, p=0,001, e p=0,029, respectivamente) e maior proporção de graduados, formados e com consultório privado na região Sul (p<0,001, p<0,001 e p=0,006, respectivamente). Foram variáveis preditoras do reumatologista pertencer ao subgrupo muito intervencionista no Brasil: realizar IIA axiais (OR:7,4, p<0.001), biopsia sinovial (OR: 5,75, p=0,043), IIA guiadas por imagem (OR:4,16, p<0,001), viscossuplemetação (OR:3,41, p<0,001), lavagem articular (OR:3,22, p=0,019), biópsia de glândula salivar (OR:2,16, p=0.034) e ter tido tempo de treinamento maior que 6 (seis) meses (OR:2,16, p=0,008). Conclusões: A maioria dos reumatologistas brasileiros realiza procedimentos em reumatologia, sendo as IIA mais comuns que as IPA. Realizar procedimentos invasivos mais complexos, viscossuplementação e ter tido treinamento maior que 6 (seis) meses em reumatologia intervencionista foram variáveis associadas ao maior perfil intervencionista.
Descrição
Citação
LANDA, Aline Teixeira de. Avaliação teórica da aptidão do reumatologista brasileiro em reumatologia intervencionista. 2015. 63 f. Dissertação (Mestrado Profissional) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.