Competência cultural na saúde indígena: o olhar de uma estudante de enfermagem sobre um serviço especializado
Data
2022-11-30
Autores
Condé, Vitória Ferreira 
Orientadores
Oliveira, Lavínia Santos de Souza
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
Objetivo: Fazer uma reflexão crítica, a partir de um olhar curioso e interessado para o serviço especializado em saúde indígena de média e alta complexidade prestado pela Universidade Federal de São Paulo, analisando o atendimento prestado sob a perspectiva da competência cultural e suas repercussões no acolhimento e itinerário terapêutico dos usuários desse serviço. Métodos: Trata-se de um relato de experiência partindo de um estudo exploratório e observação participante do cotidiano profissional de enfermeiras em um serviço de saúde de média e alta complexidade especializado em saúde indígena. A experiência teve como plano de fundo um estágio extracurricular optativo e voluntário. Resultados: As observações revelaram que os processos de trabalho do ambulatório estão alinhados com as expectativas da maioria das pessoas que buscam atendimento no serviço e que são baseados em laços afetivos e de respeito mútuo entre as partes envolvidas. Como os atendimentos do serviço estão conectados com outros atendimentos extra-ambulatório do índio, nem sempre as interações fora do Ambulatório contavam com a atenção e prática condizente com competência cultural necessárias. Foi possível compreender que, além de coordenar o cuidado dos usuários do serviço de atenção aos indígenas, as enfermeiras do setor articulam esse cuidado com diversos fatores tangentes à (e além da) saúde, e atuam como líderes ao articular a equipe, profissões, profissionais e pacientes. A formação por uma experiência fora do currículo foi crucial para estabelecer valores sólidos de futura enfermeira socialmente justa e responsável. Conclusão: o Ambulatório do Índio é um serviço que atua em consonância com a competência cultural, mas, apesar disso, ainda existem barreiras a serem vencidas fora do serviço para o alcance de uma assistência completamente justa e emancipatória. E que expandir o ensino aprendizagem em enfermagem é muito potencializador para a formação de enfermeiras comprometidas com a justiça social e com as distintas realidades e necessidades das populações indígenas presentes em território brasileiro.