Tratamento endovascular nos aneurismas verdadeiros e na dissecção aórtica do tipo B: fase intra-hospitalar, seguimento de médio prazo e uma reflexão sobre seleção de pacientes

Data
2009-01-01
Tipo
Artigo
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Resumo
BACKGROUND: Endovascular treatment of thoracic aortic diseases is a well established procedure although late results and differences among demographic groups are unknown. METHOD: From December/1996 to December/2004, 92 patients with true aneurysms or penetrating ulcers (G1) and 130 patients with type B dissection or intramural hematoma (G2) were submitted to primary or complementary endovascular treatment. Clinical success was defined as sustained technical success without death or surgical conversion. Late failure was defined as death of any cause, surgical conversion or re-intervention. RESULTS: G1 mean age was 65 ± 11 years and 56 ± 11 years in G2 (P < 0.0001). A high frequency of previous stroke was observed in G1 (8.7% vs. 0; P = 0.0007). Clinical success was observed in 71% in G1 and 84% in G2 (P = 0.02) with higher in-hospital death rates in G1 (14% vs. 4.6%; P = 0.01). Neurologic complications were similar (6.5% vs. 3%, respectively; P = 0.32), with a mild prevalence of paraplegia in G1 (3.2% vs. 0.8%; P = 0.3). Late failure rates of 60% were observed in G1 and 43% in G2 (P = 0.09) at 33 ± 27 months of follow-up. CONCLUSIONS: Endovascular treatment in patients with true aneurysms may be slightly inferior to those achieved in patients with type B dissection. This might be due to demographic differences between groups and technical difficulties related to aortic anatomy. The knowledge and understanding of these peculiarities enables better patient selection for the procedure resulting in decreased mortality rates.
INTRODUÇÃO: O tratamento endovascular das doenças da aorta é procedimento estabelecido, mas com resultados tardios e diferenças nos resultados entre diferentes grupos demográficos ainda desconhecidos. MÉTODO: No período de dezembro de 1996 a dezembro de 2004, 92 pacientes com aneurismas verdadeiros ou úlcera penetrante de aorta em posição torácica (G1) e 130 pacientes com dissecção aórtica do tipo B ou hematoma intramural (G2) foram submetidos a tratamento endovascular primário ou secundário. Na fase hospitalar, sucesso clínico foi considerado como exclusão da lesão, sem morte ou conversão cirúrgica. Falência tardia foi definida pela ocorrência de morte por qualquer causa, conversão cirúrgica ou reintervenção. RESULTADOS: A média de idade do G1 foi de 65 ± 11 anos e de 56 ± 11 anos no G2 (P < 0,0001). Quanto aos dados demográficos, destacou-se a alta frequência de acidente vascular cerebral prévio no G1 (8,7% vs. 0; P = 0,0007). Sucesso clínico do procedimento foi obtido em 71% do G1 e em 84% dos pacientes do G2 (P = 0,02), com maior mortalidade intra-hospitalar no G1 (14% vs. 4,6%; P = 0,01). Complicações neurológicas foram semelhantes (6,5% vs. 3%; P = 0,32), com discreto predomínio de paraplegia no G1 (3,2% vs. 0,8%; P = 0,3). Em seguimento de 33 ± 27 meses, falência tardia foi atingida em 60% (28/47) dos pacientes do G1 e em 43% (31/74) do G2 (P = 0,09). CONCLUSÃO: Resultados em pacientes com aneurismas verdadeiros submetidos a tratamento endovascular são discretamente inferiores aos de pacientes com dissecção aórtica do tipo B. Isso pode ser explicado pelas diferenças demográficas entre os grupos e pelas dificuldades técnicas inerentes à anatomia. O conhecimento dessas peculiaridades permite a melhor seleção de pacientes nos quais o procedimento será eficaz em reduzir a mortalidade.
Descrição
Citação
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva. Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCI, v. 17, n. 1, p. 46-51, 2009.
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