Nem doente, nem vítima: o atendimento às lesões autoprovocadas nas emergências
Data
2009-12-01
Tipo
Artigo
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Resumo
This paper shows concepts and practices of health professionals regarding cases of self-injury. It is problematized the existent gap between professionals training based in the biomedical model and practices, in which are presented dimension not considered for biomedicine. The empiric reference is a public emergency hospital in the city of São Paulo. The qualitative nature study was developed by observing attendances, consults to medical records and interviews with health professionals. The underlying question is related to intelligibility model of the illness, based in the body as a privileged locus of care, and illness as accidental event. Contradictively, self-injury situations (suicide attempts, drug and alcohol abuse) are analyzed as intentionally events, consequence of a choice, implicating no identification of their authors as patients or victims of care.
Este artigo aborda as concepções e práticas de profissionais de saúde relativas aos casos de lesões autoprovocadas. Problematiza-se o hiato existente entre sua formação profissional baseada no modelo biomédico e suas práticas de trabalho, nas quais estão presentes dimensões não contempladas pela biomedicina. A referência empírica da pesquisa é um hospital público de emergências na cidade de São Paulo. O estudo de natureza qualitativa foi desenvolvido por meio de observação dos atendimentos, consulta a prontuários médicos e entrevistas com profissionais de saúde. A questão que emerge diz respeito ao modelo de inteligibilidade da doença, baseado no corpo como lócus privilegiado do cuidado, e a doença como um evento de caráter fortuito ou acidental. Contrariamente, as situações de lesões autoprovocadas (tentativas de suicídio, abuso de drogas e álcool) são abordadas como eventos carregados de intencionalidade, resultantes de uma escolha, de uma opção, o que acarreta a não identificação de seus autores como doentes ou vítimas a demandar cuidados.
Este artigo aborda as concepções e práticas de profissionais de saúde relativas aos casos de lesões autoprovocadas. Problematiza-se o hiato existente entre sua formação profissional baseada no modelo biomédico e suas práticas de trabalho, nas quais estão presentes dimensões não contempladas pela biomedicina. A referência empírica da pesquisa é um hospital público de emergências na cidade de São Paulo. O estudo de natureza qualitativa foi desenvolvido por meio de observação dos atendimentos, consulta a prontuários médicos e entrevistas com profissionais de saúde. A questão que emerge diz respeito ao modelo de inteligibilidade da doença, baseado no corpo como lócus privilegiado do cuidado, e a doença como um evento de caráter fortuito ou acidental. Contrariamente, as situações de lesões autoprovocadas (tentativas de suicídio, abuso de drogas e álcool) são abordadas como eventos carregados de intencionalidade, resultantes de uma escolha, de uma opção, o que acarreta a não identificação de seus autores como doentes ou vítimas a demandar cuidados.
Descrição
Citação
Ciência & Saúde Coletiva. ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva, v. 14, n. 5, p. 1741-1750, 2009.