Infeccao pelo virus da hepatite E em pacientes transplantados renais

Data
2012
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Dados a respeito da evolucao da infeccao pelo virus da hepatite E (HEV) em transplantados renais sao escassos e tem despertado a atencao dos pesquisadores. Nesse grupo de pacientes, a cronificacao de um virus enterico tem sido relatada nos ultimos anos, entretanto as caracteristicas clinicas e os fatores relacionados a esta ocorrencia ainda nao sao bem conhecidos, sobretudo em funcao da dificuldade diagnostica e numero limitado de pacientes sistematicamente acompanhados. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalencia de infeccao pregressa ou atual pelo HEV em tres grupos de pacientes transplantados renais (portadores de infeccao cronica pelos virus da hepatite B e/ou C; pacientes com evidencias de hepatopatia e ausencia de infeccao por HBV e/ou HCV; pacientes sem sinais de hepatopatia e com ausencia de infeccao por HBV e/ou HCV) e em seguida comparar as caracteristicas demograficas, epidemiologicas e clinicas de pacientes com evidencia de infeccao pregressa ou atual pelo virus E, com os pacientes sem positividade para o virus E. Metodos: O estudo foi do tipo transversal, com dados obtidos dos prontuarios dos pacientes atendidos no Setor de Hepatites da EPM-UNIFESP e com inclusao prospectiva de pacientes transplantados renais, no periodo de 2001 a 2011, de ambos os generos, com idade acima de 18 anos e com avaliacao clinica e bioquimica disponivel e transplante renal com tempo igual ou superior a um ano. Os pacientes pertenciam a tres grupos: portadores de infeccao pelo HBV e/ou HCV, pacientes com enzimas hepaticas alteradas e pacientes sem evidencia de hepatopatia. A infeccao pelo HEV foi detectada por metodos sorologicos (anti-HEVIgG) e moleculares (HEV RNA). Foram avaliados os seguintes fatores para infeccao pelo HEV: idade, genero, tipo de doador,antecedente transfusional, tempo de seguimento pos-transplante, ALT no momento do encaminhamento, ALT no pre-transplante imediato, contagem de plaquetas, positividade do HBsAg, positividade do anti-HCV e HCV RNA e esquema de imunossupressao. Resultados: Foram incluidos no estudo 192 pacientes transplantados renais; 124 (65%) homens, com media de idade de 42,6 ±11,9 anos. A sorologia para pesquisa de anticorpos anti-HEVIgG foi positiva em 27 pacientes (14%) e foi menos frequente no grupo de pacientes com infeccao pelo HBV e/ou HCV (4%). A pesquisa do HEV RNA resultou positiva em 20 pacientes (10%). Quando ambos os marcadores foram considerados em conjunto, observou-se que 44 pacientes (23%) tinham evidencia de infeccao pregressa ou atual pelo HEV. A concomitancia entre os dois marcadores para o HEV foi observada em apenas 2% dos casos. Pacientes com marcadores positivos para o HEV tiveram menor frequencia de infeccao pelo HBV (p=0,09) e pelo HCV (p=0,02), quando comparados a pacientes sem evidencia de infeccao. Conclusoes: A prevalencia da infeccao pelo HEV nos pacientes transplantados foi elevada.O achado de pacientes com HEV RNA positivo, e sem quadro clinico sugestivo de infeccao aguda, sugere a presenca de infeccao cronica, que no presente estudo nao se associou a elevacao de aminotranferases. A infeccao por virus hepatotropicos, principalmente o HCV, parece ter efeito supressor sobre o HEV
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São Paulo: [s.n.], 2012. 65 p.
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