COMUNICAÇÃO, CONFLITO E ARTE: uma investigação sobre as produções de grafite em regiões do Oriente Médio em contextos de guerra
Data
2021-08-31
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
This work analyzes graffiti produced in the first two decades of the 21st century
(2000-2020) in the regions of Gaza Strip and West Bank, articulating them with other
expressions of street art produced in other locations in the region. Thus, we seek to
understand the correlations between the context of conflict, exclusion and violence
towards the production and aesthetics of graffiti, exploring the relationship of these
expressions in daily life in these regions. To do so, we started from the registration of
these communications as primary documentation and, based on the description of
these objects and the bibliographical survey, analytical and comparative procedures
were performed to understand the most common themes and signs and how they
mobilize repertoires and transmit messages to their viewers. The central axes
articulated in communications were then observed and compared with graffiti
produced in the cities of Tel-Aviv (Israel), Cairo (Egypt), Beirut (Lebanon), Tripoli
(Libya), Aden (Yemen), in Tehran (Iran) and Tunis (Tunisia) with a focus on the first
half of the 2010’s, because of the great proliferation and documentation of this
language in the period. Subsequently, these productions were compared to the
Brazilian graffiti scene. This process aims to document, describe, analyze, compare
practices and aesthetics, observing the differences between them, as well as the
points of similarity in graphite productions. Therefore, it was possible to observe the
presence of regional characteristics and also aspects specific to the logics of the
Occupied Palestinian Territories. Thus, it is argued that graffiti produced in Gaza and
the West Bank are part of a broad communicative and aesthetic system, articulating
local traditions, socio-political demands of local populations and the international
repertoires mobilized there. In addition, graffiti is not only crossed by socio-cultural
issues arising from the panorama, but it is also an important mechanism for activism
mobilizations, daily reminding the population of the conflict and instructing new
generations about collective agendas, connecting past and future in discourses that
directly associate the individual with the nation
Esse trabalho analisa os grafites produzidos nas duas primeiras décadas do século XXI (2000-2020) nas regiões da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, articulando-os com outras expressões de arte de rua produzidas em outras localidades da região. Assim, busca-se compreender as correlações entre o contexto de conflito, exclusão e a violência para com produção e a estética do grafite, explorando a relação dessas expressões na vida diária nessas regiões. Para tanto, partiu-se do registro destas comunicações como documentação primária e, a partir da descrição desses objetos e do levantamento bibliográfico, realizamos procedimentos analíticos e comparativos para compreender as temáticas e signos mais comuns e forma pela qual estes mobilizam repertórios e transmitiam mensagens para seus espectadores. A partir disso, foram observados os eixos centrais articulados nas comunicações e comparados com os grafites produzidos nas cidades de Tel-Aviv (Israel), Cairo (Egito), em Beirute (Líbano), em Tripoli (Líbia), em Aden (Iémen), em Teerã (Irã) e Tunis (Tunísia) com foco na primeira metade da década de 2010, tendo em vista a grande proliferação e documentação dessa linguagem no período. Na sequência, tais produções foram comparadas à cena do grafite brasileiro. Esse processo objetiva documentar, descrever, analisar, comparar as práticas e as estéticas, observando as diferenças entre elas, assim como, os pontos de similaridade nas produções de grafite. Assim, foi possível observar a presença de características regionais e, também, aspectos próprios às lógicas dos Territórios Palestinos Ocupados. Dessa forma, argumenta-se que o grafite produzido em Gaza e na Cisjordânia são parte de um sistema comunicativo e estético amplo, articulando tradições locais, demandas sociopolíticas das populações locais e os repertórios internacionais ali mobilizados. Além disso, o grafite não apenas é atravessado por questões socioculturais provenientes do panorama, mas ele, também, é um importante mecanismo para mobilizações de ativismo, relembrando diariamente a população do conflito e instruindo as novas gerações sobre as pautas coletivas, conectando passado e futuro em discursos que associam diretamente o indivíduo à nação.
Esse trabalho analisa os grafites produzidos nas duas primeiras décadas do século XXI (2000-2020) nas regiões da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, articulando-os com outras expressões de arte de rua produzidas em outras localidades da região. Assim, busca-se compreender as correlações entre o contexto de conflito, exclusão e a violência para com produção e a estética do grafite, explorando a relação dessas expressões na vida diária nessas regiões. Para tanto, partiu-se do registro destas comunicações como documentação primária e, a partir da descrição desses objetos e do levantamento bibliográfico, realizamos procedimentos analíticos e comparativos para compreender as temáticas e signos mais comuns e forma pela qual estes mobilizam repertórios e transmitiam mensagens para seus espectadores. A partir disso, foram observados os eixos centrais articulados nas comunicações e comparados com os grafites produzidos nas cidades de Tel-Aviv (Israel), Cairo (Egito), em Beirute (Líbano), em Tripoli (Líbia), em Aden (Iémen), em Teerã (Irã) e Tunis (Tunísia) com foco na primeira metade da década de 2010, tendo em vista a grande proliferação e documentação dessa linguagem no período. Na sequência, tais produções foram comparadas à cena do grafite brasileiro. Esse processo objetiva documentar, descrever, analisar, comparar as práticas e as estéticas, observando as diferenças entre elas, assim como, os pontos de similaridade nas produções de grafite. Assim, foi possível observar a presença de características regionais e, também, aspectos próprios às lógicas dos Territórios Palestinos Ocupados. Dessa forma, argumenta-se que o grafite produzido em Gaza e na Cisjordânia são parte de um sistema comunicativo e estético amplo, articulando tradições locais, demandas sociopolíticas das populações locais e os repertórios internacionais ali mobilizados. Além disso, o grafite não apenas é atravessado por questões socioculturais provenientes do panorama, mas ele, também, é um importante mecanismo para mobilizações de ativismo, relembrando diariamente a população do conflito e instruindo as novas gerações sobre as pautas coletivas, conectando passado e futuro em discursos que associam diretamente o indivíduo à nação.