Espécies reativas de oxigênio na exposição a radiocontrastes e hipóxia em células epiteliais do túbulo renal
Data
2005
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Radiocontrastes a base de iodo são utilizados para angiografia, urografia ou tomografia computadorizada. Esses compostos absorvem radiação em escala proporcional à concentração de iodo na solução e, em tese, não deveriam interagir com o organismo. Porém, na prática clínica, tem sido constatado que os RC não são totalmente inertes e mostram um certo grau de interação. Os efeitos colaterais mais comuns incluem reações de hipersensibilidade sistêmica, reações adversas cardíacas, efeitos vasculares e efeitos adversos renais, sendo que o agente de contraste já é considerado o segundo s maior agente nefrotóxico usado na prática clínica.O perfil dos pacientes submetidos a procedimentos com RC tem se modificado: são cada vez mais velhos e apresentam mais fatores de risco associados como diabetes. problemas cardíacos. desidratação e insuficiência renal pré-existente. A incidência de nefropatia causada pelo radiocontraste (CIN), que ocorre em 1 por cento a 6 por cento dos pacientes hospitaiizados pode aumentar para mais de 50 por cento quando os paciente, apresentam fatores de risco. 0 único procedimento atualmente usado na prática clínica para amenizar os danos renais é a hidratação do paciente antes da administração do agente de contraste, de modo que se faz urgente o conhecimento de novas formas de prevenção da CIN. O uso de RC desencadeia uma resposta hemodinâmica renal bifásica, onde um período de vasodilatação inicial, que dura alguns segundos, é seguido de um período de vasoconstrição, que diminui o fluxo sangüíneo renal, a taxa de filtração glomerular e a tensão de oxigênio principalmente na medula renal. A diminuição do fluxo sangüínea e da tensão de oxigênio causam necrose nos ramos espessos ascendentes medulares e aumentam a creatinina sérica nos dias subsequentes à administração dos RC. Ainda o RC apresenta unta nefrotoxicidade celular direta. São apontados vários mecanismos para a citotoxicidade direta provocada pelo RC: prejuízo das ligações intercelulares, distúrbios de polaridade de células renais, vacuolização citoplasmática com alteração lisossomal e a geração de espécies reativas de oxigênio(ROS). Uma das formas de prevenção da CIN seria a administração de antioxidantes que bloqueiam a ação das ROS. No presente trabalho, a N-acetil-L-cisteína (NAC), vitamina E, cimetidina, ácido ascórbico dentre outros compostod, foram testados como antioxidantes. A NAC possui ação vasodilatatória, aumenta a biossíntese de glutationa, tem efeito protetor renal na síndrome hepato-renal, abranda os efeitos elétricos renais modelos de isquemia e tem sido investigada em estudos clínicos de CIN. Ainda, associamos os RC à hipóxia in vitro, pois essa situação mimetizaria o que acontece in vivo, já que à nefrotoxidade celular direta soma-se a vasoconstrição prolongada. E sugere-se que esses dois fatores associados seriam fundamentais para o desenvolvimento da CIN. Estudamos esses efeitos em linhagens de células do túbulo proximal (LLCPK) e do túbulo distal (MDCK), visando comparar a reação das duas linhagens aos mesmos tratamentos: RC, hipóxia e RC associado à hipóxia.
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São Paulo: [s.n.], 2005. 95 p.