Avaliação da influência da derivação gástrica em Y-de-Roux na função sexual feminina em obesas – Um estudo prospectivo
Data
2020-04-30
Autores
Menezes, Mariano De Almeida 
Orientadores
Fernandes, Fernando Augusto Mardiros Herbella
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Obesity can affect female sexual function and lead to hyperandrogenia. This study aims to evaluate female sexual function and androgenic profile in obese women after Gastric Bypass (GB). Methods: Forty obese women with a mean age of 34 years were prospectively studied. Those with diabetes mellitus, psychiatric diseases, under medication that could interfere with sexual function and history of pelvic surgery were excluded. All patients underwent laparoscopic GB. Total and free testosterone, androstenedione and dehydroepiandrosterone (DHEA) and the application of a female sexual function questionnaire (QS-F) were evaluated, preoperatively and at 6 and 12 months after the operation. Results: Preoperative incidence of sexual dysfunction was 10% and hyperandrogenia was present in 40% of the individuals. After GB, there was an improvement in female sexual function (p = 0,02), mainly related to the improvement of desire and sexual interest (p = 0,002), and sexual comfort (p = 0,03) and there was not case of sexual dysfunction 12 months after the operation. The improvement of the sexual function did not happen in first six months of the surgery (QS-F 77.5 – 78.8 points, p = 0.812), however there was a decrease of the free testosterone levels (0.49 – 0.33 ng/dl, p < 0.001) and androstenedione (2.0 – 1.3 ng/dl, p < 0.001), but there was not alterations of de DHEA levels (3.4 – 3.2 ng/dl, p = 0.120). At 1 year of follow-up, there was a reduction in the incidence of hyperandrogenia (40% – 7.9%, p < 0.001), free testosterone levels, androstenedione and an increase in DHEA levels. Total testosterone levels did not change significantly. There was not statistic correlation between androgen levels and female sexual function, as also between the anthropometrics parameters and sexual function. Loss of excess BMI was 46% at 6 months and 85% at 1 year. Conclusion: Female sexual function in obese women improves in patients undergoing GB, especially in desire, interest and sexual comfort, and this happens after 6 months of surgery and may be related to improvement of androgenic profile, mainly improvement of DHEA, and loss of excess BMI of these patients.
Introdução: A obesidade parece afetar a função sexual feminina e provocar a hiperandrogenia. O objetivo deste estudo é avaliar a função sexual feminina em mulheres obesas submetidas a derivação gástrica em Y-de-Roux e uma possível relação com os níveis de andrógenos. Métodos: 40 mulheres obesas, com média de idade de 34 ± 7 anos, com indicação de cirurgia bariátrica, sem diagnóstico de diabetes mellitus, sem doenças psiquiátricas e sem uso de medicações que pudessem interferir na função sexual e sem histórico de cirurgias pélvicas. As pacientes foram submetidas à cirurgia e avaliadas prospectivamente no período de pré-operatório e com 6 e 12 meses de pós-operatório. A avaliação incluía a dosagem de testosterona total (TT) e livre (TL), androstenediona e dehidroepiandrosterona (DHEA) e a aplicação de um questionário de função sexual feminina (QS-F). Resultados: A incidência pré-operatória da disfunção sexual feminina foi de 10% e da hiperandrogenia foi de 40%. Houve melhora da função sexual feminina (77,5 – 83,6 pontos, p = 0,023), principalmente relacionado a melhora do desejo e interesse sexual (21,8 – 24,9 pontos, p = 0,002) e do conforto sexual (15,9 – 17,3 pontos, p = 0,033), e não houve mulheres com disfunção sexual após 12 meses de pós-operatório. Não houve melhora significativa da função sexual após 6 meses da cirurgia, entretanto houve uma redução dos níveis de TL (0.49 – 0.33 ng/dl, p < 0.001), da androstenediona (2.0 – 1.3 ng/dl, p < 0.001), mas não houve alteração dos níveis de DHEA (3.4 – 3.2 ng/dl, p = 0.120). Após 01 ano do procedimento a incidência de hiperandrogenia foi de 7,9%, e ocorreu uma redução dos níveis de TL (0,49 – 0,29 ng/dl, p < 0,001) e da androstenediona (2,0 – 1,4 ng/dl, p = 0,011) e um aumento nos níveis de DHEA (3,4 – 4,2 ng/dl, p = 0,037). Os níveis de testosterona total não sofreram alterações significativas. Não houve relação entre os níveis dos andrógenos e a função sexual feminina. A perda do excesso de IMC foi de 46% em 06 meses e de 85% em 01 ano. Conclusão: A função sexual feminina de mulheres obesas melhora em pacientes submetidas a derivação gástrica em Y-de-Roux, principalmente no desejo, interesse e conforto sexual, e isto acontece após o sexto mês de pós-operatório e pode estar relacionado a melhora do perfil androgênico, principalmente o DHEA e a perda do excesso de IMC.
Introdução: A obesidade parece afetar a função sexual feminina e provocar a hiperandrogenia. O objetivo deste estudo é avaliar a função sexual feminina em mulheres obesas submetidas a derivação gástrica em Y-de-Roux e uma possível relação com os níveis de andrógenos. Métodos: 40 mulheres obesas, com média de idade de 34 ± 7 anos, com indicação de cirurgia bariátrica, sem diagnóstico de diabetes mellitus, sem doenças psiquiátricas e sem uso de medicações que pudessem interferir na função sexual e sem histórico de cirurgias pélvicas. As pacientes foram submetidas à cirurgia e avaliadas prospectivamente no período de pré-operatório e com 6 e 12 meses de pós-operatório. A avaliação incluía a dosagem de testosterona total (TT) e livre (TL), androstenediona e dehidroepiandrosterona (DHEA) e a aplicação de um questionário de função sexual feminina (QS-F). Resultados: A incidência pré-operatória da disfunção sexual feminina foi de 10% e da hiperandrogenia foi de 40%. Houve melhora da função sexual feminina (77,5 – 83,6 pontos, p = 0,023), principalmente relacionado a melhora do desejo e interesse sexual (21,8 – 24,9 pontos, p = 0,002) e do conforto sexual (15,9 – 17,3 pontos, p = 0,033), e não houve mulheres com disfunção sexual após 12 meses de pós-operatório. Não houve melhora significativa da função sexual após 6 meses da cirurgia, entretanto houve uma redução dos níveis de TL (0.49 – 0.33 ng/dl, p < 0.001), da androstenediona (2.0 – 1.3 ng/dl, p < 0.001), mas não houve alteração dos níveis de DHEA (3.4 – 3.2 ng/dl, p = 0.120). Após 01 ano do procedimento a incidência de hiperandrogenia foi de 7,9%, e ocorreu uma redução dos níveis de TL (0,49 – 0,29 ng/dl, p < 0,001) e da androstenediona (2,0 – 1,4 ng/dl, p = 0,011) e um aumento nos níveis de DHEA (3,4 – 4,2 ng/dl, p = 0,037). Os níveis de testosterona total não sofreram alterações significativas. Não houve relação entre os níveis dos andrógenos e a função sexual feminina. A perda do excesso de IMC foi de 46% em 06 meses e de 85% em 01 ano. Conclusão: A função sexual feminina de mulheres obesas melhora em pacientes submetidas a derivação gástrica em Y-de-Roux, principalmente no desejo, interesse e conforto sexual, e isto acontece após o sexto mês de pós-operatório e pode estar relacionado a melhora do perfil androgênico, principalmente o DHEA e a perda do excesso de IMC.