Efeito do condroitim sulfato na lesão por isquemia e reperfusão de fígado de ratos
Data
2021-12-15
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: O transplante de fígado é a principal terapia para doenças hepáticas irreversíveis. No entanto, durante o processo do transplante, podem ocorrer lesões no tecido, devido à isquemia e reperfusão, levando a disfunção do órgão. Portanto, o melhor entendimento do processo de isquemia e reperfusão é imprescindível para prevenir ou minimizar os danos ao tecido. O condroitim sulfato (CS) é um glicosaminoglicano abundante na matriz extracelular, e sua ação benéfica já foi estudada em diferentes tecidos e modelos experimentais, sendo capaz de melhorar processos inflamatórios, estresse oxidativo e morte celular. Objetivo: avaliar o efeito do CS na lesão por isquemia fria e reperfusão morna ex vivo de fígados de ratos. Métodos: Fígados de Ratos Wistar (6-8 semanas) foram submetidos a isquemia por 24h em Solução de Wisconsin a 4oC, e reperfusão por 20 ou 40 min, a 37oC, com solução de Krebs-Henseleit. O CS (120 mg/kg peso fígado) foi adicionado à solução de preservação (isquemia), no líquido de reperfusão ou em ambos. Fígados não isquêmicos, mas submetidos ao mesmo processo de reperfusão, foram utilizados como controle. Viabilidade hepática foi analisada pela liberação de glicose, depuração de bromossulfaleína e secreção de bile. Morte celular geral foi avaliada por ELISA, necrose por ensaio de exclusão de azul de Tripan e apoptose por atividade das enzimas caspase-3 e catepsina, imunoistoquímica de caspase-3 e análise histológica de corpos apoptóticos. Estresse oxidativo foi avaliado pela atividade de catalase e superóxido dismutase total e mitocondrial. Modulação hepática do óxido nítrico (NO) foi avaliada pela concentração de NO e por imunoistoquímica da enzima NO sintase endotelial (eNOS) e induzida (iNOS). Os resultados foram expressos pela média ± EPM. A análise estatística foi realizada por ANOVA e teste post-hoc de Tukey. Resultados: A adição do CS não alterou a viabilidade hepática dos fígados reperfundidos. Entretanto, CS piorou morte celular geral e necrose após 40 e 20 min, respectivamente, quando adicionado na isquemia ou reperfusão, porém quando adicionado aos dois períodos os níveis decaem. Foi observada maior atividade de catepsina e caspase-3 (atividade enzimática e imunoistoquímica) após 20 min e diminuição aos 40 min, com ou sem CS. Corpos apoptóticos foram identificados em menos de 5% da área de tecido analisada, mesmo após 40 min de reperfusão. O CS não afetou a atividade das enzimas antioxidantes analisadas. A concentração de NO diminui após 20 min de reperfusão, principalmente quando o CS foi adicionado aos dois períodos, mas aumenta após 40 min. Não foi observada alteração na expressão de eNOS, por outro lado, houve aumento na expressão de iNOS após 20 min de reperfusão, e diminuição após 40 min, com ou sem CS. Conclusão: O CS não afetou a viabilidade hepática. Na morte celular geral e necrose parece ter melhor ação quando adicionado aos dois períodos estudados. Mais estudos com diferentes doses e períodos de tratamento são necessários para melhor entender seu efeito na apoptose, estresse oxidativo e alterações na microcirculação.