Itinerários terapêuticos de travestis da região central do Rio Grande do Sul, Brasil
Data
2014-07-01
Tipo
Artigo
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Resumo
The scope of this paper is to shed light on the therapeutic itineraries of transvestites from Santa Maria in the central region of the state of Rio Grande do Sul in southern Brazil. The study sought to follow the complex trajectories followed by transvestites in their quest for health care. Field research was conducted between January and November 2012 with transvestites from different cities in the state who were living in Santa Maria at the time. It involved qualitative methodology using ethnographic research. The results showed that the interviewees avoid institutionalized health services, opting for other forms of health care. In this respect, it is noteworthy that of the group of 49 transvestites who were included in this study, 48 sought health care in African religion groups or batuque (drumming), as they refer to them. The transvestites stated that they opted for African religion groups as they saw them as places that were able to afford forms of care and protection, without questioning bodily changes and sexual orientation. This article may help to shed light on some of the unusual trajectories of transvestites in their quest for health care.
A proposta geral deste texto é apresentar os itinerários terapêuticos de travestis do município de Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul. O estudo objetivou acompanhar as complexas trajetórias percorridas pelas travestis, em busca de cuidados com a saúde. A pesquisa de campo realizou-se no período compreendido de janeiro a novembro de 2012, com travestis advindas de municípios do Rio Grande do Sul, residindo em Santa Maria no momento da pesquisa. Trata-se de metodologia qualitativa por meio de pesquisa etnográfica. Os resultados demonstraram que as interlocutoras evitam os serviços institucionalizados de saúde, optando por outras formas de cuidado. Destacou-se em relação a esse aspecto que, das 49 travestis que fizeram parte da pesquisa, 48 frequentavam o que denominavam de casas de religião afro ou batuque. As interlocutoras indicaram sua opção em frequentar as casas de religião afro por identificá-las como espaços que, sem questionar as modificações corporais e sua orientação sexual, ofereciam formas de cuidado e proteção. Este artigo pode contribuir proporcionando certa visibilidade às inusitadas trajetórias das travestis em busca de cuidado em saúde.
A proposta geral deste texto é apresentar os itinerários terapêuticos de travestis do município de Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul. O estudo objetivou acompanhar as complexas trajetórias percorridas pelas travestis, em busca de cuidados com a saúde. A pesquisa de campo realizou-se no período compreendido de janeiro a novembro de 2012, com travestis advindas de municípios do Rio Grande do Sul, residindo em Santa Maria no momento da pesquisa. Trata-se de metodologia qualitativa por meio de pesquisa etnográfica. Os resultados demonstraram que as interlocutoras evitam os serviços institucionalizados de saúde, optando por outras formas de cuidado. Destacou-se em relação a esse aspecto que, das 49 travestis que fizeram parte da pesquisa, 48 frequentavam o que denominavam de casas de religião afro ou batuque. As interlocutoras indicaram sua opção em frequentar as casas de religião afro por identificá-las como espaços que, sem questionar as modificações corporais e sua orientação sexual, ofereciam formas de cuidado e proteção. Este artigo pode contribuir proporcionando certa visibilidade às inusitadas trajetórias das travestis em busca de cuidado em saúde.
Descrição
Citação
Ciência & Saúde Coletiva. ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva, v. 19, n. 7, p. 2277-2286, 2014.