Quando a desindustrialização não resulta na descarbonização da economia: trajetória das emissões brasileiras de carbono entre 1980-2020
Data
2023-01-17
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
Nos últimos séculos, o desenvolvimento econômico foi acompanhado pelo aumento global do consumo material e energético, gerando pressão sobre os recursos naturais e desequilíbrios ambientais potencialmente irreversíveis. Uma tendência sensivelmente diferente é, no entanto, observada a partir da década de 1970, quando ocorre a ascensão de movimentos em prol da preservação ambiental e as nações centrais atingem um alto nível de indicadores socioeconômicos. Em especial, processos de desindustrialização fizeram com que esses países passassem a se especializar em atividades relacionadas ao setor de serviços e a indústria perdesse participação na economia. Essas regiões se especializam em atividades com baixo impacto ambiental, ocasionando uma redução da intensidade das emissões de gases do efeito estufa. O presente estudo busca analisar essa relação entre atividade econômica e emissões de carbono no Brasil a partir dos anos 1980, período em que também ocorreu um processo de desindustrialização, notadamente a partir dos anos 1990. Ao que tudo indica, o processo de desindustrialização causou uma reprimarização da economia brasileira, a partir da qual as principais atividades econômicas do país passaram a estar associadas a atividades do setor primário, mais intensivas em recursos naturais e com baixo grau tecnológico, aumentando cada vez mais a pressão na utilização dos recursos naturais do nosso país. Essa nova configuração da economia brasileira se aprofundou a partir dos anos 2000, onde o país adotou o modo de produção denominado neoextrativismo, intensificando ainda mais a pressão nos recursos naturais e os conflitos internos, pois para que o setor extrativista se expanda de forma rápida ocorre uma série de expropriações e atividades ilegais. Os resultados sugerem que é ideal, portanto, repensar o modelo de crescimento econômico vigente, de modo que haja uma mudança do modo de desenvolvimento exclusivamente focado em crescimento e do nosso comportamento com o meio ambiente.
In recent centuries, economic development has been accompanied by a global increase in material and energy consumption, generating pressure on natural resources and potentially irreversible environmental imbalances. A significantly different trend is, however, observed from the 1970s onwards, when the rise of movements in favor of environmental preservation took place and the central nations reached a high level of socioeconomic indicators. In particular, deindustrialization processes made these countries start to specialize in activities related to the service sector and the industry lost participation in the economy. These regions specialize in activities with low environmental impact, causing a reduction in the intensity of greenhouse gas emissions. The present study seeks to analyze this relationship between economic activity and carbon emissions in Brazil from the 1980s onwards, a period in which a process of deindustrialization also took place, notably from the 1990s onwards. reprimarization of the Brazilian economy, from which the main economic activities in the country began to be associated with activities in the primary sector, more intensive in natural resources and with a low technological level, increasing the pressure on the use of our country's natural resources. This new configuration of the Brazilian economy has deepened since the 2000s, when the country adopted the mode of production called neoextractivism, further intensifying the pressure on natural resources and internal conflicts, because for the extractive sector to expand quickly, series of expropriations and illegal activities. The results suggest that it is ideal, therefore, to rethink the current economic growth model, so that there is a change in the mode of development exclusively focused on growth and in our behavior with the environment.
In recent centuries, economic development has been accompanied by a global increase in material and energy consumption, generating pressure on natural resources and potentially irreversible environmental imbalances. A significantly different trend is, however, observed from the 1970s onwards, when the rise of movements in favor of environmental preservation took place and the central nations reached a high level of socioeconomic indicators. In particular, deindustrialization processes made these countries start to specialize in activities related to the service sector and the industry lost participation in the economy. These regions specialize in activities with low environmental impact, causing a reduction in the intensity of greenhouse gas emissions. The present study seeks to analyze this relationship between economic activity and carbon emissions in Brazil from the 1980s onwards, a period in which a process of deindustrialization also took place, notably from the 1990s onwards. reprimarization of the Brazilian economy, from which the main economic activities in the country began to be associated with activities in the primary sector, more intensive in natural resources and with a low technological level, increasing the pressure on the use of our country's natural resources. This new configuration of the Brazilian economy has deepened since the 2000s, when the country adopted the mode of production called neoextractivism, further intensifying the pressure on natural resources and internal conflicts, because for the extractive sector to expand quickly, series of expropriations and illegal activities. The results suggest that it is ideal, therefore, to rethink the current economic growth model, so that there is a change in the mode of development exclusively focused on growth and in our behavior with the environment.
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Citação
SANTOS, Jhonatan Sousa dos. Quando a desindustrialização não resulta na descarbonização da economia: trajetória das emissões brasileiras de carbono entre 1980-2020. 2023. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Econômicas) - Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Política, Economia e Negócios, Osasco, 2023.